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segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Ortodoxia Ou a Perdição - Thomas Watson

domingo, 19 de setembro de 2010

MEDITAÇÕES SOBRE O EVANGELHO SEGUNDO MATEUS - XV

O SERMÃO DO MONTE – IX (Mt 5.33-42)

Por Alessandro Costa Vieira

A credibilidade do falar cristão (Mt 5.33-37): Jesus continua o sermão do monte, e agora trata sobre a credibilidade do falar. Demonstrando como os fariseus interpretavam a Lei com relação à credibilidade da palavra falada por eles. Mais uma vez Jesus demonstra que seus ouvintes conheciam a Lei e a interpretação que os fariseus davam a ela. A declaração de Jesus diz respeito a interpretação que os fariseus davam aos seguintes textos Êx 20.7; Lv 19.12; Nm 30.2. A Lei apresentava condições claras sobre o juramento. Era uma forma de fazer com que os homens tivessem a garantia de que a palavra de outro era verdadeira. Mas muitos dos fariseus se utilizavam deste mecanismo para jurar em falso. Tinham a confiança de outros mesmo quando diziam mentiras. Esse tipo de juramento que Pedro recorreu quando foi reconhecido como seguidor de Jesus, quando Jesus fora preso (Mt 26.69-74). Os fariseus conseguiam a credibilidade de suas palavra jurando falsamente. Juravam por tudo, pelo céu, pela terra, pela cidade de Jerusalém, etc. E por qualquer motivo faziam juramentos, até pelas questões cotidianas da vida. Os fariseus eram muito espertos e criavam diversos meios de tentar fazer “cumprir” a Lei. E com relação ao jurar diziam que podiam jurar pelo templo e estava livre de cumprir o que jurará, mas se jurasse pelo ouro do templo teria que cumprir (Mt 23.16-22). Usavam esses meios para que os outros acreditassem o que eles falavam com a pretensão de engano. Quem poderia discernir o que era um juramento falso ou verdadeiro, sendo que se utilizavam desses meios? Porém o nosso Senhor Jesus ensina que não devemos jurar por nada. Que o nosso falar deve ser sim ou não. O fato de termos sidos regenerados pela obra do Espírito Santo em nossas vidas não se faz necessário que juremos por tudo que falamos. A conversão em si só garante a credibilidade do servo de Deus. O falar do cristão não necessita de garantias para saber se é verdade ou não (Tg 5.12; Zc 8.16-17). Ele sempre fala a verdade. Devemos frisar aqui que estamos falando do verdadeiro cristão (1Jo 1.6; 1Jo 2.3-6). Portanto não há necessidade de fazermos juramentos para confirmar a credibilidade de nossas palavras, pois temos consciência de que o pai da mentira é o diabo (Jo 8.44).
Devemos entender, também, que o fato de Jesus dizer que “de maneira nenhuma jureis” não significa que não podemos nunca jurar, mas que não devíamos usar desse mecanismo para fazer com que toda e qualquer palavra que falarmos seja acreditada. Como por exemplo: para que alguém acredite que eu almocei eu tenho que jurar que almocei. Isso não se faz necessário e é contrário a Palavra de Deus. Mas há ocasiões em que podemos exercer juramento, como num tribunal. Temos alguns exemplos na Bíblia em que pessoas exercem juramento: Jesus (Mt 26.63-64); Paulo, toma Deus por testemunha, que é uma forma de juramento (2Co 1.23); Deus (Hb 6.13-14).

