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quinta-feira, 28 de agosto de 2008

MEDITAÇÕES SOBRE O LIVRO DE GÊNESIS - VIII

AS CONSEQÜÊNCIAS DO PECADO DE ADÃO (Gn 3.7-19)

Na aula passada analisamos a queda do homem e como se deu a tentação. Compreendemos que a culpa de Adão é a nossa culpa por ter sido ele o nosso representante. Neste momento passaremos a tratar das conseqüências que tal desobediência trouxe sobre a vida do ser humano e em toda a criação.
I – O Homem veste-se a si mesmo (3.7): Tão logo o casal pecou, suas consciências já lhes condenavam. Viram que estavam nus, demonstra que o pecado agora traz uma nova percepção de si mesmo e do outro, quanto a nudez. Não havia mais inocência. Não eram mais como crianças. Eles pensaram que poderiam se vestir com suas próprias obras e justiças, ao invés da justiça de Cristo tipificada no verso 21 (2Co 5.21). Bem diferente disso, a única coisa que Cristo amaldiçoou durante Seu ministério terrestre, foi a figueira que só produzia folhas. Isto poderia mostrar o que Deus pensa das obras de religião aparte do perdão que nós temos em Cristo, e a verdadeira santidade é produzida em nós pelo Espírito Santo (Tt 3.5; Is 64.6).
II – Deus vem em busca do homem (3.8-9): Parece que o Senhor estava acostumado a se encontrar com Adão e Eva para terem comunhão. Que ocasião maravilhosa era esta quando o homem podia caminhar com Deus. Esta comunhão perdida, por causa do pecado, foi restaurada por Jesus Cristo. Deus evidentemente aparecia para Adão em semelhança de homem. Estas aparições no Velho Testamento são chamadas de teofanias, como em outras ocasiões em que Deus se manifestou a outras pessoas (Gn 18.1-2) e não devem ser confundidas com a encarnação de Cristo. Quando o Filho de Deus estava encarnado, Ele não somente apareceu na forma de homem, mas, realmente se tornou homem. Ele era então tanto Deus como homem (Jo 1.1, 14).
No verso 9, nós temos a primeira pergunta da Bíblia. Deus busca e pergunta sobre o paradeiro de Adão que estava perdido no pecado. É maravilhoso o fato de que a primeira pergunta do Novo Testamento foi de um homem pecador buscando o ultimo Adão, isto é o Salvador (Mt 2.1-2). Os homens perdidos necessitam hoje fazer estas duas perguntas: "Onde eu estou como pecador perdido?" e "Onde está o Salvador"? E maravilhoso o fato de vermos o Senhor buscando o homem, mesmo depois deste ter pecado. Mostrando assim que existe um desejo imenso em Deus de que todo o homem seja salvo, mesmo sendo ele pecador. Por isso que vemos Deus encarnado indo até a cruz do calvário para ali se entregar por nós e nos reconciliarmos novamente consigo mesmo, nós o agredimos com nosso pecado e é Ele quem nos busca para a salvação (Rm 5.6-11; 2Co 5.18-21; Cl 1.20)
III – A Destruição do pecado no homem (Gn 3.10-13): Que mudança o pecado imediatamente causou no homem. O pecado que havia transformado um anjo em um demônio, agora fazia a sua obra no homem.
A. O pecado levou o homem a um estado de morte espiritual, cumprindo-se o que Deus disse em Gênesis 2.16-17. A descrição de Adão após o seu pecado revela alguém alienado de Deus. A alegria e relacionamento com Deus foram perdidos. Pois o mesmo Deus que descia para ter comunhão com Adão antes do pecado desceu naquele dia e Adão sentiu medo de Deus. Todos os homens agora já nascem neste estado e necessitam de uma nova vida em Cristo (Rm 5.12; Ef 2.1).
