SIGA TAMBÉM!!!

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

A CARTA À IGREJA EM PÉRGAMO

A Carta à Igreja em Pérgamo
A igreja em Pérgamo se encontrou numa situação difícil. Por todos os lados, os vizinhos praticavam idolatria e deram honra aos governantes romanos. Os cristãos não abandonaram a verdade do Senhor, o único verdadeiro Soberano. Mas, tanta influência de falsas doutrinas teve um impacto negativo na igreja, poluindo a congregação com doutrinas falsas que incentivavam os irmãos a praticaram idolatria e imoralidade. Jesus chama a igreja ao arrependimento para evitar o castigo divino.
Ao Anjo da Igreja em Pérgamo (Apocalipse 2:12-17)
A igreja em Pérgamo (12): O único livro do Novo Testamento que cita a cidade ou a igreja em Pérgamo é o Apocalipse. Com a ajuda dos romanos, Pérgamo ganhou independência dos selêucidas em 190 a.C., e passou a fazer parte do império romano a partir de 133 a.C. Durante mais de 200 anos, foi a capital da província romana da Ásia. Teve a maior biblioteca fora de Alexandria, Egito. Foi o povo de Pérgamo que começou a usar peles de animais para fazer pergaminho, substituindo o papiro.
Aquele que tem a espada afiada de dois gumes (12): A espada representa autoridade e o poder para julgar e castigar. É Jesus, e não o governo romano, que segura esta espada (1:16).
Conheço o lugar em que habitas, onde está o trono de Satanás (13): Os cristãos em Pérgamo eram vizinhos do diabo! Jesus, sempre vigiando para ajudar o seu povo, sabia muito bem da circunstância difícil naquela cidade. Desde 29 a.C., foi o local de um templo dedicado a Roma e Augusto (idolatria oficial do governo romano). Mais tarde, foram erigidos outros templos para a honra dos imperadores Trajano e Severo. Além desses templos para o culto imperial, o povo de Pérgamo adorava outros “deuses”, tais como Zeus, Atena, Dionisio e Asclepio. Encontramos em Pérgamo uma mistura dos poderes do mal – religiões falsas e o poder oficial do governo romano. Enquanto seus vizinhos sacrificavam aos demônios (veja 1 Coríntios 10:19-20), os discípulos de Cristo reconheciam o único Deus como Senhor.
E que conservas o meu nome e não negaste a minha fé, ainda nos dias de Antipas (13): Jesus elogia a perseverança dos cristãos de Pérgamo, que foram fiéis à fé de Jesus, mesmo sob perseguição intensa. A minha fé (a fé de Jesus) é a palavra de Cristo revelada aos homens (veja Judas 3). Antipas é mencionado somente aqui. Evidentemente foi um mártir, provavelmente da própria congregação em Pérgamo. Foi morto entre eles, na cidade onde Satanás habitava. Antipas se mostrou fiel até a morte (veja 2:10). Testemunha vem da palavra grega martus. É a mesma palavra usada para descrever Jesus em 1:5. Com tempo, passou a ser usada para identificar pessoas que morreram por seu testemunho de fé, e assim usamos a palavra mártir.
Tenho, todavia, contra ti algumas coisas (14): Apesar da perseverança dos cristãos em Pérgamo, haviam problemas graves ameaçando o bem-estar da congregação. Eles se mostraram tolerantes em relação a falsas doutrinas, especificamente dois erros citados nesta carta.
A doutrina de Balaão (14): A descrição da doutrina de Balaão refere-se à história do Velho Testamento (Números 22-25; 31:16). No final dos 40 anos de peregrinação, os israelitas chegaram perto da terra prometida. Acamparam-se nas campinas de Moabe, e os moabitas e midianitas ficaram amedrontados. Balaque chamou Balaão para amaldiçoar o povo, mas Deus frustrou todas as suas tentativas de falar contra os israelitas. Balaão desistiu de suas maldições, mas procurou outra maneira de vencer o povo de Israel. Deu o conselho de convidá-los a participarem de uma festa idólatra. Nesta festa, muitos israelitas se envolveram na idolatria e na imoralidade, e Deus mandou uma praga que matou 24.000 israelitas.