Olho por olho (Mt 5.38-42): Neste ponto o Senhor Jesus vai tratar sobre a pratica da justiça. O texto citado por Jesus aparece algumas vezes no Antigo Testamento com a intenção de demonstrar que a Lei protege o justo de atitudes perversas, afim de que o culpado pague a devida indenização para com quem ele cometeu o mal (Êx 21.22-27; Lv 24.19-20; Dt 19.15-21). A pratica da justiça do cristão tem seu maior exemplo em Jesus. Aqui o Senhor começa com a seguinte declaração: “não resistais ao mal”. Demonstrando assim o ensino divulgado em todo o Novo Testamento que não devemos pagar o mal com o mal e sim com o bem (Rm 12.21; 1Tm 5.15), de não levar os irmãos perante o tribunal e para o bem da igreja sofre o dano (1Co 6.1-8). O cristão acredita que somente a Deus pertence a vingança (Rm 12.19; Hb 10.30), e que quando ele sofre a injustiça por causa da verdade ele permanece em paz (Mt 5.10-12; 1Pe 4.12-16). O grande exemplo do Senhor Jesus em seu sofrimento é a motivação maior para vivermos uma vida em que muitas vezes preferimos sofrer o dano a exigir a devida retribuição pela ofensa (At 8.32; Lc 23.34). Jesus nos ensina a perdoar os nossos agressores (Mt 6.12). “O amor não faz mal ao próximo. De sorte que o cumprimento da lei é o amor.", diz o apóstolo Paulo em Romanos 13.10. A lei nos dá direitos, mas também nos dá a liberdade de renunciar a eles, e assim manifestar a justiça de Cristo. Temos nossos direitos, e a Palavra de Deus os protege. Temos, também, a liberdade de renunciar a eles para demonstrar o amor de Cristo. Não é a demanda por seus direitos que caracteriza o justo, mas o desistir deles é que destaca o homem que agrada a Deus. O padrão de Jesus é bem diferente do padrão mundano. Em Romanos 12.20 Paulo nos mostra como deve ser a nossa reação com nossos inimigos: “Portanto, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem.”, essa é a justiça que Deus deseja que demonstremos neste mundo.
Que Deus nos ajude a viver como Ele deseja.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

MEDITAÇÕES SOBRE O EVANGELHO SEGUNDO MATEUS - XIV

O SERMÃO DO MONTE – VIII (Mt 5.27-32)

