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terça-feira, 11 de agosto de 2009

A HUMANIDADE DE JESUS. ELE EM TUDO FOI SEMELANTE A NÓS, COM EXCEÇÃO DO PECADO.

Fraquezas e Limitações Humanas

I. Jesus possuía um corpo humano. O fato de que Jesus possuía um corpo humano exatamente como o nosso é visto em muitas passagens das Escrituras. Ele nasceu assim como nascem todos os bebês humanos (Lc 2.7). Ele passou da infância para a maturidade assim como crescem todas as outras crianças: “Crescia o menino e se fortalecia, enchendo-se de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele” (Lc 2.40). Além disso, Lucas nos diz que “crescia Jesus em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens” (Lc 2.52).

Jesus ficava cansado exatamente como nós, pois lemos que “Cansado da viagem, assentara-se Jesus junto à fonte, por volta da hora sexta” em Samaria (Jo 4.6). Ele tinha sede, pois quando estava na cruz disse: “Tenho sede!” (Jo 19.28). Depois de jejuar por quarenta dias no deserto, lemos que “teve fome” (Mt 4.2). Às vezes ficava fisicamente fraco, pois durante sua tentação no deserto jejuou quarenta dias (o ponto em que a força física humana esvai-se quase totalmente, alem do qual ocorrem danos físicos irreparáveis, caso o jejum prossiga). Naquele momento “vieram anjos e o serviram” (Mt 4.11), aparentemente para cuidar dele e lhe fornecer alimento até que recuperasse força suficiente para sair do deserto. Quando Jesus estava caminhando para a crucificação, os soldados forçaram Simão Cirineu a carregar sua cruz (Lc 23.26), mais provavelmente porque Jesus estava tão fraco depois dos açoites que havia recebido, que não tinha forças suficientes para carrega-la por si. O auge das limitações de Jesus quanto ao seu corpo humano é visto quando ele morreu sobre a cruz (Lc 23.46). Seu corpo humano deixou de conter a vida e parou de funcionar, assim como acontece com o nosso quando morremos.

Jesus também ressuscitou dos mortos num corpo humano, físico, ainda que aperfeiçoado e já não sujeito à fraqueza, enfermidade ou morte. Ele demonstra varias vezes aos discípulos que possui de fato um corpo real. Ele diz: “Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; apalpai-me e verificai, porque um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho” (Lc 24.39). Ele lhes mostra e ensina que era “carne e osso” e não só um “espírito” sem corpo. Outro indicio desse fato é que “lhe apresentaram um pedaço de peixe assado. E ele comeu na presença deles” (Lc 24.42; cf. Lc 24.30; Jo 20.17,20,27; 21.9,13).

Nesse mesmo corpo humano (ainda que ressurreto e tornado perfeito), Jesus também ascendeu ao céu. Ele disse antes de partir: “Vim do Pai e entrei no mundo; todavia, deixo o mundo e vou para o Pai” (Jo 16.28; cf 17.11). A maneira pela qual Jesus ascendeu ao céu foi planejada para demonstrar a continuidade entre sua existência num corpo físico aqui sobre a terra e sua existência continua no céu nesse corpo. Poucos versículos depois de dizer-lhes: “...um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho” (Lc 24.39), lemos no evangelho de Lucas que Jesus “os levou para Betânia e, erguendo as mãos, os abençoou. Aconteceu que, enquanto os abençoava, ia-se retirando deles, sendo elevado para o céu” (Lc 24.50-51). De modo semelhante, lemos em Atos: “...foi Jesus elevado às alturas, á vista deles, e uma nuvem o encobriu dos seus olhos” (At 1.9).

Todos esses versículos juntos mostram que, no que diz respeito ao corpo humano, Jesus era como nós em todos os aspectos antes da ressurreição, e após a ressurreição ainda era um corpo humano com “carne e ossos”, mas tornado perfeito, o tipo de corpo que teremos quando Cristo voltar e formos também ressuscitados. Jesus continua existindo nesse corpo humano no céu, conforme a ascensão tem o propósito de ensinar.

II. Jesus possuía uma mente humana. O fato de Jesus ter crescido em sabedoria (Lc 2.52) significa que ele passou por um processo de aprendizado assim como acontece com todas as outras crianças – ele aprendeu a comer, a falar, a ler e a escrever, e a ser obediente a seus pais (veja Hb 5.8). Esse processo de aprendizado fazia parte da genuína humanidade de Cristo.

Também vemos que Jesus possuía uma mente humana como a nossa quando ele fala do dia em que retornará à terra: “Mas a respeito daquele dia ou hora ninguém sabe; nem os anjos no céu, nem o Filho, senão o Pai” (Mc 13.32).