B. O pecado distorceu a imagem de Deus no homem (Gn 1.27). Somente em Cristo isto pode ser restaurado (Cl 3.10).
C. O homem veio a sofrer de uma consciência culpada (vers. 7).
D. A consciência culpada trouxe medo ao homem. O conceito de medo era desconhecido do homem até a entrada do pecado (vers. 10).
E. O homem ao invés de admitir seu pecado, tentou justificar-se.
F. O homem, por natureza, devido ao pecado, passou a fugir e se esconder de Deus. Isso não significa que o ser humano consiga se esconder. Pois é impossível se esconder do Deus onipresente (Sl 139.1-12). A não ser que o Espírito Santo venha a atrair o homem, ele jamais sairá em busca do Senhor (vers. 10, Sl 14:2-3; Jo 6.44; Jo 16.8-11).
G. Adão e Eva, como todo aquele que peca, cedo aprenderam a dar desculpas. Eva culpou a serpente (vers. 13). Adão culpou sua mulher e parece ter insinuado que isto realmente foi culpa de Deus (vers. 12). Miseravelmente esta natureza passou para todos os seus descendentes (Lc 14.18).
H. Adão e Eva tão logo pecaram já demonstravam que não amavam mais à Deus. O quadro completo de Gênesis 3, revela o medo e o desagrado do homem para com Deus. Esta natureza agora faz parte do todo homem (Rm 8.7; Rm 5.10). Amar a Deus somente é possível para aqueles que receberam o novo nascimento sobrenatural. (1Jo 4.7-13).
IV – A sentença por causa do pecado: A Condenação da Serpente - versículo 14. Satanás usou a serpente como seu instrumento, e então Deus a amaldiçoou. Nós não sabemos como era a forma original deste animal, mas desde a sua maldição, o homem parece odiá-la e teme-la. Todas as serpentes eram tidas como imundas sob o regime da lei (Lv 11.42). Isto não quer dizer que há algo realmente pecaminoso a respeito deste animal. A lei cerimonial acerca da impureza, simplesmente ensinava que nós deveríamos detestar o que vem de Satanás, e a serpente é um símbolo dele como sendo sujo e perigoso. Nos é dito que a serpente "comeria do pó" da terra em que ela se rasteja e caça principalmente no chão. A frase "comer do pó" simbolicamente representa a humilhação (Sl 72.9; Ap 12.7-17; Mq 7.17; Rm 16.20).
A Condenação da Mulher – ver.16. 1. Por causa do pecado, o parto envolverá dor e tristeza. A dor multiplicada pode ser uma demonstração de que o pecado é transmitido aos filhos na sua concepção. 2. O pecado levou a mulher a ter muitas dores em seu relacionamento com o homem. Enquanto a sua liderança deveria ser uma benção para todos, o pecado tem impedido isto. O homem tem usado sua força e posição para trazer miséria à mulher. Note os apuros de muitas mulheres através da história e mesmo hoje em muitos lugares. Felizmente para aqueles que conhecem a Cristo, estes sofrimentos são grandemente reduzidos. No lar onde o homem segue o exemplo de Cristo, a sua liderança é uma grande benção para todos (Ef 5).
A Condenação do Homem - versículos 17-19. Quando Adão pecou, ele perdeu a habilidade de ter domínio total sobre a terra (Gn 1.28; Rm 8.22). A agricultura se tornou uma batalha contra a natureza. Espinhos, abrolhos, ervas daninhas e pestes crescem com mais facilidades do que as plantações. O trabalho se tornou uma tarefa suada e cansativa. Simplesmente trabalhar para poder sobreviver, exige da maioria das pessoas, labutar duramente e em meio a muitas dificuldades. A vida termina então com a morte física e o retorno do corpo ao pó.
Na próxima aula estudaremos sobre a provisão de Deus para com o ser humano após o pecado.

