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quarta-feira, 30 de julho de 2008

MEDITAÇÕES SOBRE O LIVRO DE GÊNESIS - IV

OS DIAS DA CRIAÇÃO – II (Gn 1.26-31)

O sexto dia da criação – II (26-31): Na nossa segunda aula já vimos que o ponto mais alto de toda a obra da criação é a criação do ser humano. Pois aqui observamos algo que é singular em toda a obra da criação que Deus realizou.
A primeira coisa que devemos analisar aqui é que a obra da criação do ser humano é uma manifestação do Deus Trino. O que observamos é que está implícito aqui a verdade da Trindade, pois quando se lê “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança...” entendemos claramente que mais de uma pessoa estão envolvidos nessa obra. A frase na primeira pessoa do plural (nós – oculto) deixa esta idéia muito evidente. Mas quem que está envolvido nesta obra? No Antigo Testamento a doutrina da Trindade é algo que só se percebe de forma implícita, mas é no Novo Testamento que vemos esta doutrina explícita. Para chegarmos a conclusão de quem são as pessoas envolvidas nesta obra devemos analisar, biblicamente, quais indivíduos que recebem tal capacidade. Devemos entender que a Bíblia atribui a Deus, somente, a obra da criação, inclusive do homem (Gn 5.1). E a Bíblia também diz que este Deus que criou o homem é único, conforme Deuteronômio 6.4, porém a palavra único neste texto é a palavra Echad, que significa uma unidade composta, diferente da palavra Yachyd, que significa uma unidade absoluta. Echad aparece em textos como Gn 2.24, que diz que homem e mulher seriam os dois uma só carne, o que devemos entender é que homem e mulher são duas pessoas mas que por ocasião do casamento se tornaria uma só carne, que nos mostra se uma unidade composta por duas pessoas, homem e mulher. Yachyd aparece em texto como Gn 22.2, que diz acerca do único filho de Abraão, Isaque. Aqui a palavra único significa uma unidade absoluta. É importante ressaltar que a palavra yachyd nunca aparece em referência à unidade de Deus. Agora voltemos a nossa questão, quem são as pessoas envolvidas na obra da criação do ser humano. É bem evidente, e isso não se costuma discutir, que Deus Pai é Criador do homem, pois sempre que aparece Deus como Criador do homem logo subtendesse como Deus Pai (Ec 7.29; Sl 100.3; Cl 3.10). A segunda pessoa que identificamos como Criador do homem é o Senhor Jesus Cristo, pois em diversos textos O vemos sendo identificado como tal (Jo 1.1-3; Jo 1.10; Cl 1.14-17). Até aqui já identificamos duas pessoas envolvidas na criação do homem. A terceira que encontramos envolvidos nesta obra é o Divino Espírito Santo (Jó 33.4; Sl 104.30). É importante ressaltar que os anjos não recebem tal poder, de criação, e é manifesto nas Escrituras que eles foram criados por Deus (Ez 28.14-15), portanto Deus não poderia está falando com os anjos para participarem da obra da criação, pois somente Deus tem o poder de criar, e somente Ele é identificado, biblicamente, como o Supremo Criador do ser humano. Vale frisar, mais uma vez, que o Deus que servimos é um, um único SER, e que o único Deus é três pessoas e cada pessoa da Divindade é plenamente Deus. Por isso Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo por nos criar.
A segunda questão que trataremos aqui é o que significa ser imagem e semelhança de Deus, pois o texto em questão diz: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança...”, ressaltaremos alguns pontos necessários para compreender este texto: a) A criação do homem foi de fato algo muito especial, pois é o único ser criado que recebe o privilégio de receber tal honra, trazer em si a imagem e a semelhança do seu criador. Imagem esta que foi desfigurada devido o pecado de Adão, questão esta que estudaremos mais adiante, quando trataremos da questão da queda do homem. Lembrando que a imagem é semelhança de Deus no homem foi desfigurada e não retirada (Gn 9.6; Tg 3.9). E esta será restaurada no homem após ele ter um encontro real com Cristo, e totalmente restaurada na redenção final. b) Ser imagem e semelhança de Deus não é na nossa forma física, pois Deus não possui um corpo físico, pois Ele é Espírito (Jo 4.24), e um espírito não tem corpo (Lc 24.39). Em algumas passagens bíblicas lemos que há referências sobre “A mão de Deus”, “os olhos de Deus”, os pés de Deus” etc..., o que se deve entender é que estas expressões são conhecidas como antropomorfismo, vem de duas palavras gregas antropos – homem, ser humano – e morphe – forma. Termo que designa a atribuição de formas humanas a Deus, isso acontece para que nós seres humanos, que somos extremamente limitados, entendamos o Criador e como Ele age da melhor forma possível. c) Somos imagem e semelhança de Deus no caráter moral e natural. As características morais de Deus em nós foram manchadas com o pecado, pois Deus criou o homem perfeito, mas o pecado desfigurou isso no ser humano (Ec 7.29). Como características naturais de Deus em nós inclui características como vontade, justiça e santidade (Ef 4.24); intelecto, conhecimento (Cl 3.10), emoções, amor (1Jo 4.7). d) Não é só o homem, macho, que é imagem e semelhança de Deus, pois no texto de Gn 1.27 diz que tanto homem como mulher, macho e fêmea, foram criados a imagem e semelhança de Deus. Mostrando assim que o sexo do indivíduo não faz dele melhor do que o outro. Mostrando assim a igualdade diante de Deus entre homem e mulher, o que muda na verdade é a função que cada um recebe, sem que isso torne um mais importante do que o outro (Mt 19.4; Mc 10.6). e) É bom entendermos também que o fato de ser o homem imagem e semelhança de Deus faça dele um ser divino. Pois não é (Sl 8.5).
A terceira questão em analise é a função do homem em meio a criação. Aqui veremos alguns pontos importantes sobre esta questão: a) é bom, antes de vermos propriamente dita as funções do homem, analisar o propósito das outras coisas criadas, em relação ao homem. Pois o que vemos é que as coisas anteriormente criadas foram criadas para beneficio do homem, como lemos no texto de Gn 1.29-30. É bom lembrarmos que isso não nos dá o direito de usar do suprimento da natureza de uma forma desordenada, e que também o homem não é um intruso na terra, como pensam alguns naturalistas. b) Dominai: aqui vemos a primeira função que Deus dá ao homem (Gn 1.26 e 28), de dominar sobre a terra e sobre o reino animal. Dominar aqui significa cuidar também. Esta função o ser humano deixou de cumprir, pois devido ao pecado ele perde o domínio (Gn 3.17-19), esse é um dos motivos de Cristo ter assumido a forma humana. Para sub-julgar toda a criação e cumprir o propósito original do ser humano (Mt 28.18). c) Frutificai, multiplicai-vos, e enchei a terra (Gn 1.28): esta é outra função do ser humano, que é a de constituir famílias.
Aqui chegamos ao fim do relato do capítulo 1 de Gênesis e o desfecho glorioso é que tudo o que Deus fez e criou é bom, inclusive em cada dia que Deus realizou a sua obra Ele conclui que é bom, porém no sexto dia é declarado que tudo é muito bom. As obras de Deus são boas mas o pecado de Adão fez algumas desfigurações, porém o Cristo que servimos e adoramos restaurará a perfeição desta obra gloriosa. (Rm 8.19-25).Sendo assim rendemos honras e glórias ao Deus que tudo criou para sua glória. (Sl 19.1-4)

