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domingo, 24 de agosto de 2008

MEDITAÇÕES SOBRE O LIVRO DE GÊNESIS - VII

A TENTAÇÃO E A QUEDA DO HOMEM (Gn 3.1-6)

Neste ponto chegamos ao episódio mais triste da história da humanidade. Quando o ser humano cedeu à tentação e escolhe desobedecer o mandamento de Deus. Deus providenciou para o ser humano tudo que ele precisava. Tinha no jardim do Éden alimento para nutrir o corpo, tinha trabalho para se ocupar, tinha companheirismo, tinha comunhão com seu Criador e tinha domínio sobre todos os animais criados por Deus. Porém isso tudo não foi suficiente para que ele se mantivesse fiel a apenas um mandamento que Deus lhe ordenara. Mandamento este para que não comesse do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. O Senhor lhe avisou que a desobediência traria como conseqüência a morte (Gn 2.16-17). Mas não adiantou.
A serpente(Gn 3.1): Ao ler o texto de Gn 3.1 entendemos que a serpente não tinha a forma repulsiva que tem hoje, pois Eva não se assustou com ela (Gn 3.14). E devemos entender que a serpente foi um meio pelo qual o diabo se utilizou para enganar Eva. Vemos que em todo o capitulo 3 não aparece as palavras Diabo, Satanás ou outro nome ou título qualquer que seria referencia ao grande enganador. Aparece apenas a palavra serpente. Porém em vários versículos da Bíblia o Diabo é identificado como serpente (Jo 8.44; 2Co 11.3,14; Ap 12.9; Ap 20.2). A serpente era um animal fora do comum, no sentido de ser a mais astuta de tos animais do campo, e por esse motivo que nos leva a pensar que foi este animal que o Diabo preferiu usar para enganar a Eva. A palavra astuta deste texto pode e deve ser entendida da forma que Jesus usou quando aconselhou os seus discípulos serem semelhantes as serpentes na sua prudência (Mt 10.16). E esta disse à mulher, o Diabo falou através da serpente, talvez Eva não soubesse que animais não falavam; de qualquer modo Eva não se assustou com o fato. Existe na Bíblia outro relato em que um animal fala, o dia em que Deus abriu a boca da jumenta de Balaão. O fato da jumenta ter falado a Balaão foi um milagre divino; o fato da serpente ter falado à mulher foi um milagre diabólico (Nm 22.28). É assim que Deus disse: Não comerei de toda a árvore do jardim? Uma dúvida e uma insinuação, foi o que o Diabo lançou sobre Eva com sua pergunta. Através da forma que o Diabo tentou Eva nós entendemos que ele continua a agir da mesma forma, tentando colocar em questão a veracidade da Palavra de Deus. Foi o mesmo meio que utilizou na tentação no deserto contra Jesus (Mt 3.16-17; 4.3,6). É o meio que ele utiliza hoje para enganar as nações (1Tm 4.1; 1Co 11.13-15). Por esse motivo que Cristo nos exorta a se esforçar em conhecer as Escrituras (Jo 5.39; Mt 22.29). E esse foi o mesmo conselho dos apóstolos (2Pe 3.18; 1Tm 4.11-16; Ap 1.3).
A tentação (Gn 3.2-7): Nos versículos 2 e 3 Eva deixa claro que estava ciente do perigo de se desobedecer o mandamento do Senhor. E nos versículos 4 e 5 o Diabo cumpre o que ele faz desde o principio, diz que a palavra de Deus é mentira e que não há perigo na pratica do pecado. A lei de Deus, quando obedecida, era para o bem estar do homem. Satanás, entretanto, apresentou Deus como sendo egoísta e não tendo em mente o melhor interesse do homem. Ele insinuou que Deus estaria escondendo ou negando algo de bom para o homem. Estas mesmas tentações são lançadas hoje para o homem, e só podem ser vencidas pela fé (Ef 6.16). O que o Diabo ofereceu a Eva é algo que aparentemente não parece ser ruim, pois ele diz