A doutrina de Balaão foi a doutrina que Balaão ensinava, não apenas a doutrina sobre a pessoa de Balaão. Semelhantemente, a doutrina de Cristo não é apenas o ensinamento sobre a pessoa de Cristo. A doutrina de Cristo inclui o que Jesus ensinava. Considere a importância deste fato em relação a textos como Tito 2:10; Hebreus 6:1e 2 João 9. Se alguém for além do ensinamento dado por Jesus, não tem Deus.
Na igreja em Pérgamo, algumas pessoas agiam como Balaão. Incentivavam o povo a tolerar outras religiões, até participando da idolatria e da prostituição. A sua doutrina foi basicamente igual às idéias atuais de pluralismo (aceitação de diversas religiões como igualmente boas) e sincretismo (juntando duas ou mais religiões).
A doutrina dos nicolaítas (15): A Bíblia não identifica esta doutrina. Mas, diz que Jesus odiava as obras dos nicolaítas e elogia os efésios por rejeitar esses ensinamentos (2:6). Infelizmente, a igreja em Pérgamo tolerava esses falsos mestres.
Deus condena a tolerância de falsas doutrinas. Às vezes, os homens valorizamtanto a unidade entre pessoas (dentro de uma congregação ou até entre congregações diferentes) que desvalorizam a doutrina pura de Jesus. Toleram falsos ensinamentos e até práticas proibidas, como a imoralidade e a idolatria, mas insistem na importância de manter uma “igreja unida”. Se persistir nesseerro, o próprio Jesus trará o castigo. A unidade entre discípulos é importante, mas a pureza da palavra é mais importante do que a paz entre homens (Tiago 3:17). Uma igreja que serve a Jesus necessariamente rejeitará falsos mestres e suas doutrinas erradas.
Portanto, arrepende-te; e, se não, ... contra eles pelejarei (16): O arrependimento exigido é da igreja, pois ela tolerava esses falsos mestres. Os professores das doutrinas de Balaão e dos nicolaítas precisariam se arrepender, também, ou serem rejeitados (veja Romanos 16:17-18; Tito 3:10-11). Uma igreja que tolera falsos professores se torna cúmplice do pecado. Se ela não se arrepender, Jesus usará a espada de dois gumes (2:12; 1:16) para trazer seu castigo sobre ela.
Quem tem ouvidos, ouça (17): Como em todas as sete cartas, Jesus chama os ouvintes a darem a atenção devida a sua palavra.
Ao vencedor (17): Todas as cartas, também, incluem a promessa sobre a vitória. Aqueles que persistem até o final receberão a recompensa. Nesta carta, a bênção para o vencedor é descrita em duas partes:
● O maná escondido: Aqueles que recusaram qualquer participação na mesa dos demônios seriam sustentados pelo maná de Deus. Jesus é o maná dado pelo Pai (veja João 6:31-65). Ele sustenta os fiéis e lhes dá vida. A mensagem de Jesus continua oculta para os sábios deste mundo (veja 1 Coríntios 2:6-10).
● Uma pedrinha branca com um nome novo escrito: Um nome novo, freqüentemente, sugeria uma nova direção na vida, especialmente de uma pessoa abençoada por Deus (exemplos: Abrão > Abraão; Sarai > Sara; Jacó > Israel). Em Isaías 62:2-4, Desamparada e Desolada recebem nomes novos: Minha-Delícia e Desposada, mostrando a bênção de estar com Deus. Veja, também, 3:12. A pedrinha branca pode incluir vários significados, conforme os costumes da época. Pedras brancas foram usadas para indicar a inocência de pessoas acusadas de crimes; Jesus inocenta os seus seguidores fiéis. Pedras brancas foram dadas a escravos libertados para mostrar sua cidadania; os fiéis não são mais escravos do pecado, pois se tornaram cidadãos da pátria celestial (Filipenses 3:20). Foram usadas pelos romanos como um tipo de ingresso para alguns eventos; Jesus permite os fiéis entrarem na presença dele para o seu banquete (veja 19:6-9). Também foram dadas aos vencedores de corridas e aos vitoriosos em batalha. Os fiéis são vencedores que receberão o prêmio (2 Timóteo 4:7-8).
Conclusão
Devemos imitar a perseverança dos discípulos em Pérgamo, mantendo firme a nossa fé, mesmo se encararmos ameaças e perseguições. Ao mesmo tempo, não devemos negligenciar outras responsabilidades diante de Deus. Servimos um Deus puro, e devemos manter e defender a doutrina pura que ele revelou. Qualquer doutrina que incentiva a idolatria ou a imoralidade vem do diabo. Procuremos o maná que vem de Deus para nos sustentar para sempre.