quarta-feira, 23 de julho de 2008

MEDITAÇÕES SOBRE O LIVRO DE GÊNESIS - III

OS DIAS DA CRIAÇÃO – I (Gn 1.3-25)

Antes de falarmos propriamente dito dos dias da criação precisamos fazer algumas considerações preliminares.
Devemos lembrar que tudo que foi feito por Deus, foi feito pelo poder magnífico da sua palavra, quando lemos no versículo 3 a frase “E disse Deus” é uma demonstração de que a sua obra é realizada pelo poder da sua palavra. Vemos freqüentemente a palavra de Deus em ação, na criação (vers. 3, 6, 9, 11, 14, 20, e 24; Hb 11:3); Quando almas são salvas (1Co 1:21; Rm 10:17); Cristãos são limpos (Jo 17:17); E o julgamento vem sobre os ímpios (Ap 19:15), tudo através da instrumentalidade da Palavra de Deus. E ainda se faz referência a Jesus Cristo como a Palavra encarnada (Jo 1:1,14).
Devemos observar também quando nos versículos 5 e 8 que está escrito “E chamou Deus”, pois na cultura judaica quando alguém da nome a alguma coisa significa que este alguém tem domínio sobre o objeto nomeado. Demonstrando assim que Deus tem domínio sobre a sua criação. Isto, para nós que cremos em um único Deus, é algo maravilhoso, porém para os que acreditam em vários deuses e que cada um governa sobre uma parte da terra causa um grande problema, pois o que vemos é um único Deus dando nomes e dominando sobre a sua criação.

