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quarta-feira, 1 de outubro de 2008

MEDITAÇÕES SOBRE O LIVRO DE GÊNESIS - XIII

A CORRUPÇÃO GERAL DE TODO O GÊNERO HUMANO, AS CAUSAS DO DILÚVIO (Gn 6.1-12)

No capítulo 6 de Gênesis entramos em um dos pontos mais interessantes da história bíblica e que mais chama a atenção dos estudiosos das Escrituras. Que é o episódio em que começa o relato dos motivos do dilúvio e a natureza dos habitantes da terra daquela época. E vale ressaltar que os dias de hoje é muito parecido com os dias de Noé. E o nosso Senhor Jesus nos alertou que quando estivesse próximo a sua vinda a sociedade estaria parecida com a dos dias de Noé, veremos isso com mais detalhes adiante. E nesse ponto é preciso ter muita atenção sobre o que iremos estudar. Para que venhamos tirar as conclusões corretas dos relatos do texto de Gn 6.1-12. Para isso dividiremos nosso estudo em partes:

O Sal Se Tornou Insípido (Gn 6.2): O povo de Deus é a força que preserva os valores em uma sociedade (Mt 5.13). Quando os que professam ser santos começam a perder e a comprometer seu testemunho, os tempos se tornam desesperadores. Isto é o que ocorreu antes do dilúvio. Em Gênesis 4, percebemos que os descendentes de Caim, que embora se excederam em algumas áreas da cultura, desviaram-se mais e mais de Deus, e daquilo que era correto. Em Gênesis 3:25 a 4:32, nós temos a lista dos descendentes de Sete. A maioria deles era temente a Deus. Em Gênesis 3:26 pudemos notar que nos dias de Enos eles se separaram para a adoração pública. Eles foram o sal da terra.
Mas em Gênesis 6.1-2, temos um triste relato da decadência espiritual deles. Isto teve início quando eles começaram a se casar somente com base na atração física. Em todas as épocas, Deus tem pedido ao seu povo que somente se casem com aqueles que da mesma maneira servem ao Deus verdadeiro. Isto é para o conforto e crescimento espiritual deles, como também para benefício de suas crianças (Dt 7.2-4; Êx 34.4-16; 1Co 7:39; 2Co 6:14).
No versículo 2 temos algo que devemos resolver. Quem eram os filhos de Deus e as filhas dos homens? Muito se tem falado sobre este assunto. E as opiniões são diversas. Alguns acreditam que estes filhos de Deus seriam os anjos, pois em Jó 1.6 os anjos são chamados de filhos de Deus, ver também Jó 2.1 e 38.7. Porém esta posição seria inadequada, na minha opinião, pois vemos a Bíblia nos ensinar algumas coisas sobre os anjos que não estaria de acordo com esta teoria: a- Anjos não se casam (Mt 22.30). b- Anjos são seres espirituais, e portanto não tem corpo (Hb 1.13-14; Lc 24.39). Devemos então entender que os filhos de Deus era a linhagem piedosa de Sete que serve a Deus, mas que infelizmente caem nos encantos carnais das filhas dos homens, ou seja a descendência ímpia de Caim.

As Condições do Homem (Gn 6.3-5): O estado do homem antes do dilúvio:
1. Antes do dilúvio o homem resistiu ao trabalho do Espírito Santo na graça comum. Isto envolveu a recusa deles em ouvir os pregadores da verdade (Enoque, Noé) e a luta do Espírito Santo em as suas próprias consciências. Ainda hoje, as restrições ao pecado são gradualmente eliminadas.
2. O homem se recusou a tirar proveito da maravilhosa misericórdia de Deus. Deus deu ao homem um espaço de tempo de120 anos para se arrepender.
3. No versículo 4, vemos que os homens brutos e maus eram os líderes e heróis daquele tempo. Os filhos destes casamentos mistos se tornaram famosos na sociedade, mas não diante de Deus.
4. O versículo 5 revela que a mente dos homens se tornou um esgoto do pecado. Só precisamos ligar a TV para termos exemplos modernos disto. Linguagem baixa e impureza sexual são o tema constante. Ninguém pode sair em público sem que ouça conversas profanas e sujas.
Os dias de Noé - Lucas 17.26. Nosso Senhor apontou que as características da vida antes do dilúvio reapareceriam antes da Sua segunda vinda. Tendo em vista as condições atuais, como isto nos instiga a olharmos para a vinda de Cristo. Note as características mencionadas:
1. Preocupação com o prazer físico - Lucas 17.27.
2. Explosão do conhecimento - Gênesis 4.22.
3. Atitudes Materialistas - Lucas 17.28.
4. Rejeição à Palavra de Deus - 1Pedro 3.19.
5. Aumento da População - Gênesis 6.1 e 11.
6. Propagação da Violência - Gênesis 6.11-13.
7. Atividade Sexual Ilícita - Gênesis 4.19.
8. Disseminação da Blasfêmia - Judas 15.

