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terça-feira, 16 de novembro de 2010

MEDITAÇÕES SOBRE O EVANGELHO SEGUNDO MATEUS - XIX

O SERMÃO DO MONTE – XIII

ENSINA-NOS A ORAR – PARTE 2


Por Alessandro Costa Vieira



Então, depois que Jesus criticou as falsas práticas dos fariseus, passou a dar-nos um modelo de oração (Mt 6.9-13), que não foi destinada a ser repetitória. Nosso Senhor mostrou aos discípulos as áreas da vida que devem ser objeto de oração. As palavras de nosso Senhor definiram áreas de interesse de nosso Pai, com as quais devemos ocupar-nos nas nossas orações.

Pai nosso (Mt.6.9): O crente, na sua oração, está interessado na pessoa de Deus. "Portanto, vós orareis assim: Pai nosso que estás nos céus, santificado [santo, honrado, respeitado] seja o teu nome" (v. 9). Deus é nosso Pai. Ele é o soberano Criador ("que estás nos céus"). Ele é exaltado sobre todas as coisas. É um Pai cujo nome está acima de tudo, e sobre todos, perante quem seus filhos se curvam em reverência, respeito, amor e confiança ("santificado seja o teu nome"). Estamos ocupados, antes de tudo, com uma Pessoa. Aqui fica muito claro a idéia de intimidade que Deus deseja ter com seu povo. Mas é uma intimidade cheia de reverencia, entendendo que Nosso Pai está no céu, acima de tudo e de todos. Não devemos entender que o fato de Deus nos dar o privilégio maravilhoso de nos dirigirmos a Ele como Pai, nos dá também o direito de fazer como Ele o que fazem algumas crianças que tentam obrigar seu pai a fazer aquilo que eles desejam. Devemos entender essa relação no mais intimo e puro possivel de todos os relacionamentos. Ele deseja que o conheçamos como um Deus pessoal que se importa com seus filhos e sabe o que é melhor para cada um deles (Mt 6.25-34; Mt 7.11). Jesus demostra essa realidade em varias passagem no Evangelho de Mateus (Mt 5.16, 45, 48; Mt 6.1,4,6,8,9,14, 15,26,32; Mt 7.11,21) onde destaca que podemos chama-lo de PAI.

Venha o teu reino, seja feita a tua vontade (Mt 6.10): A seguir Nosso Senhor nos ensina que devemos estar interessados no propósito de Deus. E nesse ponto é mencionada duas petiçõoes "Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu." No Antigo Testamento Deus havia prometido a vinda do Senhor Jesus Cristo. Como Salvador e Rei, ele estabeleceria um reino na terra sobre o qual governaria (Jr 23.5). O propósito de Deus concentrava-se numa Pessoa que ele pretendia entronizar de modo que governasse como Rei dos reis e Senhor dos senhores. Tal era a esperança de Israel. O filho de Deus preocupa-se não tanto com seus próprios planos e desejos quanto com o definido plano de Deus de entronizar a Jesus Cristo. Toda a história até ao fim dos tempos encaminha-se para a entronização de Jesus Cristo, que se assentará no trono de Davi. O cristão preocupa-se não com suas próprias circunstâncias e necessidades, mas com aquilo que ocupa o coração de Deus: a exaltação de seu Filho. Devemos sempre nos lembrar que o cristão já percebe o governo de Jesus sobre eles e sobre o mundo. Entendendo que tudo que acontece é por permissão DELE. Por isso existe uma satisfação enorme na vida do cristão (Rm 8.28). O cristão ansseia que a vontede de DEUS seja feita, aqui na terra pelos homens, da mesma forma que os seus anjos o fazem nos céus. Os anjos cumprem a vontade de DEUS sem questiona-la. Têm prazer nesse privilégio (Lc 1.19, 26).

Pão nosso (Mt 6.11): O filho de Deus está interessado na provisão de Deus para suas necessidades. "O pão nosso de cada dia nos dá hoje." Depois de apresentar-se perante Deus em oração pela causa do Reino, o crente confia no Pai, dia a dia, e faz suas petições para que suas necessidades de sobrevivência sejam supridas. Para manter-nos confiantes, Deus não enche nossa despensa e nosso "freezer" de modo que vamos a ele uma ou duas vezes por ano para reabastecer. "O pão nosso de cada dia nos dá hoje". Nossas necessidades podem variar de um dia para o outro. Podemos ter necessidades físicas, mentais, emocionais ou espirituais. A graça de Deus prove tudo quanto necessitamos, não o que achamos que necessitamos, mas apenas um dia por vez. Por isso, o filho de Deus, em sua comunicação com o Pai, está interessado nas necessidades do dia. O termo nosso neste modelo de oração deve nos levar a refletir que nas orações devemos nos lembrar dos demais cristãos, que igualmente, carecem sempre do cuidado divino. É constante na Escritura essa demonstração de cuidado com os irmão em oração (1Ts 5.25; Tg 5.16; Cl 1.9), o cristão não se preocupa consigo apenas.

