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domingo, 25 de janeiro de 2009

A NATUREZA DIVINA DE CRISTO.

A NATUREZA DIVINA DE CRISTO



Sabemos que nos últimos dois séculos se levantaram diversos estudiosos que tentaram fazer desacreditar das principais doutrinas da fé cristã. Nunca se atacou tanto a fé cristã como nesta época. Questionam a autoridade das Escrituras, a sua inspiração, a historicidade dos Textos Sagrados, a existência de Deus e uma infinidade de outros questionamentos. Porém, existe uma das doutrinas centrais do cristianismo que é afrontada com veemência a milhares de anos. Desde os primeiros anos de fé cristã existem os que negam a divindade de Cristo Jesus. Negar a divindade de Cristo é negar o próprio cristianismo. Não há cristianismo sem que haja uma compreensão correta de quem é Jesus. E uma das coisas que precisamos compreender é que Jesus é Deus.
Desde já quero deixar claro que neste pequeno estudo eu não pretendo tratar do assunto de forma exaustiva e muito menos trazer coisas novas. O assunto aqui tratado será muito familiar para os que estudam as Escrituras Sagradas com seriedade e procurarei ser objetivo para que qualquer um que ler o texto possa entender. Darei alguns pontos que nos ajuda a compreender a verdade acerca de Cristo e sua divindade.
Primeiramente devemos entender que para que alguém seja considerado Deus deve preencher alguns requisitos que somente Deus poderia ter, a saber: eternidade, ser o criador de tudo, onipotência, onipresença, onisciência, dignidade para ser adorado, perdoar pecados etc...
Todas estas características são consideradas como Atributos Incomunicáveis de Deus, ou seja, são atributos, características, que Deus não compartilha com ninguém, pois somente Ele pode possuir tais atributos, portanto se Jesus possuir tais atributos Ele é Deus. É o que passaremos a considerar a seguir. Porém antes de tudo deve-se entender que acreditar na divindade de Cristo não é crer na existência de dois deuses, pois as Escrituras nos declaram que existe apenas um Deus verdadeiro (Dt 6.4), que este Deus único é composto de três pessoas distintas Pai, Filho e Espírito Santo, pois a Bíblia atribui divindade aos três (1Co 8.6; Tt 2.13; At 5.3-4). Portanto não acreditamos na existência de outro deus.
Passemos agora a analisar esses atributos em Jesus e considerar o por que Ele é Deus.


1º - Jesus é Deus porque Ele é eterno: Como já citamos acima, eternidade é um dos atributos incomunicáveis de Deus. Só Deus é eterno. Ser eterno é não ter inicio nem fim. Deus é eterno porque nunca houve uma época em que Ele não existiu (Sl 90.2). E este mesmo atributo esta sobre Jesus. Em Isaías 9.6, que é uma profecia Messiânica declara que o Messias esperado seria chamado de “Pai da Eternidade”[1]. Em Miquéias 5.2 diz que o que as suas “origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade”[2], ou seja Ele, Jesus, não veio a existir quando Maria se achou grávida, ali foi a encarnação de Deus. Ele se fez carne e habitou entre nós (Jo 1.1-14). Ele já existia desde a eternidade passada. Veremos também alguns textos no Novo Testamento que provam a eternidade de Jesus. Em Hebreus 7.3 em uma comparação de Melquisedeque com Jesus afirma que: “Sem pai, sem mãe, sem genealogia, sem princípio de dias nem fim de vida, feito semelhante ao Filho de Deus, ele permanece sacerdote para sempre”[3]. Em Romanos 9.5 a Bíblia chama Jesus de “Deus bendito eternamente”[4]. Com estas referências bíblicas não temos outra opção a não ser declarar que Jesus é eterno e se é eterno é Deus. Mas o texto que mais me chama a atenção é o que está no Evangelho escrito por João 8.58 onde está escrito assim: “Respondeu Jesus: ‘Eu lhes afirmo que antes de Abraão nascer, Eu Sou!’[5]”, veja que coisa interessante Jesus disse, demonstrando ter consciência de sua própria eternidade, Ele usa um evento do passado “antes que Abraão nascer” para fazer referência a Ele mesmo usando um verbo no presente “Eu sou”, Jesus pode afirmar isso pois eternidade não é um tempo e sim um estado. Não há presente, passado e futuro na eternidade. Ser eterno é esta fora do tempo é um “presente” eterno (2Pe 3.8). Por isso Ele usa um evento no passado e refere-se a Ele no presente. Isso demonstra que Jesus enquanto andava neste mundo tinha plena consciência de sua eternidade.