O primeiro dia da criação (3-5): Como já estudamos na aula passada, que a luz como obra criadora de Deus no primeiro dia, antes da criação do sol, é a luz que devemos entender como a luz que irradia de Deus, que traz vida, ou o principio de toda a vida. E vimos, também, que esta luz, como vida, é tipificada na vida do cristão como a vida eterna, a salvação em Cristo. (1Jo 1.5-7; 1Jo 2.7-11; 1Pe 2.9)

O segundo dia da criação (6-8): Aqui lemos o relato da criação da atmosfera, o céu que vemos a olho nu, (Jó 37.18; Is 40.22)o céu como espaço das aves. Neste texto, Gn 1.6-8, observamos que tanto a água em estado liquida como no estado gozoso é reconhecido como água. O firmamento, atmosfera, recebe o nome de céu (8).

O terceiro dia da criação (9-13): No terceiro dia da criação vemos a obra criadora de Deus se manifestando na separação da terra e do mar. Isso nos leva a entender que a terra era totalmente coberta pelas águas. Tiramos esta conclusão através do versículo 9, onde está escrito: “Ajuntem-se às águas debaixo dos céus em um só lugar; e apareça a porção seca.” Existem outros textos ba Bíblia que da este mesmo ensinamento (Jó 38.8-11; Sl 104.6-9; Jr 5.22; 2Pe 3.5). Foi no terceiro dia que Deus criou também a vegetação (10-12), e isso segundo a sua espécie, que contraria a falsa teoria da evolução e da criação espontânea. Também encontramos referências Bíblicas sobre esta obra de Deus (Sl 65.9-13; Sl 104.13-17).

O quarto dia da criação (14-19): Chegamos agora no quarto dia da criação, onde é criado os luminares: sol, lua e estrelas. Neste texto observamos que os luminares recebem suas funções: Primeiro, fazer separação entre dia e noite; Segundo, para servir de sinais para tempos, dias e anos; e Terceiro para iluminar a terra. O lunimar maior seria o que governaria o dia e o luminar menor para governar a noite (Sl 136.8-9). Esta obra criadora de Deus é também constatada em vários textos bíblicos (Sl 8.3; Sl 33.6; Sl 74.16; Sl 136.7; Is 40.26; Jr 31.35; Am 5.8) Interessante é que as palavras sol e lua são evitadas aqui nestes textos (14-19), pois a palavra que aparece para fazer referências a eles é literalmente “luzeiros ou luminares”, pois as palavras usadas para sol e lua eram usadas para fazer referências a divindades ligadas a eles. A palavra sol aparece pela primeira vez na Bíblia em Gn 15.12 e devido a adoração a este objeto Deus faz proibições a esse tipo de culto em Dt 4.19; Dt 17.3.

O quinto dia da criação (20-23): No quinto dia vemos o surgimento das primeiras criaturas vivas, Deus criou os peixes e as aves. Esta verdade é confirmada por vários textos bíblicos também (Sl 146.6; Gn 2.19). A palavra que aparece no texto do versículo 21 como baleia, na tradução de João Ferreira de Almeida Revista e Corrigida, no original é literalmente grandes animais marinhos, que na mitologia Cananéia era o nome dado a um grande monstro marinho. A mesma palavra é usada para figurar como grandes adversários de Deus. Porém aqui é retratado com sendo boa toda a criação de Deus. Aqui observamos, da mesma forma que acontece com as plantas, que os animais foram criados de acordo com suas espécies (21). A benção de Deus sobre os seres viventes faz com que eles encham o mar e o ar. (22).

O sexto dia da criação – I (24-25): Aqui chegamos ao sexto dia da criação, e aqui iremos dividir em duas partes. Pois a obra da criação do sexto dia inclui também a criação do ser humano, e por ser a criação do ser humano algo de extrema importância, iremos dedicar um dia somente para o estudo desta questão, a criação do homem.No sexto dia Deus criou os animais terrestres, incluindo insetos, gados, répteis, e as bestas feras. Neste texto observamos novamente a questão que Deus criou tudo conforme as suas espécies. (Gn 2.19)

sexta-feira, 18 de julho de 2008

ESTUDO SOBRE A INSPIRAÇÃO DA BÍBLIA.