O "Arrependimento" de Deus (Gn 6.6-7): O versículo 6 nos diz que Deus se arrependeu ou mudou sua vontade a respeito da criação do homem. É claro que isto é linguagem de acomodação. Deus está falando como se Ele fosse homem. Estritamente falando, Deus nunca muda Sua vontade, pois Seus planos são eternos e imutáveis (1Sm 15.29; Rm 11.29; Nm 23.19).Esta forma de linguagem é usada para nos ajudar a entender a mudança que ocorreu no homem desde a criação, bem como a ira de Deus sobre o seu pecado. Mesmo Deus tendo criado o homem, Ele deve julgá-lo pelos seus pecados.
A Graça (Gn 6.8): aqui temos a primeira menção da "graça" na Bíblia. Ela ocorre durante a época da maior depravação do homem. A graça de Deus pode parecer muito restrita aqui, mas vamos lembrar que através deste único homem, a raça humana foi preservada. Muitos, quando lêem o versículo 8, vêem somente a justiça de Deus em não destruir um homem justo juntamente com o ímpio. Entretanto, isto está longe do significado da graça. Na verdade, Noé era um homem justo [vers. 6], mas lembre-se de que foi a graça de Deus que o fez assim (1Co 15.10).
A Família de Noé (Gn 6.9-10): Estas Escrituras nos dão mais informações a respeito de Noé. Ela nos fala de sua vida justa e de seu caminhar com Deus. Vale prestarmos atenção no versículo 9 que diz que Noé andava com Deus. O verbo demonstra que a vida de Noé era totalmente dedicada em andar com Deus. O versículo 10 menciona seus três filhos. Através deles a terra foi repovoada.

A Determinação de Deus acerca do dilúvio (Gn 6.11-13): Quando o pecado se torna aberto, o julgamento está próximo. Deus criou o homem santo e o colocou no jardim. Através do pecado o mundo tornou-se uma "selva". O julgamento acompanha o pecado. Portanto cuidemos de confiar mais e mais na justiça de Nosso Senhor Jesus que nos alertou dos dias em que vivemos.

MEDITAÇÕES SOBRE O LIVRO DE GÊNESIS - XII

OS DESCENDENTES DE SETE (Gn 5.1-32)

O capítulo 5 do livro de Gênesis traz uma lista com a linhagem piedosa de Sete. Da mesma forma que o capítulo 4 trouxe a linhagem ímpia de Caim. Vale nota que nenhum descendente de Caim sobreviveu ao dilúvio. Portanto somos todos descendentes diretos de Sete. Isso nos ajudará a entender quem são os filhos de Deus e as filhas dos homens em Gênesis 6.
Mas aqui neste capítulo, que muitos não gostam ler, pois trata-se de uma genealogia, existem algumas dificuldades a ser resolvidas, além de nomes e idades de indivíduos. Vejamos:

A longevidade dos homens daquela época:"Os dias todos da vida de Adão foram novecentos e trinta anos" (Gn 5:5); Matusalém viveu "novecentos e sessenta e nove anos" (Gn 5.27); e a média da idade dos que tiveram uma vida normal foi superior a 900 anos. Contudo, a própria Bíblia reconhece que a maioria das pessoas chega até os 70 ou 80 anos, quando ocorre sua morte natural (Sl 90.10). Como resolver isso? Antes de mais nada, a referência no Salmo 90 é ao tempo de Moisés (1400 a.C.) e ao tempo posterior, quando a longevidade tinha decrescido para 70 ou 80 anos para a maioria, embora o próprio Moisés tenha vivido 120 anos (Dt 34:7).
Alguns sugerem que aqueles "anos" seriam realmente apenas meses, o que reduziria 900 anos ao período normal de vida de 80 anos. Entretanto, isso não é plausível por duas razões.
A) A primeira é que não há precedente algum no AT que tome a palavra "ano" com o sentido de "mês".
B) A segunda é que, como Maalaleel gerou um filho com a idade de 65 anos (Gn 5:15) e Cainã, aos 70 anos (Gn 5:12), isso significaria que eles estariam com menos de seis anos de idade ao terem filhos, o que é biologicamente impossível.
Outros sugerem que esses nomes representam linhas de famílias ou clãs que se mantiveram por gerações antes de terminarem. Entretanto, isso não faz sentido, por vários motivos.
a) Primeiro, alguns desses nomes (como por exemplo Adão, Sete, Enoque, Noé) são de indivíduos cujas vidas foram narradas no texto (Gênesis 1-9).
b) Segundo, linhas familiares não "geram" linhas familiares com nomes diferentes.
c) Terceiro, linhas familiares não "morrem", como aconteceu com cada um daqueles indivíduos (cf. 5:5,8,11 etc).
d) Quarto, a referência a ter "filhos e filhas"(5:4) não é compatível com essa teoria de clãs.
Conseqüentemente, tudo indica que o melhor é considerarmos serem anos mesmo (embora fossem anos lunares de 12x30=360 dias), e isso por diversas razões: (1) Antes de mais nada, posteriormente a vida foi reduzida a 120 anos como uma punição dada por Deus (Gn 6:3). (2) Depois do dilúvio, a duração da vida foi diminuindo gradativamente dos 900 anos (Gn 5) para os 600 (Sem: Gn 11:10-11), para os 400 (Sala: Gn 11:14-15), para os 200 (Reú: Gn 11:20-21). (3) Biologicamente, não há razão por que o homem não possa ter vivido centenas de anos. Os cientistas lutam muito mais para resolver o problema do envelhecimento e da morte do que o da longevidade. (4) A Bíblia não é a única a falar de centenas de anos como idade dos antigos. Há também registros do grego antigo e das eras egípcias que fazem menção a isso.
Portanto devemos entender que os homens viveram exatamente o que a Bíblia relata.

A cronologia deste relato: Devemos também entender que as genealogias não podem nos fornecer dados corretos acerca das datas, pois as genealogias da Bíblia não visam conter o nomes de todos os indivíduos. Deve-se entender que existe varias genealogias que ocultam nomes de alguns indivíduos. Se as idades mencionadas em Gênesis 5 e 10 foram somadas ao restante das datas do AT, o resultado será cerca de um pouco mais de 4.000 anos a.C. Mas os arqueólogos e antropólogos datam o homem de milhares de anos antes (pelo menos 10.000 anos).
Há uma boa evidência que sustenta a crença de que a humanidade tenha mais de 6.000 anos. Mas há também boas razões para se crer que há algumas lacunas nas genealogias de Gênesis. Primeiro, sabemos que há uma lacuna na genealogia do livro de Mateus, quando diz "Jorão, [gerou] a Uzias" (Mt 1:8). Mas, em comparação com 1 Crônicas 3:11-14, vemos que Mateus deixa fora três gerações (Acazias, Joás e Amazias). Segundo, falta pelo menos uma geração na genealogia de Gênesis. Lucas 3:36 menciona "Cainã" entre Arfaxade e Sala, mas o nome Cainã não aparece nessa ordem no registro de Gênesis (veja Gn 10:22-24). É melhor vermos Gênesis 5 e 10 como genealogias adequadas, não como cronologias completas.
Finalmente, pelo fato de se saber que há lacunas nas genealogias, não podemos determinar acuradamente a idade da raça humana simplesmente pela adição dos números de Gênesis 5 e 10.

Enoque - versículos 21-27. Aqui nós encontramos um dos homens mais interessantes das Escrituras. As coisas que sabemos a respeito de Enoque:
A. Enoque era o sétimo depois de Adão, e veio através de Sete [Judas 14-15]. É interessante notar que Lameque foi o sétimo depois de Adão, através de Caim [Gênesis 4:18-24]. Enoque foi um homem temente a Deus, enquanto Lameque foi um rebelde. Isto demonstra a influência de Caim e de Sete sobre suas famílias.
B. Enoque andava com Deus - vers. 24.
C.
Enoque pregou para sua geração ímpia [Judas 14-15].
D. Enoque agradou a Deus [Hebreus 11:5].
E. Enoque foi trasladado para a presença de Deus para não ver a morte [vers.24; Hebreus 11:5].
Os Descendentes de Lameque - versículos 28-32: Lameque (não deve ser confundido com o descendente de Caim) foi o pai de Noé. O nome Noé significa "descanso" ou "conforto". De alguma maneira Lameque viu em Noé alguém que foi enviado para confortá-lo, enquanto ele trabalhava na terra amaldiçoada pelo pecado. Note que Noé teve muitos irmãos e irmãs, mas, infelizmente nenhum deles se arrependeu e entrou na Arca. Verdadeiramente Noé permaneceu solitário em sua fé em Cristo. O capítulo termina dando os nomes dos três filhos de Noé. Através deste homem a terra foi repovoada após o dilúvio.