domingo, 24 de agosto de 2008

MEDITAÇÕES SOBRE O LIVRO DE GÊNESIS - VII

A TENTAÇÃO E A QUEDA DO HOMEM (Gn 3.1-6)

Neste ponto chegamos ao episódio mais triste da história da humanidade. Quando o ser humano cedeu à tentação e escolhe desobedecer o mandamento de Deus. Deus providenciou para o ser humano tudo que ele precisava. Tinha no jardim do Éden alimento para nutrir o corpo, tinha trabalho para se ocupar, tinha companheirismo, tinha comunhão com seu Criador e tinha domínio sobre todos os animais criados por Deus. Porém isso tudo não foi suficiente para que ele se mantivesse fiel a apenas um mandamento que Deus lhe ordenara. Mandamento este para que não comesse do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. O Senhor lhe avisou que a desobediência traria como conseqüência a morte (Gn 2.16-17). Mas não adiantou.
A serpente(Gn 3.1): Ao ler o texto de Gn 3.1 entendemos que a serpente não tinha a forma repulsiva que tem hoje, pois Eva não se assustou com ela (Gn 3.14). E devemos entender que a serpente foi um meio pelo qual o diabo se utilizou para enganar Eva. Vemos que em todo o capitulo 3 não aparece as palavras Diabo, Satanás ou outro nome ou título qualquer que seria referencia ao grande enganador. Aparece apenas a palavra serpente. Porém em vários versículos da Bíblia o Diabo é identificado como serpente (Jo 8.44; 2Co 11.3,14; Ap 12.9; Ap 20.2). A serpente era um animal fora do comum, no sentido de ser a mais astuta de tos animais do campo, e por esse motivo que nos leva a pensar que foi este animal que o Diabo preferiu usar para enganar a Eva. A palavra astuta deste texto pode e deve ser entendida da forma que Jesus usou quando aconselhou os seus discípulos serem semelhantes as serpentes na sua prudência (Mt 10.16). E esta disse à mulher, o Diabo falou através da serpente, talvez Eva não soubesse que animais não falavam; de qualquer modo Eva não se assustou com o fato. Existe na Bíblia outro relato em que um animal fala, o dia em que Deus abriu a boca da jumenta de Balaão. O fato da jumenta ter falado a Balaão foi um milagre divino; o fato da serpente ter falado à mulher foi um milagre diabólico (Nm 22.28). É assim que Deus disse: Não comerei de toda a árvore do jardim? Uma dúvida e uma insinuação, foi o que o Diabo lançou sobre Eva com sua pergunta. Através da forma que o Diabo tentou Eva nós entendemos que ele continua a agir da mesma forma, tentando colocar em questão a veracidade da Palavra de Deus. Foi o mesmo meio que utilizou na tentação no deserto contra Jesus (Mt 3.16-17; 4.3,6). É o meio que ele utiliza hoje para enganar as nações (1Tm 4.1; 1Co 11.13-15). Por esse motivo que Cristo nos exorta a se esforçar em conhecer as Escrituras (Jo 5.39; Mt 22.29). E esse foi o mesmo conselho dos apóstolos (2Pe 3.18; 1Tm 4.11-16; Ap 1.3).
A tentação (Gn 3.2-7): Nos versículos 2 e 3 Eva deixa claro que estava ciente do perigo de se desobedecer o mandamento do Senhor. E nos versículos 4 e 5 o Diabo cumpre o que ele faz desde o principio, diz que a palavra de Deus é mentira e que não há perigo na pratica do pecado. A lei de Deus, quando obedecida, era para o bem estar do homem. Satanás, entretanto, apresentou Deus como sendo egoísta e não tendo em mente o melhor interesse do homem. Ele insinuou que Deus estaria escondendo ou negando algo de bom para o homem. Estas mesmas tentações são lançadas hoje para o homem, e só podem ser vencidas pela fé (Ef 6.16). O que o Diabo ofereceu a Eva é algo que aparentemente não parece ser ruim, pois ele diz