A INSPIRAÇÃO DA BÍBLIA



Temos visível evidência que a Bíblia é uma revelação de Deus. E é nos dito na Bíblia que Deus deu a revelação por inspiração. Se a Bíblia é a revelação de Deus, justo é deixá-la falar por si mesma sobre a sua própria natureza. É nosso propósito, então, inquirir neste capítulo do sentido e da natureza da inspiração, segundo o propósito testemunho da Bíblia.
No curso que estamos seguindo aqui observamos a razão no seu sentido mais elevado. Mostrou-se que a razão requer uma crença na existência de Deus. E apontou-se, além disso, que é razoável esperar uma revelação escrita de Deus. É da competência da razão, então, em relação à revelação, primeiro que tudo, examinar as credenciais de comunicações que professam ser uma revelação de Deus. Se essas credenciais forem satisfatórias, deve então a razão aceitar as comunicações como vindas de Deus; daí, aceitar as coisas apresentadas como sendo verdadeiras. "A revelação é o vice-rei que apresenta primeiro suas credenciais à assembléia provincial e então preside" (Liebnitz). Na maneira precitada "a razão mesma prepara o caminho para uma revelação acima da razão e garante uma confiança implícita em tal revelação quando uma vez dada" (Strong).
Acima da razão não é contra a razão. É apenas calvo racionalismo que rejeita tudo que não pode aprofundar ou demonstrar racionalmente. "O povo mais irrasoável do mundo é aquele que depende unicamente da razão, no sentido estreito" (Strong). O mero arrazoamento ou o exercício da faculdade lógica não é tudo da razão. A razão, no seu sentido lato, compreende o todo da força mental para reconhecer a verdade. A razão só pode rejeitar justamente aquilo que contradiz fatos conhecidos. E então, para estar seguro, a razão deve estar "condicionada em sua atividade por um santo afeto e iluminada pelo Espírito Santo" (Strong). A semelhante razão a Escritura não apresenta nada contraditório, conquanto ela faz conhecido muito, além do poder desajudado do homem para descobrir ou compreender completamente.
I. O SENTIDO DA INSPIRAÇÃO
Quando Paulo disse: "Toda a Escritura é dada por inspiração de Deus" (II Timóteo 3:16), ele empregou a palavra grega "theopneustos" com a idéia de inspiração. A palavra grega compõe-se de "theos", significa Deus, e "pneu", significando respirar. A palavra composta é um adjetivo significando literalmente "inspirado de Deus". Desde que é o fôlego que produz a fala, esta palavra proveu um modo muito apto e impressivo de dizer que a Escritura é a palavra de Deus.
II. O ELEMENTO HUMANO NA INSPIRAÇÃO
Contudo, foi só em casos especiais que as palavras a serem escritas foram oralmente ditadas pelos escritores da Escritura. Em muitos casos as mentes dos escritores tornaram-se o laboratório em que Deus converteu Seu fôlego, como se fosse, em linguagem humana. Isto não se fez por um processo mecânico: não se suspenderam a personalidade e o temperamento dos escritores, manifestos ambos nos escritos. Daí lemos em Gaussen: "Ao mantermos que toda a escritura vem de Deus, longe estamos de pensar que nela o homem nada é ... Na Escritura todas as palavras são do homem, como lá, também, todas as palavras são de Deus. Num certo sentido, a Epístola aos Romanos é totalmente uma carta de Paulo e, num sentido ainda mais elevado, é totalmente uma carta de Deus" (Theopneustia, um livro altamente endossado por C. H. Spurgeon). E como lemos também em Manly: "A origem e a autoridade divinas da Palavra de Deus não são para se afirmar de modo a excluir ou anular a realidade da autoria humana com as particularidades daí resultantes. A Bíblia é a palavra de Deus ao homem, de capa a capa; ainda assim, é ao mesmo tempo, real e completamente, composição humana. Nenhuma tentativa deverá ser feita ! como certamente não faremos nenhuma ! para alijar ou ignorar o "elemento humano" da Escritura, o qual está iniludívelmente aparente na sua própria face; ninguém deverá desejar engrandecer o divino tanto a ponto de o atropelar, ou quase isso. É este um dos grandes enganos em que incorrem homens bons. Divino e humano, sejam ambos admitidos, reconhecidos e aceitos grata e jubilosamente, contribuindo cada um para fazer a Bíblia mais completamente adaptada às necessidades humanas como instrumento da graça divina e o guia para almas humanas fracas e errantes. A palavra não é do homem, quanto à sua fonte: nem dependendo do homem, quanto à sua autoridade: é por meio do homem e pelo homem como seu médio; todavia, não simplesmente como o canal ao longo da qual corre, qual água por uma bica sem vida, mas pelo homem e através do homem como o agente voluntariamente ativo e inteligente na sua comunicação. Ambos os lados da verdade se expressam na linguagem escriturística: "Os homens santos de Deus falaram segundo foram movidos (levados) pelo Espírito Santo" (2 Pedro 1:21). Os homens falaram; o impulso e a direção foram de Deus" (A Doutrina da Inspiração). "As Escrituras contém um elemento humano bem como um divino, de modo que, enquanto elas constituem um corpo de verdade infalível, esta verdade está ajeitada em moldes humanos e adaptados à comum inteligência humana" (Strong).