2º - Jesus é Deus porque Ele é Criador: A Bíblia Sagrada é enfática ao declarar logo no inicio que Deus é o criador de todas as coisas: céu, terra, seres vivos e o ser humano. Em Gênesis 1.1 é declarado: “No princípio criou Deus os céus e a terra.”, portanto para nós, que cremos nas Escrituras como única verdade absoluta, não há dúvida que Deus é criador. E no mesmo capítulo existe uma declaração interessante: “Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança...” (Gn 1.26). Com quem que Deus Pai realiza a obra da criação? Quando analisamos a Bíblia iremos chegar a uma conclusão de que Jesus participou desta obra. Primeiramente deve-se entender que não podem ter sido para os anjos que Deus declarou “façamos o homem” pois em nenhum lugar nas Escrituras há referências sobre anjos como criadores. Mas há uma vasta quantidade de referencias sobre Cristo como criador como por exemplo João 1.3 que diz: “Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez.”, nesse texto é claro que tudo que Jesus é criador de todas as coisas. Vemos esta realidade também em João 1.10 que diz: “Estava no mundo, e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o conheceu.”. O apóstolo Paulo também declara esta realidade em suas epístolas, vejamos: Colossenses 1.16-17 “Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele. E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele.” Sendo assim se Cristo é criador de todas as coisas então podemos afirmar que Ele é Deus.


3 º - Jesus é Deus porque é Onipresente, Onipotente e Oniscinente: Sabemos através da Palavra de Deus que somente Deus tem todo conhecimento, todo o poder e pode estar em todos os lugares ao mesmo tempo. E em Cristo Jesus encontramos tais características também. Vemos nas Escrituras a sua onipresença citada em Mateus 18.20 que diz: “Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles.”. Vemos sua onipotencia em Filipenses 3.21 que diz: “Que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas.” Vemos aqui Cristo sendo descrito por Paulo como aquele que sujeita todas as coisas pelo seu poder. Vemos esta verdade também em Jo 5.19 e Mt 28.18. Vemos a sua onisciencia em João 16.30 que diz: “Agora conhecemos que sabes tudo, e não precisas de que alguém te interrogue. Por isso cremos que saíste de Deus.”, a onisciencia de Cristo aqui é reconhecida por todos os seus discípulos, vemos o mesmo fato em Jo 2.25; Mt 9.4; Mc 2.6-8. A onisciencia de Cristo sonda até mesmo os pensamentos e intenções do coração humano. Se Jesus tem, como já vimos que tem, os atributos de onipresença, onipotencia e onisciencia então podemos dizer que Ele é Deus, pois só Deus o é.


4º - Jesus é Deus porque é digno de ser adorado: Na minha opinião este é o argumento mais forte acerca da divindade de Cristo. Podemos analisar as Escrituras e sem muito esforço chegaremos a conclusão de que somente Deus é digno de ser adorado, pois tal tema é vasto dentro das escrituras. Não nos falta textos para provar a dignidade de Deus ser adorado, por isso é Deus, pois só Ele pode ser adorado. Inclusive o próprio Jesus quando foi levado ao deserto para ser tentado pelo diabo declarou: “Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás.” (Mt 4.10). Mostrando assim a conciência que tinha a cerca da dignidade de adoração somente a Deus. Porém pouco tempo depois Jesus estava descendo do monte das oliveiras com a multidão que ouviu o sermão da montanha e de repente “E, eis que veio um leproso, e o adorou, dizendo: Senhor, se quiseres, podes tornar-me limpo.” (Mt 8.2) se Jesus tinha plena conciência de que somente Deus seria digno de adoração, por que não repreendeu o leproso? Simplesmente porque sabia que Ele mesmo era Deus e assim digno de adoração. Pois se assim não fosse Jesus teria tomado uma atitude louca. Porém Ele recebe aquilo que lhe é devido e não impede o leproso em seu ato de adoração. Esse não é o único caso isolado em que Jesus recebe adoração e em todas as vezes Ele prontamente recebe o que lhe é devido, pois digno é. Diferente dos apóstolos que ao verificarem a menor possibilidade de adoração por parte de outro ser humano prontamente repreendia e se igualava a eles (At 10.25-26). Até mesmo os anjos quando percebem qualquer ato que possa ser de usado na adoração a Deus prontamente repreende tal pessoa (Ap 19.10). Mas com Jesus era diferente, como já vimos. Além destes textos temos também (Ap 5.12; Hb 1.6; Mt 2.2; Mt 9.18; Mt 14.33). Portanto se somente Deus é digno de adoração e Jesus recebeu adoração então podemos exclamar em adoração que Jesus Cristo é Deus Todo Poderoso, amém.