que no dia em que ela comesse do fruto ela seria igual a Deus. E todo e qualquer cristão deve desejar ser igual a Deus, pois foi assim que Deus desejou que fossemos. Quando Deus criou o homem Ele o criou a imagem e semelhança dEle, mostrando assim que desejava que o ser humano fosse parecido com Ele. Porem o que Satanás oferece para Eva não era bem isso. Pois o que ele queria era que Eva não levasse em conta a Palavra de Deus, que ela não se importasse com o que Deus havia dito. Ele tenta apresentar para ela a idéia que ela poderia tomar o lugar Deus. Pois para o cristão que deseja ser igual a Deus é agir como Jesus agiria em determinadas situações, é pensar com a mente de Deus, é amar como Ele nos amou... e não tomar o lugar que somente a Ele pertence. Nos é dito em Tiago 1:15, que a concupiscência ou os desejos ilícitos produzem o pecado. De acordo com 1João 2:15-16 todos os desejos pecaminosos são classificados em três categorias. Enquanto Eva estava diante da árvore do conhecimento do bem e do mal, ela se deparou com estas três tentações:
A concupiscência da carne - "a árvore boa para comer". A concupiscência dos olhos - "a árvore agradável aos olhos". A soberba da vida - "a árvore desejável para dar entendimento".
A concupiscência da carne refere-se a qualquer desejo que incita alguém a alimentar a natureza sensual da carne (imoralidade, embriaguez, glutonaria, etc.). O fruto deu "água na boca" de Eva, mesmo sendo ele um fruto proibido. A concupiscência dos olhos diz respeito àquelas tentações que apelam para os desejos ambiciosos dos homens de obter e possuir (roubo, avareza, etc.). A soberba da vida refere-se a todas as tentações que apelam para o orgulho pessoal do homem e seu desejo por aplauso ou grandeza.
A concupiscência da carne nos incita a procurarmos satisfação no prazer do pecado, e não no Senhor (Gl 6.7-8).
A concupiscência dos olhos nos leva a colocarmos as "coisas materiais" na frente do Senhor (Cl 3.15 - ultima frase).
A soberba da vida nos tenta a glorificarmos a nós mesmos ao invés do Senhor (Mt 23.12).
Com esta análise nós podemos entender melhor a vitória de Cristo sobre suas tentações (Lc 4.1-13). Satanás aproximou-se de nosso Salvador pelas três vias, mas ainda assim o Senhor não cometeu pecado. Ele foi bem sucedido aonde o primeiro Adão falhou.
Lc 4:1-4 - concupiscência da carne, Lc 4:5-8 - concupiscência dos olhos; Lc 4:9-13 - soberba da vida
Adão não foi enganado - Enquanto Eva foi enganada pelo Diabo (2Co 11.3) e levada pelos seus desejos, Adão pecou com toda consciência ou conhecimento daquilo que ele estava fazendo (1Tm 2:14).
A culpa do pecado de Adão - O homem tende a tratar o pecado de Adão como um assunto banal. Na verdade isto foi muito mais que "comer do fruo proibido". Adão tinha uma ordem simples e clara. Ele não possuía uma natureza pecadora para tão facilmente ser inflamada pelo pecado. Deus havia sido bom para ele, e todas as suas necessidades e desejos haviam sido supridas. A conseqüência do pecado tinha sido deixado bem clara. A atitude foi orgulhosa, um total ato de rebelião contra o Deus Todo Poderoso.
A queda do homem - Adão foi o representante de toda a raça humana. Nós não somente herdamos a sua natureza pecadora, mas em virtude de ele ser nosso representante, a Bíblia nos diz que nós pecamos em Adão. Neste sentido Adão foi o primeiro tipo de Cristo (Rm 5.14; 2Co 15.22 e 45). Pois assim como nós pecamos e morremos em Adão, da mesma maneira nossos pecados são pagos e nós vivemos em Cristo (Rm 5.12-19).