Por Alessandro Costa Vieira




O padrão moral do povo de Deus (Mt 5.27-30): Jesus prossegue com o sermão do monte. Após falar sobre o verdadeiro homicida aos olhos de Deus, Jesus, começa a falar do que se trata de imoralidade sexual aos olhos dEle. Demonstrando assim o padrão moral que o Seu povo deve ter. O Senhor Jesus começa, como na sessão anterior, com a declaração “Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério”, demonstrando que os ouvintes conheciam a Lei,e nesse caso o sétimo mandamento (Êx 20.14). Mas é bom esclarecer que Jesus não está contradizendo a Lei nem mesmo acrescentando nada a ela. Mas na verdade está dando a interpretação correta da Lei com relação à interpretação que os fariseus davam a mesma. Como já observamos, no estudo anterior, que os fariseus eram “peritos” em tentar burlar o cumprimento da Lei (Mc 7.9). Preocupavam-se apenas com o exterior e não com o interior do homem (Mt 23.25-26). E mais uma vez o Senhor Jesus trata que o pecado começa no interior do homem. Os fariseus acreditavam que somente o ato final era pecado. Mas a própria Lei diz no décimo mandamento “Não cobiçarás” (Êx 20.17). Ainda hoje existem muitos “cristãos” professos que pregam sobre o sétimo mandamento de forma bem parecida com os fariseus. Dizem que se duas pessoas não chegam ao ponto de terem uma relação sexual, então seja o que for que fizerem, não cometem adultério. Esse tipo de pregação vai totalmente contra a vontade de Deus. Jesus fala novamente onde nascem as atitudes pecaminosas dizendo a seguinte declaração: “qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela”, essa declaração de Jesus mostra que já no interior do homem os desejos pecaminosos já são pecados. Pensar em pecar consiste em pecado (Mt 15.19).
Nos versículos posteriores, 29-30, nosso Senhor Jesus demonstra como devemos reagir com relação as tentações que nos rodeiam. As declarações são fortes e muitas vezes mal interpretadas por leitores da Bíblia. Quando Jesus diz que “se o teu olho direito te escandalizar, arranca-o e atira-o para longe de ti” e “se a tua mão direita te escandalizar, corta-a e atira-a para longe de ti” não estava ensinando automutilação, como alguns querem fazer pensar, mas na verdade é uma declaração que demonstra como Jesus leva a sério a luta pela pureza. Devemos considerar que se necessário for devemos nos afastar de tudo quanto pode nos afastar da fé e da pureza e nos levar à imoralidade. Podemos comparar o ato de arrancar o “olho” ou a “mão” com o ensinamento bíblico da mortificação do pecado. Em Rm 8.13 Paulo diz que pelo Espírito as obras da carne são mortificadas e em Cl 3.5 diz que devemos mortificar não só as obras da carne, mas até mesmo o mau desejo, vil concupiscência. Somente pela graça de Deus e pelo poder de seu Espírito que temos condições de mortificar o pecado. Essa verdade nos leva a pensar no que devemos fazer para fugir das situações que nos leva ao pecado, em nossos pensamentos ou atos. Se for preciso abandonar hobbys, atividades, relacionamentos ou qualquer outra coisa que possa nos levar a pecar. Por exemplo: se você gosta de nadar e ir à praia ou a piscina e ter contato visual