O JULGAMENTO DE DEUS E O TRONO BRANCO

MEDITAÇÕES SOBRE O LIVRO DE GÊNESIS - LV

OS IRMÃO DE JOSÉ PASSAM PELO ÚLTIMO TESTE (Gn 44)
Em Gênesis 43.34, José testou seus irmãos para ver se eles ainda eram controlados pela inveja. Neste capítulo, o teste é mais rigoroso ainda. Eles realmente amavam Benjamim? Eles estavam dispostos a saírem livres e deixá-lo para ser escravo? Este teste provou que eles realmente eram homens mudados. Judá, em especial, demonstrava ser um homem transformado.
Mais Um Teste (Gn 44.1-5): Não era vingança, mas o desejo de conhecer realmente seus irmãos, o verdadeiro motivo por detrás dos planos de José. Ele encenou seu papel corretamente e demonstrou grande força de caráter e autocontrole. Ele teria sido imprudente se tivesse se revelado aos seus irmãos antes de conhecer o caráter deles. Várias vezes nas Escrituras somos alertados a não colocarmos a nossa confiança em pessoas que desconhecemos o caráter (Pv 11.15). Aqueles são chamados ao ministério devem ser especialmente provados (1Tm 3.6). Somente as provas podem expor verdadeiramente os corações dos homens (Dt 8.2). O sentido do versículo 5 é de alguma maneira discutível. Talvez a palavra "adivinha" fosse usada porque os Egípcios não eram familiarizados com o conceito da verdadeira profecia. Por outro lado, José pode ter ido muito longe ao fingir ser um adivinhador pagão.
Pegos na Armadilha de José (Gn 44.6-13): Que desespero os irmãos de José devem ter sentido. Eles sabiam que eram inocentes, mas pareciam sentir que estas provas de alguma forma eram o julgamento de Deus sobre seus antigos pecados. Sem dúvida, José colocou o dinheiro nos sacos para que eles soubessem que Benjamim era inocente. Eles veriam que alguém mais tinha manuseado as sacolas.
Passando no Teste (Gn44.14-17): Os irmãos foram convencidos de que estas provas eram uma justa retribuição, mesmo sabendo que eram inocentes quanto ao que ocorreu. Eles não culparam Benjamim, mas parecem ter visto a mão de Deus em tudo isso. Paciência sob julgamento é uma obra do verdadeiro arrependimento (Sl 51.3-4). No versículo 17 José força a situação e os coloca em um verdadeiro teste. Eles ficariam ao lado de Benjamim arriscando o próprio futuro deles.
Judá Intercede (Gn44.18-34): Nenhum advogado faria melhor defesa do que Judá. Martinho Lutero desejava orar para Deus como Judá suplicou diante de José. Para a eloquência de homem e de discursos empolgantes, este discurso é inigualável. Até mesmo o pensamento de causar alguma dor ao seu pai era intolerável para Judá. Ele verdadeiramente era um homem mudado. Ele realmente tornou-se um líder entre os seus irmãos (Gn 49.8-12).
Paralelos Interessantes: Vemos nesta história, que a participação de Judá é uma figura da obra redentora de nosso Senhor Jesus Cristo. Note algumas das grandes verdades do Evangelho que podem ser vistas aqui quando vemos Judá como uma figura de Cristo:
A. Tanto Judá quanto o Senhor Jesus pertenceram a tribo de Judá (Gn 49.8-10; Ap 5.5). É claro que Judá foi o pai da tribo.
B. Judá se tornou uma garantia para o seu irmão mais novo (Gn 43.8-9). O Senhor Jesus se tornou o fiador dos seus irmãos mais novos (Hb 7.22 e 2.11; Rm 8.29).
C. Judá se tornou uma garantia para o seu pai. Ele aceitou ser responsável por Benjamim e respondeu ao seu pai pela segurança dele. Jesus Cristo se tornou a nossa garantia para o Pai. Ele se responsabilizou por Seu povo. Isto é ilustrado na passagem a respeito do Bom Pastor (Jo 10.11-14, 28-29).
D. Judá se tornou uma garantia para Benjamim antes mesmo dele estar envolvido em confusão ou ir ao Egito (que é uma figura do mundo). O Salvador se tornou a nossa garantia antes mesmo que nós nascêssemos neste mundo ou pecássemos (Ef 1.4; 1Pe 1.18-20).
E. Judá desceu com seu irmão mais novo para o Egito. Foi lá que Benjamim se viu envolvido em problemas. O Senhor Jesus acompanhou Seu povo para este mundo onde eles necessitariam de redenção (Hb 2.11-15).
F. Judá prontamente assumiu a culpa pelos erros dos seus irmãos (vers. 33). Jesus Cristo pagou pelos nossos pecados (Is 53.6).
G. Judá intercedeu por seus irmãos baseado na sua própria garantia (vers. 32). O Senhor Jesus intercede pelo Seu povo baseado na Sua fiança por eles (Jo 17.6 e 9; Rm 5.10; 8.33-34).
H. Judá foi bem sucedido em seus esforços para salvar Benjamim. Jesus Cristo se tornou a nossa garantia, morreu em nosso lugar, e agora vive para interceder por nós. Ele é absolutamente bem sucedido na obra de salvar o Seu povo. Todas as Suas ovelhas serão reunidas em Seu aprisco (Jo 10.27-29) e todos os filhos se encontrarão no Seu lar (Hb 2.10 e 13).