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

MEDITAÇÕES SOBRE O LIVRO DE GÊNESIS - VI

A OCUPAÇÃO DO HOMEM NO JARDIM DO ÉDEN E A CRIAÇÃO DA MULHER (Gn 2.15-25)

A ocupação do homem no lugar que Deus lhe pôs (15-17): Nestes versículos citados observamos as funções que o homem recebe no lugar que Deus preparou para ele, o Jardim do Éden.
A primeira função que o homem recebe é a de lavrar a terra e guardar, cuidar, do jardim. Note bem que ao homem foi dado trabalho antes mesmo da entrada do pecado. Mostrando assim que uma idéia que tem sido divulgada, de que o trabalho é uma das causas do pecado, está errada. Na verdade o trabalho não é uma das causas do pecado, e sim uma função digna que Deus deu ao homem. O homem cuidava do cultivo das árvores e tinha o direito de se alimentar do fruto que as árvores produziam. Somente o trabalho faz o homem encontrar plena realização e contentamento. O trabalho de Adão era agradável enquanto a terra não tinha sido ainda amaldiçoada, como conseqüência do pecado de Adão (Gn 3.17-19). Insetos e plantas nocivas não estavam presentes ainda. Pragas e secas não eram problema. A generosidade da terra só necessitava ser direcionada e utilizada para beleza e nutrição. Após a queda de Adão o seu trabalho tornou-se menos agradável, mas não deixa de ser uma forma de o homem mostrar dignidade através desta função (Ec 5.12; Pv 21.25; Pv 13.11; Pv 14.23; 2Co 11.27; 1Ts 2.9; Ef 4.28)
Na maneira de Deus tratar com Adão, temos a base para a ética ou moral do trabalho (Êx 20.8-9; 2Ts 3.10-11). Que todo Cristão ensine suas crianças a necessidade e dignidade do trabalho. Vamos desempenhar também todo trabalho para a glória de Deus.
Além de receber a função de trabalhar, lavrando e cuidando, no jardim, Deus adverte Adão a não comer do fruto de uma espécie de árvore. Todas as outras ele poderia usar como alimento para nutrir o corpo. Porém a árvore do conhecimento do bem e do mal, não. A árvore do conhecimento do bem e do mal foi colocada no Éden para que o homem fosse testado. Muitos têm debatido a respeito de sua espécie. Isto é tentar ser sábio acima do que está escrito (1Co 4.6) e perde o objetivo principal. O homem já conhecia o bem, porque ele foi criado em santidade e também conhecia Deus (Ec 7.29). Ele somente poderia conhecer ou experimentar o mal pela desobediência a Deus. No versículo 17 nós temos a única restrição imposta ao homem e, portanto a única tentação ao pecado. Não levando em conta a natureza da árvore, comer de seu fruto era desobediência. Isto traria a morte e o conhecimento do mal. Há varias coisas que devemos considerar neste primeiro teste:
1. Através de Adão toda a raça humana foi testada. Adão era o cabeça da aliança e o representante de toda a raça humana (Rm 5.12-19). Cristo é chamado de o "ultimo Adão" porque Ele representou o Seu povo (1Co 15.45-49).
2. Deus fartamente supriu todas as necessidades e desejos de Adão (vers. 16). A única restrição a ele não o deixaria de maneira nenhuma com alguma necessidade (vers. 17). Não há desculpas para o pecado.
3. Adão não possuía uma natureza pecadora para o conduzir ao pecado (Gn 1.27).
4. Adão foi avisado das horríveis conseqüências do pecado. No dia em que ele comesse do fruto proibido ele morreria espiritualmente (Ef 2.1). Por causa do pecado de Adão o homem está agora morto espiritualmente, morto ou morrendo fisicamente, e sofrendo o risco da segunda morte (Ap 20.14).
Por que o homem envelhece e morre? Nós até podemos nunca entender o processo físico, mas através das Escrituras nós conhecemos a causa espiritual. Todo este conhecimento revela quão arbitrário e irracional foi o pecado de Adão. Isto não foi um pecadinho, mas uma traição contra a benevolência e a justa autoridade Deus. Antes da queda do homem, Deus alertou para a morte, enquanto o mundo somente conhecia a vida. Agora que a morte reina, Ele fala da vida em Jesus Cristo. Graças te damos, ó Deus, pelo ultimo Adão.
A criação da mulher (18-28): Esta curta e simples narrativa nos traz a origem da mulher, casamento e família. Muitos dos preceitos que tratam ao respeito do plano de Deus e ordem no casamento estão baseados nesta porção das Escrituras. Devemos considerar alguns fatos relevantes aqui:
A – Antes de o próprio homem sentir-se só, Deus conhece a necessidade do homem de ter uma companheira (18).
B – Quando Adão estava colocando nome nos animais vemos que esta necessidade foi evidenciada (19-20). E aqui devemos lembrar que o fato de Deus trazer os animais para ver como Adão os chamaria tem ligação com o que Deus desejava para o homem, dominar sobre a criação. Pois na cultura judaica era normal dar-se nomes as coisas dominadas.
C – A necessidade de Adão ter uma companheira foi suprida assim que ele dá nome a todos os animais, e se percebe que nenhuma das espécies criadas serviria de companheira. Colocando Adão em um profundo sono, Deus tomou uma de suas costelas e fez a mulher. Este método que Deus utilizou, levou um pregador a se referir à mulher como o "pó duplicadamente refinado e duplamente removido da terra". Sem dúvida a mulher foi feita do homem e não diretamente do pó, para enfatizar a unidade dos dois e a prioridade do homem.
A criação da mulher aconteceu enquanto o homem estava adormecido. Alguns têm sugerido que isto assim ocorreu para que todos soubessem que Adão não aconselhou a Deus. Certamente o motivo óbvio era para que Adão não sentisse dor nenhuma, em um mundo sem a presença do pecado. (21-25)
D – A instituição do casamento (22-24), o que observamos aqui é que de fato o casamento é uma instituição divina. O pecado que entrou na humanidade através de Adão faz com que os casamentos de hoje se acabem em divórcio. A intenção de Deus é que o casamento seja uma indissolúvel e abençoada união. Um homem e uma mulher unidos e sendo exclusivos dos demais. O pecado trouxe o divórcio, a poligamia, o concubinato, a poliandria, o adultério, a promiscuidade e a perversão. Mesmo o divórcio encontrado nas Escrituras é uma concessão por causa do pecado. Isto não faz parte do plano original de Deus (Mt 19.8-9).
E - A Ordem dos Sexos. Em 1Tm 2.11-13, Paulo observa a ordem da criação. O homem foi criado primeiro, e então foi feita a mulher para seu benefício. Podemos ver isso também em 1Co 11.7-9. O apóstolo Paulo ensina sobre a liderança do homem baseado neste fato. (Vamos lembrar que não devemos abusar desta posição. Paulo dá equilíbrio a este ensino, lembrando ao homem seu débito para com o sexo feminino 1Co 11.11-12. Também em Efésios a liderança oficial do homem Ef 5.23-24 é temperada com a introdução dos mútuos deveres de submissão Ef 5.21).