com pessoas que estão trajados com pouca roupa leva-o a pensamentos lascivos, deixe de ir à praia ou a piscina. É bom frisar aqui que não é pecado ir à praia ou a piscina, mas os pensamentos impuros nutridos, se for o caso, é. Outro exemplo: Se você tem problemas para evitar sites com conteúdo imoral, deixe de usar a internet. Jogue a TV fora, quebre o celular, deixe de ir a certos lugares onde pessoas que tentam leva-lo à imoralidade frequentam também (Pv 1.10). Mais uma vez é bom frisar que não é pecado ver TV, acessar a Internet, mas se eles te levam a imoralidade deixe-os. Ou seja, abra mão, se afaste, arranque tudo que possa te levar à praticas imorais. Devemos levar em consideração também que se você pensar que: “Já que é pecado logo no pensamento vou fazer logo o que penso”. É um pensamento infeliz. A Bíblia diz em Gn 4.7 que Caim devia ter dominado sobre o seu pensamento odioso. Esse deve ser o nosso comportamento também quando os pensamentos pecaminosos vierem dominar sobre eles (Jó 31.1). Não ceder a eles. Pedir perdão a Deus, arrependido, pelo mau pensamento, e graça para não praticar o ato pecaminoso.

Sobre o divórcio (Mt 5.31-32): Jesus continua falando da vida conjugal do seu povo, e este assunto ainda está relacionado com o adultério que foi tratado nos versículos anteriores, e mostra como os judeus interpretavam o texto de Dt 24.1-4, que mostrava quais eram os motivos para a possibilidade de divórcio. Na época de Jesus estava tendo uma banalização muito grande do matrimonio. Os homens despediam suas mulheres por qualquer motivo, dando carta de divórcio. Um exemplo é o da mulher samaritana em Jo 4.16-19 que já tinha passado por cinco casamentos. Porém existiam casais que permaneciam fiéis mesmo em meio de “possibilidade” para o divórcio, como Zacarias e Isabel (Lc 1.5-7). A Lei de Deus não aprovava essa pratica. E havia muita disputa sobre quais eram os motivos reais para o divórcio com base no texto de Dt 24.1 que diz que “por nela encontrar coisa indecente”. O que seria essa coisa indecente? Alguns diziam que seria o adultério, mas não pode ser, pois a Lei diz em Dt 22.20-22 que o adultero (a) deveria ser punido com a morte por apedrejamento, e sendo assim não seria necessário a carta de divórcio. Devemos considerar que o matrimonio diante de Deus é indissolúvel e é até a morte (Rm 7.2-3; 1Co 7.39). E Jesus em outro lugar vai dizer que a questão de dar carta de divórcio só era permitida devido a dureza de coração do povo (Mt 19.4-6,8). A exceção nesse texto, Mt 5.32, é que por motivo de prostituição, imoralidade sexual, que se permitia o divórcio. Porém em alguns textos paralelos não aparece a exceção que aqui aparece (Lc 16.18; Mc 10.11-12). Paulo falando sobre o matrimônio diz que por causa da prostituição cada um deve ter sua própria mulher ou seu próprio marido (1Co 7.2). O casamento é um estado honroso (Hb 13.4) que Deus proveu para nos livrar da impureza sexual. Acredito que a posição do cristão com relação ao matrimonio é: “EVITE a separação em todas as ocasiões, dê preferência ao perdão (1Co 7.10-16). Pois Deus odeia o divórcio”.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