ESCRAVOS DE CRISTO






Fonte: voltemos ao Evangelho

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

A CARTA À IGREJA EM ESMIRNA

A Carta à Igreja em Esmirna

Durante o período em que Paulo ficou em Éfeso, na sua terceira viagem evangelística, “todos os habitantes da Ásia” ouviram o evangelho de Jesus (Atos 19:10). Pedro incluiu os eleitos e forasteiros da Ásia entre os destinatários de sua primeira carta (1 Pedro 1:1). É bem possível que a igreja em Esmirna, uma cidade situada aproximadamente 65 km ao norte de Éfeso, esteja incluída nestas citações. Mas, a primeira vez que ela é identificada por nome é nas citações no Apocalipse. Por isso, não temos informações específicas sobre esta igreja, além dos quatro versículos desta carta ao anjo da igreja em Esmirna. O pouco que sabemos é positivo. Esta carta elogia e encoraja, sem oferecer nenhuma crítica dos cristãos em Esmirna.

Ao Anjo da Igreja em Esmirna (Apocalipse 2:8-11)

A igreja em Esmirna (8): Hoje conhecida com Izmir, a terceira maior cidade da Turquia e o segundo mais importante porto do país, Esmirna era uma cidade antiga de uma região habitada durante milhares de anos antes de Cristo. A antiga cidade foi destruída pelos lídios em 600 a.C. e reconstruída pelos gregos no final do 4º século a.C. A cidade ganhou nova vida, e pode ser descrita como uma cidade que morreu e tornou a viver. Durante o domínio romano, Esmirna se tornou um centro de idolatria oficial, conhecida como Guardião do Templo (grego, neokoros). Foi a primeira cidade da Ásia a construir um templo para a adoração da cidade (deusa) de Roma (195 a.C.). Em 26 d.C., foi escolhida como local do templo ao imperador Tibério. Foram descobertas imagens, na praça principal da cidade, de Posêidon (deus grego do mar) e de Deméter (deusa grega da ceifa e da terra).

Na época do Novo Testamento, Esmirna provavelmente tinha uma população de aproximadamente 100.000. Por ser um porto excelente, facilitando o comércio entre a Ásia e a Europa, era uma cidade próspera.

Estas coisas diz o primeiro e o último (8): Jesus começa esta carta com as palavras de 1:17, frisando a sua eternidade. Dizer que é o primeiro e o ultimo é declarar que Nele, Jesus, foram iniciadas todas as coisas, e que por fim ele também triunfará sobre todas as coisas. (Ap 1.8; Mq 5.2; Cl 1.16-17)

Que esteve morto e tornou a viver (8): Quase igual a afirmação de 1:18, esta frase destaca a vitória sobre a morte na ressurreição. Na situação dos discípulos de Esmirna, encarando perseguições difíceis, seria especialmente importante lembrar da ressurreição de Jesus. O Senhor deles não fracassou diante da morte; ele a venceu! Eles, sendo fiéis, teriam a mesma esperança. E lembra do sofrimento de Jesus no calvário, por nós, nos da animo para prosseguir na nossa caminhada ainda que tenhamos tribulações, lembramos que quem mais sofreu, sem merecer, foi o nosso Senhor em nosso lugar. E essa mensagem era proveitosa para a igreja de Esmirna, que não só estava sofrendo, como no versículo 10 vemos o Senhor dizendo que muitos deles iriam ainda sofrer e até morrer por amor a Cristo. (Is 53)

Conheço a tua tribulação (9): Jesus, no meio dos candeeiros, viu o sofrimento de seus seguidores. Da mesma maneira que ele se compadeceu dos angustiados na terra durante o seu ministério (veja Marcos 1:41), ele olhou com compaixão para aqueles que sofriam em Esmirna. Mesmo assim, ele não os poupou de toda a dor, como veremos no versículo 10. A palavra “tribulação”, aqui, significa pressão que vem de fora.