MEDITAÇÕES SOBRE O LIVRO DE GÊNESIS - XI

OS DESCENDENTES DE CAIM E O NASCIMENTO DE SETE (Gn 4.16-26)

Nos versículos que iremos meditar hoje veremos uma serie de eventos importantes que devemos compreender de uma forma clara. Pois neles existe alguns pontos que os céticos apontam como contradições nas Escrituras Sagradas. Portanto se entendermos de forma correta teremos uma resposta a altura para os que tentam encontrar contradições na Bíblia.
Caim sai da presença de Deus (Gn 4.16): Caim e seus descendentes foram os cabeças da civilização ímpia que se afastou de Deus até os dias do dilúvio. Tudo começou quando ele se vai para longe de Deus. Ele vai para um lugar que recebe o nome de Node que significa “peregrinação ou exílio”. Não sabemos ao certo a localização deste lugar. A única pista que a Bíblia nos fornece é que o lugar ficava ao oriente do Éden.

Caim e sua mulher; Caim edifica uma cidade (Gn 4.17): Antes de Caim edificar uma cidade vemos algo intrigante, que serve de combustível para os céticos da Bíblia: Com quem Caim casou? Se a Bíblia relata que Deus criou Adão e após Eva e desta união nasceram apenas Caim e Abel, e que Caim mata a Abel, com que será que Caim se casou? Será que existia mais de uma família criada por Deus em outros lugares? Pois o texto diz que Caim conheceu sua mulher depois de ir para a terra de Node. Bom para entendermos este questão deveremos entender as seguintes considerações:
A. Será que Deus criou outros seres humanos na face da terra em lugares diferentes? E será que Adão e Eva não foram os únicos seres humanos criados por Deus? Se a resposta a estas perguntas fossem positivas então teríamos uma contradição nos textos sagrados da Bíblia, pois veja o que a Bíblia diz em Atos 17.26. De acordo com este texto observamos que a Bíblia declara que o ser humano foi criado um só, apenas Adão, e desse todos os outros vieram a existir. Então a teoria de que Deus criou outros seres em outras partes da terra não tem uma base bíblica sólida. Então com quem Caim se casou?
B. Não são registrados nas Escrituras os nomes de todos os filhos de Adão, e geralmente em uma genealogia não eram mencionados os nomes de mulheres.
C. Somente o nome de três filhos do primeiro casal são mencionados na Bíblia, a saber, Caim, Abel e Sete.
D. A Bíblia não declara a quantidade de filhos que Adão teve com Eva, só diz que foram muitos, filhos e filhas Gn 5.4
E.
Quando Adão teve seu filho Sete ele tinha 130 anos, e seria impossível terem apenas 3 filhos, visto que Deus deu uma ordem para que frutificassem Gn 1.28. Em 130 anos quantos filhos Adão e Eva poderiam ter? Com certeza muitos!
F. A Bíblia não diz que Caim era o primeiro filho do casal, Adão e Eva, e sim o primeiro varão, ou seja, o primeiro filho homem. Tiro essa conclusão da declaração de Eva quando ver Caim nascendo “E conheceu Adão a Eva, sua mulher, e ela concebeu, e teve a Caim, e disse: Alcancei do SENHOR um varão.”(Gn 4.1). Com esta declaração nos abre uma grande janela para a compreensão deste problema, pois se Eva louva a Deus pelo fato de dar a luz a um varão, homem, é evidente que ela teria já concebido filhas, mulheres.
G. A Bíblia não diz que Caim conheceu sua mulher, no sentido de encontra-la, na terra para a qual ele fugiu, e sim que ele teve relações sexuais com ela naquela terra, pois o termos que encontramos em nossas traduções, como na João Ferreira de Almeida revista e corrigida como “conheceu” pode ser traduzida, como foi na NVI, por “teve relações”, ou ainda por “coabitou”, como esta traduzida na João Ferreira de Almeida revista e atualizada. E podemos tirar esta conclusão também através dos textos que mostra que Adão conheceu a Eva e ela deu a luz a filhos, vejamos em Gn 4.1, 25.
Portanto entendemos que em 130 anos, quando chegou o momento de Caim sair da presença de seus pais e partir para uma outra terra, Adão e Eva teriam cumprido a ordem de Deus para que crescessem e frutificassem, com isso não é difícil compreender que Caim teria como mulher uma de suas irmãs e até mesmo poderia ser provável que poderia ter se casado com uma de suas sobrinhas, filha de Abel, que ele teria matado. Pois é possível que Abel antes de morrer teria se casado e deixado descendentes, lógico que neste ponto não podemos afirmar com certeza, pois a Bíblia silencia quanto a isso, e para seguir o conselho de Paulo em 1Co 4.6, de não ir “além do que está escrito”, podemos afirmar que Caim se casou com uma de suas irmãs ou sobrinhas mas não com certeza, mas que de duas uma isso sim.
A cidade que Caim edificou recebe o nome de seu filho Enoque. Parece que o objetivo de Caim ao construir essa cidade é o de fugir de seu estado de fugitivo ou peregrino, conforme significa o nome Node, o lugar que ele teria ido antes. Este Enoque não é o que andou com Deus. O Enoque que andou com Deus foi descendente de Sete. Alguns nomes se repetem nas genealogias de Caim e Sete (Gn 5.18-24).