MEDITAÇÕES SOBRE O EVANGELHO SEGUNDO MATEUS - XIII

O SERMÃO DO MONTE – VII (Mt 5.21-26)

Por Alessandro Costa Vieira

Quem é o verdadeiro homicida? (Mt 5.21-26): Jesus continua a falar do padrão exigido por Deus para o seu povo. E aqui Ele começa a falar de como a Lei se relaciona com o Evangelho e dá exemplos de como a justiça pode exceder a dos fariseus. O povo que o ouvia conhecia o que a Lei dizia, pois Jesus declara: “ouvistes que foi dito aos antigos”, porem não conheciam a aplicação da Lei como Deus deseja que fosse aplicada. Acreditavam que apenas o fato consumado era pecado. Jesus vai usar aqui o exemplo do sexto mandamento: Não mataras (Êx 20.13). Acreditavam que Deus não olhava para o que se passava no interior do homem. Os fariseus não se preocupavam com isso. O que tinha valor para eles era somente o exterior (Mt 23.25-26). Jesus mostra que a santidade que Deus exige é muito mais profunda do que eles achavam. Mas a declaração de Jesus não é um segredo que naquele momento foi revelado, mas o que eles criam era uma interpretação errônea que os fariseus davam da Lei, pois já no Antigo Testamento Deus tinha falado diversas vezes sobre a santidade no interior do homem, que Ele leva em conta o que ta dentro do homem (1Sm 16.7; Sl 139.2; Am 4.13) e que o pecado já é pecado no pensamento, antes mesmo de o fato ser consumado (Pv 24.9; Ec 7.9; Zc 7.10; Zc 8.17). Jesus abre os olhos de todos para aquilo que os fariseus não olhavam nem consideravam. Devemos lembrar que a Lei tem como objetivo mostrar a santidade que o Deus Santo e Justo exige do seu povo. Santidade esta que está além da nossa capacidade (Rm 3.19-20). A cada declaração do Nosso Senhor o vemos reafirmando a incapacidade do ser humano agradar a Deus (Rm 3.10). Se esse povo sentia-se oprimido com a Justiça dos fariseus, que dizia “Não matarás; mas qualquer que matar será réu de juízo”, imagine o que eles pensaram com as seguintes declarações do Senhor: “Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo; e qualquer que disser a seu irmão: Raca, será réu do sinédrio; e qualquer que lhe disser: Louco, será réu do fogo do inferno.” Essas declarações mostraram, com certeza, quão incapazes eram os ouvintes, e nós, de cumprir as exigências de Deus. E é essa uma parte importante das boas novas de Jesus. O Evangelho também vem nos dizer que somos pecadores por natureza e que merecemos o inferno (Ef 2.1-3; Rm 6.23). Mensagem esta que os falsos mestres abandonaram. Que os pregadores da prosperidade não pensam nem em falar. E por isso seus seguidores estão fadados ao inferno perdidos sem o Evangelho e consequentemente sem Cristo (2Co 11.4).