III. Jesus possuía alma humana e emoções humanas. Vemos várias indicações de que Jesus possuía alma humana (ou espírito). Logo antes de sua crucificação, ele disse: “Agora, está angustiada a minha alma” (Jo 12.27). João escreve um pouco depois: “Ditas estas coisas, angustiou-se Jesus em espírito” (Jo 13.21). Em ambos os versículos a palavra angustiar representa o termo grego tarassw (tarasso), palavra muitas vezes empregada em referencia a pessoas ansiosas ou que de repente são surpreendidas por um perigo.

Além disso, antes da crucificação, percebendo o sofrimento que enfrentaria, Jesus disse: “A minha alma está profundamente triste até à morte” (Mt 26.38), tamanha a aflição que sentia, a ponto de parecer que, caso se intensificasse um pouco mais, lhe roubaria a vida.

Jesus experimentou toda uma sucessão de emoções humanas. Ele “admirou-se” com a fé demonstrada pelo centurião (Mt 8.10). Chorou de tristeza com a morte de Lazaro (Jo 11.35). E orou com o coração repleto de emoções, pois ofereceu “com forte clamor e lagrimas, orações e suplicas a quem o podia livrar da morte” e foi “ouvido por causa da sua piedade” (Hb 5.7).

Além disso, o autor nos diz: “... embora sendo Filho, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu e, tendo sido aperfeiçoado, tornou-se o Autor da salvação eterna para todos os que lhe obedecem” (Hb 5.8-9). Mas se Jesus jamais pecou, como poderia “aprender a obediência”? Ao que parece, à medida que crescia rumo à maturidade, Jesus, como todas as outras crianças humanas, pode ir assumindo mais e mais responsabilidades. Quanto mais velho ficava, tanto mais seus pais podiam exigir dele obediência, e tanto mais o Pai celestial podia lhe atribuir tarefas na força de sua natureza humana. Com cada tarefa cada vez mais difícil, mesmo quando implicava algum sofrimento (como especifica Hb 5.8), aumentava a habilidade moral de Jesus, sua capacidade de obedecer sob circunstâncias cada vez mais difíceis. Podemos dizer que essa “espinha moral” foi fortalecida por exercícios cada vez mais difíceis. Mas em tudo isso ele jamais pecou.

A completa ausência de pecado na vida de Jesus é ainda mais notável pelas tentações severas que enfrentou, não só no deserto, mas durante toda a vida. O autor de Hebreus afirma que Jesus foi “tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado” (Hb 4.15). O fato de ter enfrentado tentações significa que possuía natureza humana genuinamente humana que podia ser tentada, pois as Escrituras são claras em nos dizer que “Deus não pode ser tentado pelo mal” (Tg 1.13).

IV. As pessoas próximas de Jesus consideravam-no apenas humano. Mateus registra um incidente assombroso no meio do ministério de Jesus. Ainda que Jesus tivesse ensinado por toda a Galileia, “curando toda a sorte de doenças e enfermidades entre o povo”, de modo que “numerosas multidões o seguiam” (Mt 4.23-25), quando chegou à própria cidade de Nazaré, o povo que o conhecia havia muitos anos não o recebeu:

Tendo Jesus proferido estas parábolas, retirou-se dali. E, chegando

à sua terra, ensinava-os na sinagoga, de tal sorte que se maravilhavam

e diziam: Donde lhe vêm esta sabedoria e estes poderes miraculosos?

Não é este o filho do carpinteiro? Não se chama sua mãe Maria, e seus

irmãos, Tiago, José, Simão e Judas? Não vivem entre nós todas as suas

irmãs? Donde lhe vem, pois, tudo isto? E escandalizaram-se nele.[...]

E não fez ali muitos milagres, por causa da incredulidade deles

(Mt 13.53-58).

Essa passagem bíblica indica que aqueles que mais conheciam Jesus, os vizinhos com que vivera e trabalhara por trinta anos, consideravam-no não mais que um homem comum – bom homem, sem duvida, justo, bondoso e confiável, mas certamente não o próprio Deus encarnado. Vamos ver nas próximas seções como Jesus era plenamente divino em todos os sentidos – Ele era verdadeiramente Deus e homem em uma única pessoa – mas ainda precisamos reconhecer o sentido pleno de uma passagem como essa. Pois nos primeiros trinta anos de vida, Jesus levou uma vida humana tão normal, que as pessoas de Nazaré que o conheciam melhor ficavam surpresas com o fato de conseguir ensinar com autoridade e realizar milagres. Eles o conheciam. Jesus era um deles. Jesus era “o filho do carpinteiro” (Mt 13.55), e ele próprio era “carpinteiro” (Mc 6.3), tão comum, que podiam perguntar:^”Donde lhe vem, pois, tudo isto?” (Mt 13.56). E João nos diz: “... nem os seus irmãos criam nele” (Jo 7.5).

Era Jesus plenamente humano? Ele era tão plenamente humano que mesmo os que viveram e trabalharam com ele por trinta anos, mesmo os irmãos que cresceram na casa dele, não percebiam que era um tanto superior a outros seres humanos muito bons. Ao que parece, não tinham idéia de que fosse Deus vindo em carne.

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