III. A INSPIRAÇÃO EXECUTADA MILAGROSAMENTE
O elemento humano na Bíblia não afeta sua infalibilidade, tanto como a natureza humana de Cristo não afetou Sua infalibilidade. A inspiração se afetou milagrosamente tanto como o nascimento virginal de Cristo se efetuou milagrosamente e tanto como os homens são trazidos ao arrependimento e à fé milagrosamente. O arrependimento e a fé são atos humanos voluntários, contudo operam-se no homem pelo Espírito Santo. Deus efetuou o milagre da inspiração preparando providencialmente os escritores para o seu trabalho e revelando Sua verdade aos mesmos, habilitando, guiando e superintendendo-os no arquivamento dela como para dar-nos por meio deles uma transmissão exata e completa de tudo quanto Lhe aprouve revelar.
"Conquanto o Espírito Santo não selecionou as palavras para os escritores, evidente é que Ele as selecionou através dos escritores" (Bancroft, Elemental Theology).
IV. MÉTODOS NA INSPIRAÇÃO
O elemento miraculoso na inspiração, sem duvida, não pode ser explicado. E não temos nenhum desejo que o homem possa explicá-lo. Mas até um certo ponto, no mínimo, podemos discernir das Escrituras os métodos que Deus usou na inspiração. Um estudo dos métodos empregados deveria levantar nossa apreciação da inspiração.
(1) Inspiração por meio da revelação objetiva.
Algumas vezes se deu uma revelação direta e oral para ser escriturada, tal como foi o caso ao dar-se a Lei mosaica (Ex. 20:1) e tal como foi o caso, algumas vezes, com outros escritores (Dan. 9:21-23; Apo. 17:7).
(2) Inspiração por meio de visão sobrenatural.
Noutros casos deu-se uma visão sobrenatural com ou sem uma interpretação dela, como foi o caso com João na Ilha de Patmos.
(3) Inspiração por meio de Passividade.
Noutras vezes, quando não se nos dá evidencia de uma revelação externa de espécie alguma, os escritores foram tão conscienciosa e passivamente movidos pelo Espírito Santo que ficaram sabidamente ignorantes de tudo quanto escreveram, como foi o caso com os profetas quando escreveram de Cristo (1 Pedro 1:10).
(4) Inspiração por meio de iluminação divina.
Algumas vezes foi dada aos escritores tal iluminação divina como para habilitá-los a entenderem e aplicarem a verdade contida em prévias revelações, mas não feitas inteiramente claras por eles; como foi o caso com escritores do Novo Testamento ao interpretarem e aplicarem a Escritura do Velho Testamento (Atos 1:16, 17, 20; 2:16-21; Rom. 4:1-3; 10:5-11).
(5) Inspiração por meio da direção de Deus.
Em alguns casos os escritores foram meramente de tal modo guiados e guardados como para serem habilitados a recordar tais fatos históricos segundo Deus se agradou de os fazer recordar, quer fossem esses fatos pessoalmente conhecidos deles, ou obtidos de outros, ou revelados sobrenaturalmente. Todos os livros históricos são exemplos oportunos aqui.
(6) Inspiração por meio de revelação subjetiva.
Noutras vezes foi a verdade revelada através dos escritores por uma tal vivificação e aprofundamento do seu próprio pensar como para habilitá-los a perceber e recordar nova verdade infalivelmente, como parece ter sido o caso com Paulo em muitas das suas epístolas.
Somando-o tudo, podemos dizer que o processo de inspiração consistiu de tais meios e influências como aprouve a Deus empregar, segundo as circunstancias, para poder dar-nos uma revelação divina, completa e infalível de toda a verdade religiosa de que precisamos durante esta vida. Ou podemos dizer com A. H. Strong: "Pela inspiração das Escrituras queremos significar aquela influência divina especial sobre as mentes dos escritores sagrados em virtude da qual suas produções, à parte de erros de transcrição, quando justamente interpretadas, constituem juntas uma regra de fé e prática infalível e suficiente".
V. A EXTENÇÃO DA INSPIRAÇÃO
Ver-se-á que a inspiração verbal está implicada no que já dissemos; mas, como também já foi dito, isto não destrói o elemento humano na Escritura. A Escritura é, toda ela, a Palavra de Deus; ainda assim, muitíssimo dela é também a palavra do homem. Os escritores diferem em temperamento, linguagem e estilo, diferenças que estão claramente manifestas nos seus escritos, ainda que suas produções são tão verdadeiras e completamente a Palavra de Deus como qualquer expressão oral de Jesus.
VI. PROVAS DA INSPIRAÇÃO VERBAL
Para prova de fato que a Bíblia é inspirada em palavra e não meramente em pensamento, chamamos a atenção para as evidencias seguintes:
(1) A Escritura inspirada envolve necessariamente a inspiração verbal.
É nos dito que a Escritura é inspirada. A Escritura consiste de palavras escritas. Assim, necessariamente, temos inspiração verbal.