Analisaremos agora o que o Senhor Jesus quis dizer com essas declarações: 1ª – Jesus declara que ficar irado com um irmão em Cristo, sem causa, deveria sofrer o mesmo dano que os fariseus atribuíam aos que matavam alguém. A ira sem motivos, contra um irmão em Cristo, é o mesmo que assassinato aos olhos de Deus. A palavra que aparece no texto traduzido para “se encolerizar” é (gr) orgizomenoj (orgizomenos) que é a mesma palavra que aparece em Lc 15.28 que demonstra a indignação do irmão do filho prodigo ao ver seu irmão voltar para casa do pai. Entre os irmãos em Cristo não deve haver lugar para a ira, muito menos sem motivos. Essa ira, cólera, pode atingir tanto para dentro como para fora da pessoa. Para dentro, estar irado, pode equivaler a estar amargurado, carregar rancor, consumir-se intimamente. E para fora pode equivaler a estar agitado, ter um ataque de fúria, agredir, ter uma mentalidade áspera. Tudo isso foi considerado como assassinato aos olhos de Jesus. – Jesus diz que qualquer que disser ao seu irmão: RACA, será réu do sinédrio, que no tempo de Jesus era o supremo tribunal daquela terra, essa palavra significa “cabeça oca” dá a ideia de alguém inútil, sem valor. É um insulto que demonstra desprezo pelo irmão que é imagem e semelhança de Deus. Essa palavra vai aparecer lá no Antigo Testamento em 2Sm 6.20 e é traduzida por “vadios”. – Jesus também diz que quem chamar o irmão de louco, será réu do fogo do inferno. A palavra que é traduzida por “louco” é (gr) mwre que também pode ser traduzida por “tolo, néscio” esses termos nos faz lembrar de vários testos do Antigo Testamento que expressa o néscio como o incrédulo ateu que nega a existência de Deus (Sl 14.1; Sl 53.1) ou como aquele que aparece no livro de Provérbios que despreza a lei de Deus e sua instruções. Portanto chamar o irmão em Cristo de louco, néscio, tolo, é o mesmo que dizer que ele está condenado ao inferno por não crer em Deus. E aos que fazerem esse insulto a um irmão será réu do fogo do inferno.

A instrução aos irmãos que ofendeu ou foi ofendido esta nos versos seguintes. Nos versos 23 e 24 apresenta a urgência de quem foi insultado “se teu irmão tem alguma coisa contra ti” vai e reconcilia com ele antes de oferecer o sacrifício a Deus. Se fossemos falar como em nossos dias podíamos dizer: “se você estiver no culto e lembrar-se que seu irmão tem algo contra ti, não espere nem o culto terminar para reconciliar-se com seu irmão”, demonstrando a urgência de tratar a ira (Ef 4.26). E nos versos 25 e 26 fala do dever de conciliação de quem ofendeu. Se você percebeu que ofendeu um irmão não deve esperar para ver as consequências. Deve conciliar-se “depressa”. Aqui Jesus usa a figura do tribunal. E entre os romanos era aceito que o ofendido levasse o ofensor até o tribunal e iam juntos, e enquanto ia pelo caminho, o ofensor, podia tentar a conciliação com quem ele ofendeu, se deixasse chegar à presença do juiz nada mais seria feito, senão a sentença dada pelo juiz, e dada a sentença teria de pagar tudo.

Esses mandamentos de Jesus para seus discípulos demonstram como é alta a exigência que Deus quer de seu povo. Tão alta que não podemos atingir. Pois nossos pensamentos constantemente são levados a pecar contra nossos irmãos, ainda que em “leves” pensamentos maus. Reconhecemos as nossas fraquezas e debilidade em cumprir a justiça de Deus. E o que nos resta é aceitar o sacrifício vicário de Jesus por nós na cruz, que cumpriu a toda a lei, perfeitamente, em nosso favor (Tt 2.14; 1Ts 5.10; Ef 5.2). Todos esses padrões que Jesus apresenta devem ser seguidos, devemos nos esforçar para tal. Mas não como meio de salvação e sim por amor a Deus e sua Palavra, para que nosso testemunho seja eficaz neste mundo e para que venhamos demonstrar os frutos da salvação eterna obtida por meio da gloriosa graça de Nosso Senhor e único Salvador, Jesus Cristo.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

MEDITAÇÕES SOBRE O EVANGELHO SEGUNDO MATEUS - XII

O SERMÃO DO MONTE – VI (Mt 5.17-20)