O primeiro caso de poligamia (Gn 4.19): Neste texto vemos o primeiro homem que rejeitou os princípios, estabelecidos por Deus, acerca do matrimonio monogâmico. Lameque foi o nome dele. Ele toma para si duas mulheres. Isso demonstra como a depravação tão logo se alastra sobre os descendentes do homem.

O primeiro caso em que homem fazem tendas e criam gados (Gn 4.20): Jabal, filho de Lameque e Ada, foi o primeiro homem a morar em tendas e a praticar a pecuária, criar gados.
O primeiro musico (Gn 4.21): Outro filho de Lameque, Jubal, foi o primeiro musico da história da humanidade. A palavra que aparece na nossa tradução para órgão significa na verdade flauta.

O primeiro a moldar metais (Gn 4.22): Tubalcaim, filho de Lameque com Zilá, foi o primeiro mestre em obras de metais. Se ele foi mestre significa que ele alem de exercer tal tarefa ele também ensinava.

O primeiro poema (Gn 4.23-24): Lameque foi o primeiro a fazer uma poesia. Mas esta poesia mostra o quanto estava a descendência de Caim longe de Deus. Pois ele tente se auto justificar pelos erros cometidos, e em vez de se arrepender ele canta e se sente justificado por matar com razão. Por isso dizia ele que quem tentar feri-lo seria mais castigado do que quem ferisse a Caim. É interessante notar que os que criaram as artes e outras coisas foram os descendentes de Caim.

O nascimento de Sete: Sete significa compensação ou renovo. Ao dar este nome ao seu mais novo filho Eva demonstra que ainda tinha esperança da promessa de Gênesis 3.15, que sua semente traria vitória e restauração à humanidade.

A primeira menção de uma referencia a oração (Gn 4.26): Vale notar mais uma vez que através da descendência de Caim houve muitas invenções, porém nenhuma delas de beneficio espiritual. Mas é da descendência de Sete, que é o ancestral de Noé e do Messias esperado, nasceu o primeiro que começa a invocar o nome do Senhor em oração, Enos era o seu nome.

MEDITAÇÕES SOBRE O LIVRO DE GÊNESIS - X

O PRIMEIRO HOMICÍDIO (Gn 4.1-15)

Neste capítulo, nós continuamos a ver que Gênesis é sem dúvida nenhuma o livro dos inícios. Aqui nós temos o primeiro nascimento, adoração, assassinato, morte, mártir, cidade, bigamista, fundição, poesia e outras coisas mais. Este capítulo também revela como o pecado se espalhou na primeira família e então na sociedade. Verdadeiramente a depravação bem cedo floresceu e se espalhou.

I. Os Dois Filhos (Gn 4.1-2): Aqui nós temos o relato inspirado do nascimento das primeiras crianças no mundo. O primeiro recebeu o nome de Caim, que significa "adquirido" ou "obtido". Alguns acreditam que Eva pensou que ele seria o Messias prometido em Gênesis 3:15. Entretanto, parece que ela cedo aprendeu o triste fato de que este mundo é um lugar de tristeza e vazio. O segundo filho se chamou Abel, que quer dizer "vaidade" ou "vapor." Eva deve ter se tornado cada vez mais consciente da destruição que o pecado produziu. Entretanto, o nome de Caim parece mostrar que ela acreditava nas promessas de Deus.