Perdoa-nos as nossas dividas (pecados) (Mt 6.12): O filho de Deus preocupa-se, na oração, com a pureza pessoal: “E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores" Uma vez que Deus proporcionou o perdão para o filho pecador, esse filho beneficia-se do perdão para os pecados diários. Se perdoamos aos que nos ofendem, quanto mais não perdoará Deus aos filhos que buscam seu perdão? O filho de Deus está interessado na santidade pessoal. E entendendo isso sabe que pode confiar em Deus para vos perdoar sempre (1Jo 1.9). E que deve ser grato a Deus pelo perdão e evitar, com a graça de Deus, uma vida pecaminosa, pois compreende quão grande castigo Cristo suportou na cruz pelos nossos pecados (1Co 15.3; 1Pe 2.24; Gl 1.4; Rm 4.25)

Livra-nos da mal (Mt 6.13): O cristão está interessado, na oração, na proteção de Deus. "E não nos induzas à tentação; mas livra-nos do mal" Segundo promessa do Antigo Testamento, Deus ordenaria a seus anjos que nos sustentassem em suas mãos para não tropeçarmos nalguma pedra. Os olhos de Deus estão sobre nós e nos protegem enquanto andamos neste mundo e nos tornamos co-herdeiros com Cristo. Confiamos em que ele nos guarde de cair em pecado quando assediados pela tentação, e que nos livre quando atacados pelo maligno (1Co 10.13; 2Pe 2.9; Jd 24-25). E esse livramento só vem quando reconhecemos que quem REINA sobre tudo, inclusive sobre nossos inimigos, é Deus, que quem é que tem o PODER de nos livrar do pecado é Deus e quem é digno de GLÓRIA quando vencemos uma tentação é Deus. Todo o mérito deve ser dado a ELE somente. Se fosse por nossas forças, apenas, estavamos perdidos. Mas graças a Deus que nos dá a vitória (1Co 15.57).

São estas as questões com as quais o filho de Deus deve ocupar-se em oração. Um indivíduo em cuja vida a oração não desempenha papel importante está em desarmonia com o coração de Deus. Pois, como Pai, ele deseja o amor dos filhos; se o amor não é comunicado, o coração daquele que ama não fica satisfeito. Oração é comunicação entre o filho e o Pai concernente à pessoa de Deus, ao programa de Deus, à provisão de Deus, à proteção de Deus, e à nossa pureza. Que Deus faça de nós pessoas que aprendam a orar.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

MEDITAÇÕES SOBRE O EVANGELHO SEGUNDO MATEUS - XVIII

O SERMÃO DO MONTE – XII

ENSINA-NOS A ORAR – PARTE 1


Por Alessandro Costa Vieira



Os discípulos de Jesus sempre lhe viram orar e, consequentemente, perceberam a importância da oração. Eles poderiam recorrer a muitos meios para aprenderem a orar. Poderiam aprender orar com os fariseus, que eram tidos, por eles mesmos e por outras pessoas, como poderosos em oração. Poderiam recorrer ao mundo religioso dos pagãos para aprenderem alguma coisa sobre oração com eles. Mas ele recorem ao Senhor Jesus com a seguinte expressão: “Senhor ensina-nos a orar” (Lc 11.1), esta expressão aparece no texto paralelo do que estamos estudando (Mt 6.5-15), onde os discípulos, afim de aprenderem a orar, buscam o conselho do Senhor Jesus assim como os discípulos de João o Batista faziam com ele. Hoje podemos fazer esta mesma declaração e ter este mesmo privilégio que os primeiros discípulos de Jesus tiveram, pois Deus inspirou os homens santos (2Pe 1.20-21; 2Tm 3.16) para escreverem esse maravilhoso ensino sobre a oração proferido pelo Rei da Glória. Portanto ao lermos o texto em questão podemos ouvir a voz doce de Nosso Salvador nos ensinando como orar. Vejamos os belos ensinamentos neste trecho das Sagradas Escrituras:

Não sejas como os hipócritas (Mt 6.5): A primeira coisa ensinada por Jesus sobre a oração é que a oração não deve ser feita com hipocrisia, já tratamos na seção anterior sobre a palavra hipócrita, que significa ator, alguém que representa um personagem. E o termo foi usado para os fariseus que eram peritos em se mostrarem uma coisa que não eram. Eles usavam a sua religiosidade para se promoverem diante dos homens. E assim, também, agiam com relação a oração. Tinham prazer de orar para serem visto pelos homens. Eles se auto promoviam orando em alta voz nas ruas e nas sinagogas. Devemos notar aqui que Nosso Senhor não está condenando o orar em pé, pois em outra ocasião Jesus da um exemplo de uma oração bem sucedida que foi feita em pé (Lc 18.13), e na Bíblia teremos vários exemplos de oração em varias posições: Moisés orou sentado com as mãos levantadas (Êx 17.12); Elias orou de joelho com a cabeça entre os joelhos (1Rs 18.42); Ezequias orou virando-se para a parede (Is 38.2), e muitos outros exemplos. Portanto não é a posição do corpo que é condenável. Mas o que é condenado por Jesus é a motivação, eles oravam para serem vistos pelos homens. Os fariseus hipócritas eram corruptos, e seus corações uma fonte de perversidade; mas traziam a máscara de piedade diante do rosto para enganar os homens e fazê-los crer que eram algo que realmente não eram. Não oravam para honrar a Deus. Não oravam para humilhar-se. Oravam para crescer no favor dos homens. E não buscavam a Deus quando oravam. Para eles a oração não tinha objetivo, a não ser que houvesse um grande numero de pessoas que eles pudessem impressionar com sua “piedade”, oratória e longas “orações”. Por isso faziam isso nas sinagogas e nas esquinas das ruas, ou seja, onde os homens se ajuntavam Fato que o Senhor condenou. Eles já receberam as suas recompenças, oravam para serem vistos pelos homens e lá estavam os homens para ve-los, oravam para se auto promoverem e serem tidos como pessoas piedosas e religioas, lá estavam os homens para lhes darem os parabens pelas suas longas e belas orações. Essa era a recompensa deles.

Entra no teu aposento e fecha a porta (Mt 6.6): Os fariseus não viam nenhum beneficio na oração secreta. Para eles eram um desperdício. Que bem trariam para si de orarem secretamente? Eles não percebiam o valor da comunhão secreta com Deus por meio da oração. Jesus ensina que Deus vê o que está em secreto. A oração deve ser uma comunicação secreta entre nós e Deus só. Isso não significa que na vida cristã não há lugar para orações em publico. Mais uma vez deve se deixar clara a motivação dos fariseus, que só faziam para serem vistos pelos homens, e sempre que nos for dada a oportunidade de orarmos em publico não devemos ter nenhuma pretensão de impressionar nenhum homem, e sim de apresentar a Deus a oração de um coração sincero e verdadeiro e a igreja deve estar unida comigo na oração como se todos orássemos unissonamente a mesma oração. A oração secreta não deve ser feita somente no quarto. Mas em qualquer lugar que eu possa estar a sós com Deus em um momento de quietude. O secreto pode ser também quando eu oro na minha mente e coração em qualquer lugar que esteja. Mas é sempre bom separarmos um lugar e um tempo só para exercermos o privilégio da oração secreta. Temos exemplos valiosos de orações secretas na Bíblia: Isaque (Gn 24.63); Jesus (Mt 26.36; Lc 6.12); Pedro (At 10.9). Aquele que ora em secreto, entre ele e Deus só, é recompensado por Deus que ver o que está em secreto. É melhor a recompensa de Deus do que a dos homens.
                             
Não useis de vãs repetições (Mt 6.7-8): Outra coisa que o Senhor Jesus condena na oração é as repetições, chamadas pelo próprio Jesus de vãs, que não tem valor nenhum diante de Deus. Após apresentar o exemplo dos fariseus e depois mostrar como deve ser a oração em contrapartida com o costume farisaico, Jesus, aponta o erro dos gentios (pagãos). Que acreditavam que ao orarem quanto mais repetiam suas “orações”, mais rápido obteriam suas respostas. Sistema bem parecido com o catolicismo que apresenta milhares de rezas que seus fiéis têm que repetirem diversas vezes para obterem o favor de Deus. E o que Jesus ensina nestes versos derruba a tese dos que usam a repetição da oração modelo, Pai Nosso (Mt 6.9-13), que iremos estudar na próxima seção. Não devemos entender que Deus se comove pelo fato de eu repetir centenas de vezes uma mesma petição. A declaração do verso 8 é impressionante, pois diz que Deus sabe do que preciso antes mesmo que eu abra a boca para pedir. Deus é um Pai presente que sabe a necessidade de seus filhos. A oração não se destina a informar a Deus de nossas necessidades; como Pai fiel, ele as conhece. A oração é para dizer a Deus que nós conhecemos nossa necessidade, e que confiamos nele para a devida providência. Uma vez que Deus já conhece a necessidade de seus filhos e está disposto a supri-la, não é preciso informá-lo pela repetição interminável.

Portanto a oração deve ser secreta e não deve ter como objetivo fazer Deus conhecedor de nossas necessidades, pois deseja que haja comunicação secfreta e Ele sabe de todas as coisas.
Na proxima seção a ser estudada veremos as lições tiradas da oração modelo que serviram de bussola para conduzir nossas orações.