Por Alessandro Costa Vieira




Jesus veio para cumprir a lei (Mt 5.17-20): O sermão do monte começou com as bem-aventuranças, que demonstrou o caráter do salvo. Depois o Senhor Jesus prosseguiu falando do testemunho e influencia do cristão no mundo. E agora vem dizendo sobre qual é a exigência para que o homem possa entrar no reino dos céus. Devemos lembrar que o povo que ouvia essas palavras eram pessoas oprimidas pela culpa de não poderem atingir o padrão exigido pela lei (Lv 20.26) e pela tradição dos fariseus (Mt 23.1-5). Os fariseus que inventaram uma forma de “burlar” a lei de Deus dando uma interpretação particular para ela. Onde visavam apenas os fatores exteriores da vida. Por exemplo: Falavam do adultério, mas não falavam sobre a luxuria que trazia o adultério; falavam sobre o assassinato, mas nada falavam sobre o ódio no coração que levava alguém a matar outro (Mt 23.4). Os fariseus não consideravam o objetivo da lei, que é de revelar o caráter Santo do Deus todo poderoso. O homem não pode ver a santidade de Deus e viver, portanto a Lei de Deus é o espelho que reflete o Santo caráter de Deus. É por meio dela que sabemos o que Deus exige do homem para que este o agrade. Talvez os ouvintes do sermão do monte esperassem que Jesus trouxesse uma mensagem mais amena sobre as exigências de Deus para que o homem fosse aceito. Mas o Senhor Jesus não faz um discurso fácil de ouvir, pois primeiro Ele diz que não abriria mão de nenhum J ou ~ da lei (J no hebraico é a menor letra do alfabeto y, e o ~ seria o equivalente a uma parte de uma letra), ou seja, nada da lei seria deixado de lado. E com relação às tradições dos fariseus, que eram compostas de 365 mandamentos negativos e 250 positivos, Jesus diz que “se a vossa justiça não exercer a dos fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus” (Mt 5.20). Poxa eles teriam de ultrapassar a justiça que os fariseus pregavam. Como seria isso possível? A verdade é que a justiça dos fariseus nada tinha de justiça, diante de Deus. Eram regras de homens (Mc 7.7) que os levava a acreditar que seriam aceitos por Deus cumprindo tais “mandamentos” (Mc 7.8-9). Porém a santidade que Deus exige do homem é muito superior a meras praticas exteriores. O ser humano para ser aceito por Deus deve ser santo com Deus é Santo (1Pe 1.15). O verso 19 explica o que os fariseus faziam com a lei de Deus. Eles violavam a lei de Deus e ensinavam os outros violarem também (Mc 7.7).
No capítulo 7.9-13 de marcos (ver também Mt 15.3-5)vemos uma forma que os fariseus criaram de burlar a lei de Deus. Segundo a lei de Moisés, quando o pai ou a mãe envelhecia ou adoecia, não podendo prover para seu próprio sustento, cabia aos filhos a responsabilidade de sustentá-los. Era uma responsabilidade de origem divina, pois Deus assim ordenou na lei (Êx 20.12; Dt 5.16). O sustento dos pais custava dinheiro. Os fariseus, amantes do dinheiro, não desejavam contribuir para o sustento dos pais, segundo as necessidades deles, como exigia a lei; daí que o farisaísmo inventou um meio de burlar a lei (Mt 15.5). A lei dizia que algo consagrado a Deus não podia ser usado para fins seculares. Um jarro ou vaso, consagrado ao serviço do Senhor no tabernáculo, vencida a fase de sua utilidade, não poderia ser usado no lar. Tinha de ser destruído porque era de Deus (Lv 6.28). Os fariseus inventaram, pois, uma fórmula pela qual pronunciavam a palavra Corbã, que significa "consagrado ou ofertado a Deus". Diziam, assim, que tudo quanto possuíam era de Deus, e não tinham o direito de usá-lo.
Ouvindo uma batida à porta e vendo o filho que se tratava de seu pai necessitado em busca de auxílio, já sabia que teria de separar-se de algumas coisas tão queridas. Ao dirigir-se à porta, ele diria "Corbã", tudo está consagrado a Deus. Abriria a porta, veria o pai, iria abraça-lo, diria que o amava, e o traria para dentro da casa. Sem dúvida, perguntaria: "Papai, que posso fazer pelo senhor?" Diria o pai: "Filho, sua mãe e eu estamos sem nada. Não temos com que comprar alimento, e lhe pedimos que cumpra sua responsabilidade filial para conosco." Com lágrimas de crocodilo o filho diria: "ah, se eu soubesse ... Acabo de consagrar a Deus tudo o que tenho, e o senhor sabe que a lei não me permite retomar de Deus aquilo que lhe consagrei." E o pai iria embora com sua necessidade.
Os fariseus aprovavam este comportamento. Um pai podia deixar a casa do filho para morrer de fome; o filho podia reter o que era seu, contando com a “bênção” dos fariseus. Para eles, isso era justiça. O Senhor mostrou que mediante essa prática haviam burlado a lei de Deus e ainda chamavam a isso de justiça. No capítulo 7.21-23 de Marcos nosso Senhor mostrou que não é o que entra no homem que o contamina, mas o que sai do seu coração. A fonte da contaminação, aos olhos de Deus, não é o que está fora mas o que está dentro.
Mas a boa noticia de Deus para os seus escolhidos é que Jesus cumpriu a lei de forma integral e isso em nosso lugar (1Pe 3.18; Rm 3.24; 2Co 5.21). Podemos agradar a Deus porque reconhecemos nossa incapacidade de agrada-lo e por crer que a obra redentora de Cristo na Cruz satisfez a toda a justiça exigida por Deus (Ef 1.6; 2Co 5.17-19). Lovamos a Deus por Ele ter nos dado o dom da fé para reconhecermos o nosso estado pecaminoso e nossa necessidade de um Salvador perfeito e justo, que é Jesus Cristo. O qual nos justificou diante de Deus e hoje, nós que reconhecemos essas verdades, não somos mais inimigos de Deus (Rm 5.1), fomos reconciliados, por meio de Jesus Cristo, com nosso Deus (2Co 5.18). E agora quando Deus nos vê encherga a justiça de Cristo em nós.
Que maravilhosa graça nos concedeu o Santissimo Deus.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