A tua pobreza (mas tu és rico) (9): Apesar de morarem numa cidade próspera, os cristãos em Esmirna eram pobres. Provavelmente sofriam discriminação por causa da fé, e assim se tornaram pobres. É bem possível, também, que tivessem sacrificado seus recursos em prol do evangelho, como os macedônios fizeram para ajudar os irmãos necessitados alguns anos antes (veja 2 Coríntios 8:1-9). Mas a pobreza material não tem importância quando há riqueza espiritual (veja 3 João 2). A situação dos discípulos em Esmirna era muito melhor do que a da igreja em Laodicéia, que se achava rica apesar de sua pobreza espiritual (3:17).

A blasfêmia dos falsos judeus (9): Blasfemar é falar mal. Freqüentemente, refere-se a blasfêmia contra Deus. Aqui, porém, a blasfêmia é um aspecto do sofrimento dos crentes em Esmirna. Esta difamação veio de pessoas que se chamavam judeus mas, de fato, não eram verdadeiros judeus. Os judeus, que tiveram uma sinagoga em Esmirna, perseguiam os cristãos. Ao invés de serem verdadeiros judeus e descendentes espirituais de Abraão (veja João 8:39-47; Romanos 2:28-29), eram servos de Satanás, o principal mentiroso e acusador dos fiéis (12:9-10; João 8:44).

Não temas as coisas que tens de sofrer (10): O conforto oferecido por Jesus não é o livramento do sofrimento. Ele anima os discípulos em Esmirna a não desistirem diante das tribulações que viriam logo. Covardes não têm esperança em Cristo (21:8). Pessoas que fogem da sua responsabilidade diante de Jesus por medo de sofrer não são dignas da comunhão com ele. Pessoas que ensinam que o servo fiel será próspero e livre de sofrimento nesta vida não acreditam nas palavras que Jesus mandou à igreja em Esmirna!

O diabo está para lançar em prisão alguns dentre vós (10): O diabo é visto como a fonte da perseguição. Alguns seriam presos, provavelmente aguardando julgamento e possível morte.

Para seres postos à prova, e tereis tribulação de dez dias (10): O efeito da tribulação seria o de provar a fé desses cristãos. A sua lealdade a Cristo seria testada sob ameaças de morte. Mas a perseguição não continuaria para sempre. Dez dias sugere um tempo curto mas completo. Seria uma provação completa, mas teria um fim.

Por ter vínculos tão fortes com a idolatria oficial de Roma, Esmirna se tornou uma cidade perigosa para os cristãos. Esta carta fala sobre perseguições que viriam. Até décadas depois do Apocalipse, perseguições atingiram seguidores de Cristo na cidade.

Sê fiel até à morte (10): O fim desta perseguição, para alguns, poderia ser a própria morte. Mesmo assim, deveriam ser fiéis. Às vezes, arrumamos qualquer desculpa para não fazer algo que Deus pede. Mas nada, nem a nossa própria vida, deve ser mais importante do que a nossa fidelidade a Deus.

E dar-te-ei a coroa da vida (10): A palavra “coroa” (grego, stephanos) refere-se à coroa de vitória. A coroa da vida vem de Deus, o único que pode dar a vida (veja João 5:26; 14:6; 1 João 1:1-2). Aqueles que amam a vinda de Jesus receberão a coroa da justiça (2 Timóteo 4:8).

Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas (11): Como em todas as cartas às igrejas, Jesus chama os destinatários a ouvirem a sua mensagem.

O vencedor (11): Aqueles que permanecem fiéis diante das perseguições são vencedores com Cristo.

De nenhum modo sofrerá dano da segunda morte (11): Não sofreria o castigo eterno (20:6,14; 21:8). Os perseguidores poderiam até causar a primeira morte, mas os fiéis não sofrerão a segunda morte (veja Mateus 10:28).

Conclusão

Morar em Esmirna no primeiro século não seria fácil para o discípulo de Jesus. Além das perseguições pelos judeus, eles enfrentavam uma ameaça mais organizada e mais poderosa. A idolatria oficial, juntando a religião à força do governo, prometia uma perseguição perigosa aos cristãos da cidade, tentando-os a abandonarem a sua fé para melhorar as suas circunstâncias ou até para evitar a morte violenta. Para vencer esta tentação, teriam que acreditar no poder daquele que já venceu a morte. Mesmo se morressem, as suas vidas eternas seriam garantidas somente se mantivessem sua confiança no eterno Senhor, “o primeiro e o último, que esteve morto e tornou a viver”.