(2) Paulo afirmou que ele empregou palavras a ele ensinadas pelo Espírito Santo.
Em 1 Cor. 2:13, ao referir-se às coisas que ele conheceu pelo Espírito Santo, disse: "Quais coisas falamos, não nas palavras que a humana sabedoria ensina, mas que O Espírito Santo ensina". É isto uma afirmação positiva da parte de Paulo que ele não foi deixado a si mesmo na seleção de palavras. {Alguns acusam que em Atos 23:5, 1 Cor. 7:10,12, Paulo admite a não inspiração. Em Atos 23:5 Paulo diz a respeito do Sumo Sacerdote: "Não sabia, irmãos, que era o Sumo sacerdote". Isto "pode ser explicado tanto como a linguagem de ironia indignada: "Eu não reconheceria tal homem como Sumo Sacerdote"; ou, mais naturalmente, como uma confissão atual de ignorância e falibilidade pessoais, o que não afeta a inspiração de qualquer dos ensinos ou escritos finais de Paulo" (Strong). Inspiração não significa que os escritores da Bíblia foram sempre infalíveis no juízo ou impecáveis na vida, mas que, na sua capacidade de mestres oficiais e interpretes de Deus, eram conservados do erro.}
Nas passagens da primeira epístola aos corintios diz Paulo no caso de um mandamento: "Mando eu, todavia não eu, mas o Senhor"; ao passo que no caso de outros mandamentos diz ele: "O resto falo eu, não o Senhor". Mas notai que no fim das ultimas séries de exortações ele diz: "Penso... que eu tenho o Espírito de Deus" (1 Cor. 7:40). Aqui, portanto, Paulo distingue... não entre os seus mandamentos próprios e inspirados, mas entre aqueles que procediam de sua própria (inspirada de Deus) subjetividade e os que Cristo mesmo supriu por Sua palavra objetiva" (Meyer, in Loco).
(3) Pedro afirmou a inspiração verbal dos seus próprios escritos como dos outros apóstolos.
Em 2 Pedro 3:1,2,15,16 Pedro põe os seus próprios escritos e os de outros apóstolos em nível com as Escrituras do Velho Testamento. E desde que Pedro creu que as Escrituras do Velho Testamento eram verbalmente inspiradas (Atos 1:16), segue-se, portanto, que ele considerava os seus escritos e os de outros apóstolos como verbalmente inspirados. {Uma questão pode levantar-se quanto à dissimulação de Pedro em Antioquia, onde temos uma "contradita prática às suas convicções por separar-se e retirar-se dos cristãos gentios (Gál. 2:11-13)" (Strong). "Aqui não houve ensino público, mas a influencia de exemplo privado. Mas nem neste caso, nem no precitado (Atos 23:5) Deus suportou o erro como resolvido. Pela agencia de Paulo o Espírito Santo resolveu o assunto direito" (Strong)}
(4) Citações em o Novo Testamento tiradas do Velho provam a inspiração verbal dos escritores do Novo Testamento.
Tinham os judeus pela letra da Escritura uma consideração supersticiosa. Certamente, então, judeus devotos, se deixados a si mesmos, seriam extremamente cuidadosos de citarem a Escritura como está escrita. Mas achamos em Novo Testamento umas duzentas e sessenta e três citações do Velho Testamento e dessas, segundo Horne, oitenta e oito são citações verbais da Setuaginta; sessenta e quatro são emprestadas dela; trinta e sete tem o mesmo sentido; mas palavras diferentes; dezesseis concordam mais quase com o hebraico e vinte diferem tanto do hebraico como da Setuaginta. Todos os escritores do Novo Testamento, salvo Lucas, eram judeus. Contudo não escreveram como judeus. Que pode explicar isto, se eles não estavam cônscios da sanção divina de cada palavra que escreveram? Alguns bons exemplos de citações do Velho Testamento pelos escritores do Novo, onde novo sentido se põe nas citações, acham-se em Rom. 10:6-8, que é uma citação de Deut. 30:11-14.
(5) Mateus afirmou que o Senhor falou pelos profetas do Velho Testamento.
Vide a Versão Revista de Mat. 1:22 e 2:15.
(6) Lucas afirmou que o Senhor falou pela boca dos santos profetas. Lucas 1:70.
(7) O escritor aos hebreus afirma o mesmo (Heb. 1:1).
(8) Pedro afirmou que o Espírito Santo falou pela boca de Davi. Atos 1:16.
(9) O argumento de Paulo em Gal. 3:16 implica inspiração verbal.
Neste lugar Paulo baseia um argumento no número singular da palavra "semente" na promessa de Deus a Abraão.
(10) Os escritores do Velho Testamento implicaram e ensinaram constantemente a autoridade divina de sua próprias palavras.
As passagens em prova disto são numerosas demais para precisarem de menção.
(11) A profecia cumprida é prova da inspiração verbal.
Um estudo da profecia cumprida convencerá qualquer pessoa esclarecida que os profetas foram necessariamente inspirados nas próprias palavras que enunciaram; do contrário, não podiam ter predito algo do que eles souberam muito pouco.
(12) Jesus afirmou a inspiração verbal das escrituras. Jesus disse: "A Escritura não pode ser quebrada" (João 10:35), com o que ele quis dizer que o sentido da Escritura não pode ser afrouxada nem sua verdade destruída. Sentido e verdade estão dependendo de palavras para sua expressão. Sentido infalível é impossível sem palavras infalíveis.