II. As Duas Ofertas (Gn 4.3-5): É triste vermos que somente um dos sacrifícios pôde ser aceito por Deus. De maneira tangível, Deus mostrou sua aceitação da oferta de Abel (Hb 11.4). Deus fez acepção de pessoa? Antes de mais nada, Deus não faz acepção alguma de quem quer que seja, respeitando cada um pelo que é, por ser uma criatura feita à sua imagem e semelhança (Gn 1:27). Não fosse assim, ele estaria desrespeitando a si próprio. Quando a Bíblia diz que Deus não faz acepção de pessoas, ela quer dizer que ele não demonstra parcialidade alguma na aplicação da sua justiça. Como diz Deuteronômio 10, Deus "não faz acepção de pessoas, nem aceita suborno" (v. 1.7). Em outras palavras, Deus é completamente justo e imparcial em seus procedimentos.
Entretanto, há um sentido em que Deus discrimina algumas pessoas, por causa de seus atos perversos. Ele não se agradou de Caim e de sua oferta (Gn 4:5) porque ela não foi oferecida com fé (Hb 11:4). A Bíblia fala ainda que Deus aborreceu Esaú (Ml 1:3) e odiou a obra dos nicolaítas (Ap 2:6), não por causa da pessoa ou das pessoas, mas por causa dos atos delas. Como João disse aos crentes de Éfeso, eles deveriam odiar "as obras dos nicolaítas"(Ap 2:6). Deus ama o pecador, mas odeia o pecado.

III. Caim é Avisado - vers. 6-7.
Nada irrita mais um homem do que ser repreendido pela sua atitude orgulhosa. Deus alertou a Caim, porém, ele não deu ouvido. Eva foi induzida a pecar e agora Caim não podia o resistir.

IV. O Primeiro Homicídio vers. 8.
O primeiro homem á morrer sobre a terra foi um filho de Deus, que foi assassinado. Na verdade o ódio de Satanás pelos filhos de Deus é antigo [Gênesis 3:15; Gálatas 4:29]. Caim matou Abel porque ele era justo e conhecia o evangelho [1João 3:11-13].

V. Caim é Julgado - versículos 9-10.
O Senhor questionou Caim para que ele tivesse oportunidade de se arrepender do seu pecado. Infelizmente o assassino então mentiu. Quando nós seguimos o diabo, agimos da mesma forma que ele [João 8:44]. Um pecado leva ao outro. Com que freqüência o mundo responde como Caim "sou eu guardador do meu irmão?" Eles nem parecem calcular que a resposta seria sim [Mateus 22:39]. Deus disse que a voz do sangue de Abel clamava desde a terra. É o clamor de vingança, como também clamam o sangue de todos os mártires e vitimas inocentes da ira dos homens. Damos graças à Deus que o sangue de Cristo fala de coisas melhores[Hebreus 12:24].

VI. Caim é Punido - versículos 11-14.
A punição de Caim era em dois aspectos:
A. A terra de maneira nenhuma iria produzir um grão sequer para ele. Este castigo era pelo pecado de derramar o sangue do homem como se fosse uma coisa comum. Lembre-se que pela oferta de Caim nós podemos concluir que ele era um lavrador.
B. Ele seria um errante sobre a terra. Isto era para indicar que ele estaria fugindo de Deus [vers.14]. Este castigo parece ter causado muita tristeza em Caim [vers.13]. É triste notar que ele estava pesaroso por causa do castigo e não pela culpa de seu pecado.

VII. A Restrição de Deus - vers. 15.
A consciência de Caim lhe dizia que um assassino merece a morte. Seus temores parecem indicar que ele sentia que os homens automaticamente saberiam disso e procurariam a mata-lo. Por alguma razão Deus não permitiria que Caim fosse executado. O governo civil somente pode tirar a vida porque Deus o permitiu [Romanos 13:1-5]. A pena de morte somente foi instituída após o dilúvio [Gênesis 9:5-6]. Até então execução da vingança eram uma prerrogativa de Deus. (As palavras do versículo 15 não nos ensinam que o homem que se vinga sem autoridade é pior do que aquele que cometeu o erro? Aqueles que de forma errada se vingam, estão usurpando o trono de Deus [Romanos 12:19]).