5º - Jesus é Deus porque perdoa pecados: Ao analisar a Bíblia também chegaremos a conclusão de que só Deus pode perdoar pecados (Is 1.18; Is 43.25; Mc 2.7). E em Cristo nós vemos esta realidade, na Bíblia Ele constantemente declara os pecados de pessoas perdoados como em Lucas 7.48 que diz: “E disse-lhe a ela: Os teus pecados te são perdoados.”. Vemos esta mesma realidade no texto de Mateus 9.2 que diz: “E Jesus, vendo a fé deles, disse ao paralítico: Filho, tem bom ânimo, perdoados te são os teus pecados.”. Vemos na Bíblia constantemente pessoas reconhecendo esta realidade e se prostrando e rogando a grande misericórdia de Deus e recebendo através de Cristo o perdão dos pecados. E se Cristo perdoa pecados e se só Deus pode perdoar pecados podemos então declarar que Jesus é Deus (ver também At 5.31).


6º - Jesus é Deus porque é salvador: Ao estudarmos as Escrituras também chegaremos facilmente a conclusão que somente Deus pode salvar e fora dEle não há salvador (Is 43.11). Se o texto de Isaías está correto, como sabemos que está, então sabemos que fora de Deus não há outro salvador. Portanto qualquer possibilidade de salvação fora de Deus é ilusória e falsa e portanto se Jesus não é Deus a Bíblia não declararia que Ele é salvador com diz em 4.12 “E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.”. Ora quem está com a razão? Isaías ou Lucas? Isaías diz que fora de Deus não há salvador e Lucas diz que não há outro nome pelo qual possamos ser salvos, que ta certo? O resposta é evidente. Não há contradições nas declarações de Isaías e de Lucas, ambos estão com a razão, pois Jesus é Deus e é salvador. Temos esta mesma declaração em vários versículos da Palavra de Deus como em Tito 3.6; 2Pedro 1.11; 2Pedro 3.18 ; 1João 5.20. É muito claro o ensino bíblico acerca da salvação do ser humano. Não há possibilidade de salvação fora de Jesus, que é Deus. Podemos exclamar mais uma vez que Jesus é Deus porque é o nosso salvador.


7º - Jesus é Deus porque a Bíblia assim o chama em muitos textos: É muito comum vermos a Bíblia se referir a Jesus como Deus, como em Tito 1.13 “Aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Salvador Jesus Cristo”, aqui Jesus é chamado de Deus. Vemos também a confissão de Tomé em João 20.28 declarando também que Jesus era Deus, e Jesus não o repreende por assim o chamar, simplesmente pelo fato de ser Ele Deus. E temos muitos outros textos que se referem a Jesus como Deus: João 1.1-3; Cl 2.9.


Conclusão: É meu dever dizer que estas não são as únicas prerrogativas pelas quais declaramos a divindade de Jesus, como antes já disse que não estava com a intenção de esgotar o tema. Porém acredito que os motivos aqui listados são suficiente para que cheguemos a conclusão que de fato Jesus Cristo é Deus Todo Poderoso. Eu me alegro nesta verdade e sem nenhum receio declaro a divindade de Jesus porque Ele é Eterno, Criador de tudo, Onipotente, Onipesente, Oniciente, digno de ser adorado com Deus, perdoa pecador, nosso único salvador e porque a Bíblia centenas de vezes o declara como Deus. A Ele seja a glória, a honra e o louvor.


Referências Bibliográficas:
Pearlman, Myer – Conhecendo as Doutrinas da Bíblia – São Paulo - Ed. Vida 2006
Grudem, Wayne – Teologia Sistemática – São Paulo – Ed. Vida Nova 1999
A Bíblia Anotada – São Paulo - Ed. Mundo Cristão 1994
Stern, David H. – Comentário Judaico do Novo Testamento – Belo Horizonte – Ed. Atos 2008
Todos os textos Bíblicos citados foram extraídos da Tradução de João Ferreira de Almeida Fiel, excepto os que incluem nota que traz a tradução utilizada.



MIS. ALESSANDRO VIEIRA

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