Fonte: www.palavrapredente.com.br

ONDE ESTÁ A FELICIDADE?

SEGUNDO OS PENSADORES O QUE É FELICIDADE E ONDE ELA OCORRE?

A questão da felicidade é algo que já foi discutida por diversas vezes desde a antiguidade. A filosofia é uma das ferramentas que tenta responder as questões que a felicidade apresenta. Aos observar a questão da felicidade a principio tinha em mente que seria uma questão fácil de resolver, mas na realidade, ao observar os pensamentos de alguns filósofos, cheguei a conclusão de que existe muito mais de uma definição para a felicidade. Uns acham que a felicidade é inatingível, outros acham que a felicidade pode ser alcançada nesta vida. E na verdade existem muitos pontos de vista acerca da felicidade.
O filósofo Sócrates é tido como o pensador que primeiro procurou explicar a felicidade, a filosofia da felicidade. E segundo Sócrates, pensar nos ajuda a viver melhor, e viver melhor traz a felicidade, segundo ele, ser virtuoso é ser feliz.
Já no pensamento de Kant a felicidade é algo inatingível, pois sempre teremos desejos insatisfeitos e por isso jamais seremos felizes plenamente.
Pascal diz que nós fingimos ser felizes para esquecer que não somos, e que a única felicidade que poderíamos alcançar está em outra vida, por que a única coisa que desejamos é o futuro e este não existe.
Diferente de Pascal, o pensador Espinosa, acredita que a felicidade é algo que não espera o futuro e se contenta com o real.
Veja esta frase de Jean-Jacques Rousseau: “A felicidade é um estado permanente que não parece ter sido feito, aqui na terra, para o homem. Na terra, tudo vive num fluxo contínuo que não permite que coisa alguma assuma uma forma constante. Tudo muda à nossa volta. Nós próprios também mudamos e ninguém pode estar certo de amar amanhã aquilo que hoje ama. É por isso que todos os nossos projetos de felicidade nesta vida são quimeras.” Ele deixa claro que a felicidade plena nesta vida é impossível. Mas ele deixa, em outros textos, claro que temos momentos de alegria de espírito e que devemos aproveitar esses momentos e agir de forma que não afastemos esses momentos de nós.
Colocarei algumas citações sobre a felicidade agora para vermos onde ocorre a felicidade, segundo alguns pensadores:
"Há duas épocas na vida, infância e velhice, em que a felicidade está numa caixa de bombons." - Autor: Carlos Drummond
"O segredo da felicidade é o seguinte: deixar que os nossos interesses sejam tão amplos quanto possível, e deixar que as nossas reações em relação às coisas e às pessoas sejam tão amistosas quanto possam ser." - Autor: Bertrand Russell
"A felicidade consiste em ações perfeitamente conformes à virtude, e entendemos por virtude não a virtude relativa, mas a virtude absoluta. Entendemos por virtude relativa a que diz respeito às coisas necessárias e por virtude absoluta a que tem por finalidade a beleza e a honestidade." - Fonte: "Ética" - Autor: Aristóteles
"Não é a nossa condição, mas a têmpera da nossa alma que nos torna felizes." - Autor: Voltaire
"Nós não somos felizes, e a felicidade não existe; apenas podemos desejá-la." - Autor: Anton Tchekhov
"Quase sempre a maior ou menor felicidade depende do grau de decisão de ser feliz." - Autor: Abraham Lincoln
"De todos aqueles que consideramos felizes, não há um que o seja." - Fonte: "Fragmentos" - Autor: Anaxágoras
"Apenas quem terminou a sua vida sem sofrimento / pode considerar-se feliz." - Fonte: "Agamémnon" - Autor: Ésquilo
"Não existe um caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho." - Autor: Mohandas Gandhi
"A verdadeira felicidade está na própria casa, entre as alegrias da família." Autor: Léon Tolstoi
"A felicidade é um problema individual. Aqui, nenhum conselho é válido. Cada um deve procurar, por si, tornar-se feliz." - Autor: Sigmund Freud
"A suprema felicidade da vida é ter a convicção de que somos amados”- Autor: Victor Hugo
"Cada hora de tempo perdido na juventude é um embrião de infelicidade no futuro”- Autor: Napoleão Bonaparte
Com estes e outro pensamentos observamos que existem muitos pensamentos de o que é a felicidade e onde ela ocorre. Como Vitor Hugo disse que “a suprema felicidade da vida é ter a convicção de que somos âmagos”, eu chego a minha conclusão e defendo que a felicidade acontece quando descobrimos que somos de fato amados, e eu descobrir que existe o amor profundo de Deus por minha vida e de todos os seres humanos, por isso me considero feliz. Veja o que uma pesquisa do Datafolha revela: Uma pesquisa feita pelo Instituto de Pesquisas Datafolha feita entre 4 e 5 de setembro de 2006 com 7.724 pessoas de 349 municípios aponta que 75,5% dos brasileiros entrevistados se consideravam felizes. Em 1996 pesquisa semelhante pelo mesmo instituto indicava o índice de 65%. Apesar disso, apenas 28% dos brasileiros entrevistados achavam que o brasileiro é feliz de uma forma geral.De acordo com o Datafolha, os evangélicos pentecostais seriam os que mais se consideram felizes com o índice chegando a 83%, enquanto os entrevistados que dizem não ter religião ou serem ateus atingem 67%. Nesta pesquisa não houve diferença praticamente entre o índice dos homens e das mulheres, que são respectivamente 78 e 75%. Em 1996 a pesquisa apontou uma diferença de 7% a mais para os homens.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