FAÇA GUERRA!

MEDITAÇÕES SOBRE O EVANGELHO SEGUNDO MATEUS - XI


O SERMÃO DO MONTE – V



Por Alessandro Costa Veira




O TESTEMUNHO DO CRISTÃO (Mt 5.13-16)

Sal da terra (Mt 5.13): Jesus Cristo continua o Sermão do Monte. Termina de falar das bem-aventuranças e passa a falar da importância do testemunho do Cristão. E a primeira analogia que Ele fez com relação ao testemunho do cristão é a do sal da terra. O sal era algo encontrado em todas as casas daquela época. Era essencial. A Bíblia fala que o sal era usado, inclusive, nas ofertas ao SENHOR (Lv 2.13); também fala que o sal já era usado nos dias de Jó para dar sabor (Jó 6.6); e também fala que nossas palavras devem ser temperadas com sal (Cl 4.6). E uma das propriedades do sal é ser asséptico, ou seja, isento de veneno, ou de contaminação. O sal não tem poder antisséptico, de ir contra o veneno, a contaminação. Ele não pode tornar uma carne contaminada em uma carne boa para o consumo, mas pode impedir que uma carne boa para o consumo não se contamine, corrompa. Ele ainda pode impedir que uma contaminação se alastre por toda a carne. Mas o que o sal ensina sobre o testemunho do cristão e sua influencia no mundo? O mundo está contaminado, corrompido, podemos perceber isso nas vidas que nos rodeiam. Não podemos descontaminar o mundo. Porém a igreja, os salvos, foram chamados para serem como o sal. Que impede que a contaminação se alastre pelo mundo, ou impedir que essa contaminação alcance a igreja em sua pratica. Uma das coisas que Deus colocou sobre em nossas mão para que não se contaminasse é a pregação do Evangelho (2Tm 1.13-14), a pregação do Evangelho é a pregação do Pode de Deus que transformou nossa vida, éramos escravos do pecado, estávamos mortos, mas Deus nos vivificou dando-nos o dom da fé e assim podemos praticar as obras de um salvo (Ef 2.1-10). O Senhor Jesus quer que nossa vida condiga com o que fazemos. Quando as nossas obras não confirma o que falamos as pessoas não dão credito e o nome do senhor é escandalizado em nós. Alguém disse: “Nunca diga algo com sua boca e desdiga com seus atos.”; A pregação do Evangelho deve ser seguida de uma vida piedosa (1Jo 1.5-6). E isso pode nos levar a ser perseguidos neste mundo (2Tm 3.12). Não podemos abrir mão de uma vida piedosa. Outra propriedade que o sal tem é a de dar sabor. Alguém disse que “o sal é o rei dos temperos, coloque toda qualidade de temperos, ervas finas de sua preferência e não coloque sal, não terá sabor.” Assim a mensagem o Evangelho quando pregada por um salvo piedoso, que vive o que prega, a mensagem se torna muito mais saborosa ao paladar (ouvidos, coração), pois vemos o Evangelho na pratica na vida da pessoa que prega. Mas é muito complicado ouvir verdades eternas do Evangelho da boca de um “crente” que não demonstra o que prega na sua vida. Outra propriedade que o sal possui é a de dar sede. A vida de um salvo que é como o sal é uma vida que desperta o desejo de outras pessoas ouvirem o Evangelho de Cristo. Deus pode usar nosso testemunho para despertar os eleitos que vivem neste mundo. Quando a igreja se torna como o mundo para nada mais serve, só para ser pisada pelos homens. Uma coisa que devemos tomar cuidado é: achar que a perseguição por causa dos erros é por vivemos uma vida de piedade (1Pe 4.10-16). Hoje vemos muitos “pregadores” agindo como o mundo e sendo “perseguidos” e dizem que é por sua piedade. Pregadores da prosperidade que enganam seus ouvintes (2Pe 2.1-3) e quando são questionados dizem ser perseguidos. O sal insípido, sem suas propriedades, é como areia, não serve para nada. Que venhamos crescer nas virtudes do cristão, as bem-aventuranças, e aceitar o chamado de ser sal desta terra, no pode do Espírito de Deus.

Luz do mundo (Mt 5.14-16): O Cristão é a luz do mundo, pois é filho da Luz (Jo 12.36). Os discípulos eram luz no Senhor, visto que, creram em Cristo. Sendo luz no mundo, isto indica que, assim como Jesus é, os salvos são neste mundo (1Jo 4.17). A função dos seguidores de Cristo é a de conceder luz ao mundo (casa) que está em trevas. Os seguidores de Jesus tornam-se luz, por serem nascidos da Luz (regeneração). Agora, na condição de filhos da luz, os nascidos de novo devem comportarem-se como filhos (Ef 5.8). Quem é nascido de novo deve comportar-se de modo digno da vocação para qual foi chamado, ou seja, não deve portar-se como andam os outros gentios (Ef 4.1,17). Ser luz deste mundo é viver de forma irrepreensível no meio de um mundo corrupto (Fl 2.14-16). O cristão genuíno vive como luz, é o efeito da conversão em nós (1Jo 1.5-7; Jo 3.19-21), quem anda na luz, ou é luz, ama seu irmão (1Jo 2.6-11). O objetivo de ser luz neste mundo não é simplesmente para ser visto pelos homens, pois o Senhor Jesus nos ensinou que não devemos fazer as obras boas para ser visto pelos homens (Mt 6.16), mas as nossas obras serão visíveis diante dos homens, mas a grande razão de realizarmos tais obras é pelo nome do Senhor (Cl 3.17; 1Pe 2.13), para que por meio de nós o Senhor seja glorificado, ou seja, aqueles que verem a luz em nós, e forem eleitos de Deus, venham para luz também.

Que Deus nos ajude a colocar em pratica a sua Palavra, que nos chama a responsabilidade de ser sal desta terra e luz deste mundo.