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

MEDITAÇÕES SOBRE O LIVRO DE GÊNESIS - V

DEUS TERMINOU A SUA OBRA, O PRIMEIRO SÁBADO, NOVAMENTE RELATA A CRIAÇÃO E O LUGAR DO HOMEM (2.1-14)

O Primeiro Sábado (1-3): No sexto dia Deus terminou Sua obra da Criação. O sétimo dia foi separado, santificado, como um dia de descanso. Este não era um descanso motivado pelo cansaço, mas um descanso de alegria e satisfação, até mesmo porque o nosso Deus não se cansa (Sl 121.3-4). Mas a palavra que aparece neste texto significa literalmente “cessar, terminar...”, ou seja, quando Deus terminou a sua obra não havia mais o que se fazer, pois tudo que Deus fez é perfeito (Gn 1.31). Quando o sábado foi incorporado na Lei de Israel (Êx 20:8) ele tinha o mesmo padrão dado aqui. O sétimo dia foi separado, santificado, para descanso. : Aqui a palavra santificar é usada pela primeira vez. Santificar significa "separar". Isto nos ajuda a entender o posterior ensino bíblico da santificação.
Os Cristãos referem-se freqüentemente ao Domingo como o "Sábado Cristão". Mas na minha opinião o que devemos entender é que não existe mandamento algum, nas Escrituras Neo-Testamentárias, para que se guarde algum dia em especifico, mas ao contrário, existem textos que negam esta idéia (Cl 2:14-16; Gl 4:9-10; Rm 14:5). Nós deveríamos, entretanto, reconhecer o princípio, o motivo, do sábado. O sábado foi instituído para o bem estar físico, espiritual e mental do homem (Mc 2:23-27, note vs. 27; Dt 5.15; Ez 20.10-12). O homem necessita de um dia para descansar e se alimentar espiritualmente. Os Cristãos seguem o padrão do Novo Testamento ao se reunirem no primeiro dia da semana. Este foi o dia em que Cristo ressuscitou (Jo 20:1; At 20:7; 1Co 16:2). Durante a primeira semana em que Deus criou o mundo, Ele separou um dia para contemplar e se deleitar da obra da criação, da qual o homem foi seu alvo principal.