que no dia em que ela comesse do fruto ela seria igual a Deus. E todo e qualquer cristão deve desejar ser igual a Deus, pois foi assim que Deus desejou que fossemos. Quando Deus criou o homem Ele o criou a imagem e semelhança dEle, mostrando assim que desejava que o ser humano fosse parecido com Ele. Porem o que Satanás oferece para Eva não era bem isso. Pois o que ele queria era que Eva não levasse em conta a Palavra de Deus, que ela não se importasse com o que Deus havia dito. Ele tenta apresentar para ela a idéia que ela poderia tomar o lugar Deus. Pois para o cristão que deseja ser igual a Deus é agir como Jesus agiria em determinadas situações, é pensar com a mente de Deus, é amar como Ele nos amou... e não tomar o lugar que somente a Ele pertence. Nos é dito em Tiago 1:15, que a concupiscência ou os desejos ilícitos produzem o pecado. De acordo com 1João 2:15-16 todos os desejos pecaminosos são classificados em três categorias. Enquanto Eva estava diante da árvore do conhecimento do bem e do mal, ela se deparou com estas três tentações:
A concupiscência da carne - "a árvore boa para comer". A concupiscência dos olhos - "a árvore agradável aos olhos". A soberba da vida - "a árvore desejável para dar entendimento".
A concupiscência da carne refere-se a qualquer desejo que incita alguém a alimentar a natureza sensual da carne (imoralidade, embriaguez, glutonaria, etc.). O fruto deu "água na boca" de Eva, mesmo sendo ele um fruto proibido. A concupiscência dos olhos diz respeito àquelas tentações que apelam para os desejos ambiciosos dos homens de obter e possuir (roubo, avareza, etc.). A soberba da vida refere-se a todas as tentações que apelam para o orgulho pessoal do homem e seu desejo por aplauso ou grandeza.
A concupiscência da carne nos incita a procurarmos satisfação no prazer do pecado, e não no Senhor (Gl 6.7-8).
A concupiscência dos olhos nos leva a colocarmos as "coisas materiais" na frente do Senhor (Cl 3.15 - ultima frase).
A soberba da vida nos tenta a glorificarmos a nós mesmos ao invés do Senhor (Mt 23.12).
Com esta análise nós podemos entender melhor a vitória de Cristo sobre suas tentações (Lc 4.1-13). Satanás aproximou-se de nosso Salvador pelas três vias, mas ainda assim o Senhor não cometeu pecado. Ele foi bem sucedido aonde o primeiro Adão falhou.
Lc 4:1-4 - concupiscência da carne, Lc 4:5-8 - concupiscência dos olhos; Lc 4:9-13 - soberba da vida
Adão não foi enganado - Enquanto Eva foi enganada pelo Diabo (2Co 11.3) e levada pelos seus desejos, Adão pecou com toda consciência ou conhecimento daquilo que ele estava fazendo (1Tm 2:14).
A culpa do pecado de Adão - O homem tende a tratar o pecado de Adão como um assunto banal. Na verdade isto foi muito mais que "comer do fruo proibido". Adão tinha uma ordem simples e clara. Ele não possuía uma natureza pecadora para tão facilmente ser inflamada pelo pecado. Deus havia sido bom para ele, e todas as suas necessidades e desejos haviam sido supridas. A conseqüência do pecado tinha sido deixado bem clara. A atitude foi orgulhosa, um total ato de rebelião contra o Deus Todo Poderoso.
A queda do homem - Adão foi o representante de toda a raça humana. Nós não somente herdamos a sua natureza pecadora, mas em virtude de ele ser nosso representante, a Bíblia nos diz que nós pecamos em Adão. Neste sentido Adão foi o primeiro tipo de Cristo (Rm 5.14; 2Co 15.22 e 45). Pois assim como nós pecamos e morremos em Adão, da mesma maneira nossos pecados são pagos e nós vivemos em Cristo (Rm 5.12-19).

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