Criação é relatada novamente e o lugar para o homem (4-14): Neste ponto vemos não um novo relato da criação, mas na verdade é o mesmo relato do capítulo 1 só que com detalhes que se ocultaram no primeiro capítulo. O capítulo 2 trata com mais detalhes principalmente a obra da principal criação de Deus, o ser humano. No versículo 4 lemos “estas são as origens dos céus e da terra...” demonstrando assim que seria mais uma vez relatada a obra de Deus.
É no versículo 4 que, também, aparece pela primeira vez o nome literal de Deus YHWH, é a palavra SENHOR que aparece com todas as letras maiúsculas. Todas as vezes que você ler nas Escrituras a palavra SENHOR é onde aparece o nome literal de Deus. Nome este cuja pronuncia é desconhecida. Pois é formada apenas por quatro consoantes. Originalmente este nome tinha a sua pronuncia, mas somente os sumos sacerdotes quem conheciam tal pronuncia. Este nome para os judeus é sagrado, tanto que eles nem tentam pronuncia-lo. Existem vários grupos religiosos que tentam dar a pronuncia correta para este nome. Os testemunhas de Jeová afirma que a pronuncia verdadeira do nome literal de Deus é Jeová. Tiram tal pronuncia através de colocarem as vogais do nome Adonai, do original. Que teriam o nome YeHoWaH, que latinizado teria a pronuncia Jeová. A maioria das traduções da Bíblia em português traz a palavra SENHOR quando aparece o nome literal de Deus, YHWH. Temos versões que trazem o nome Javé também.
Nos versículos 5 e 6 observamos um relato de como era a terra antes da criação dos seres viventes e do homem. A terra era irrigada, um vapor que subia da terra, diferente do tipo de irrigação que temos hoje (Ec 1.6-7).
No versículo 7 vemos o relato de como Deus criou o homem. Este texto nos mostra como ocorreu a principal obra de Deus, o ser humano. E esta narração vem nos esclarecer o significado do verbo Barah, que estudamos na nossa segunda aula, pois demonstra que o ser humano foi criado por uma ação divina e não houve nenhuma manifestação espontânea. Demonstra também que este ser foi criado de uma forma totalmente diferente dos demais seres, pois Deus sopra nas suas narinas o fôlego de vida (Jó 33.4).
O termo formou no texto em questão é uma palavra que era usada freqüentemente em relação com a obra de um oleiro (Is 45.9; Jr 18.6).
Pó da terra neste texto mostra-nos algo extremamente importante. Pois demonstra que o homem foi formado basicamente da substancia que existe no solo. Coisa que a ciência demonstrou e comprovou como verdade. Pois com o avanço da ciência os cientistas podem saber do que é feita a coisa, e nos homem eles descobriram que não existe muita diferença entre o corpo humano e a terra, solo. (1Co 15.47; Gn 3.19).
E soprou em seus narizes o fôlego da vida, esta expressão demonstra que a vida que esta no ser humano provem totalmente de Deus. O corpo do homem só tem a vida por que Deus soprou a vida nele (Jó 33.4).
Nos versículos 8 a 14 vemos a residência original do homem não foi em uma mansão, mas em um jardim. Casas e também roupas, vieram após a entrada pecado. Deus providenciou todas as coisas que Adão necessitaria antes de cria-lo. Havia alimento para sua nutrição e prazer e beleza para os olhos. Havia uma ocupação para passar o tempo e trazer satisfação (vers. 15). Havia até companheirismo (vers 18). Em tudo isso nós vemos o amor e bondade de Deus. Duas árvores são especialmente mencionadas (vers. 9). Uma destas árvores, era a árvore da vida, a qual é o mais difícil de entendermos. Ela é mencionada várias vezes nas Escrituras (Gn 3.24, Ez 47.12, Ap 2.7 e 22.2). De alguma maneira ela estava relacionada á saúde física.
As Escrituras também mencionam um rio que corria através do Éden. Isto também ajudava a regar o jardim que estava do lado oriental do Éden (vers. 8). Nos versículos 10 a 14 nós temos algumas informações a respeito de seus quatro afluentes e as áreas pela quais eles percorriam. Embora hoje não seja possível determinar a localização do Éden, através destas informações, nos parece que ele se localizava na região do "Fértil Crescente". Esta área é geralmente reconhecida como o berço da civilização. E por citar nomes de dois rios que existem até hoje, na região que era conhecida como mesopotâmia, temos uma vaga idéia de onde se encontrava o Jardim que ficava na região denominada Éden. Essa região hoje é a região que fica no oriente médio no sul do Iraque. Éden significa agradável, prazer ou deleite.
Na próxima aula veremos a ocupação do homem no lugar em que Deus o colocou e também o relato da criação da mulher.