MEDITAÇÕES SOBRE O LIVRO DE GÊNESIS - II

I. OS PRINCÍPIOS DA HISTÓRIA. Gn 1.1-3

A majestosa linguagem da sentença inicial do livro de Gênesis indica o lugar que a Bíblia dá a Deus de princípio a fim. A revelação põe Deus no centro, e seu capítulo primeiro não apresenta tanto uma doutrina sobre a criação, mas antes, a doutrina do Criador. Todas as coisas ali aparecem em sua relação para com Deus e na dependência d’Ele. A Bíblia Sagrada não tenta provar a existência de Deus e sim afirma o fato da existência de Deus. Declara: “Deus existe, e é o criador de tudo.”

a) A Criação do Universo (Gn 1.1)

Como considerar a descrição em causa? Ciência, fábula ou revelação? Se, por ciência, entendermos a disposição sistemática dum ramo do saber, diremos, então, que a descrição nada tem de "científico". E ainda bem, pois se fosse utilizada a linguagem científica do século XX, como a entenderiam os leitores dos séculos precedentes? E mesmo os atuais necessitariam duma adequada preparação científica. A narração do Gênesis não foi, portanto, redigida em moldes científicos, talvez para melhor mostrar a sua inspiração divina.
Quanto a supor-se uma fábula a narração do Gênesis, quer no sentido popular, quer no sentido clássico, não é fácil de admitir-se. Pois no primeiro caso tratar-se-ia duma obra puramente imaginária, e no segundo duma exposição simbólica dum fato com certas verdades abstratas, que de outro modo seriam incompreensíveis. Trata-se, sim, duma narração dos acontecimentos que não seriam compreendidos, se fossem descritos com a precisão formal da ciência. É neste estilo simples mas expressivo que a divina sabedoria se manifestou claramente aos homens, indo assim ao encontro das necessidades de todos os tempos. Os fatos apresentam-se numa linguagem abundante e rica, que é possível incluir todos os resultados das pesquisas científicas.
O primeiro capítulo do Gênesis não há dúvida que supõe a revelação divina.
São duas as palavras com que a Escritura designa a ação criadora de Deus: bara’ (criar) e ’ asah (fazer). A primeira é, sem dúvida, a mais importante, e aparece sobretudo nos versículos 1,21,27, ou seja, quando se pretende frisar o início de todos os seres em geral, dos seres animados e dos seres espirituais, respectivamente. O certo é que não há possibilidade de exprimir, por palavras humanas, essa obra maravilhosa de Deus, que transcende toda a ciência, por muito profunda e completa que seja. O significado exato de bara’ indicar a ação divina de trazer à existência algo inteiramente novo. No vers. 1 a idéia de criação exclui materiais já existentes, podendo então dizer-se que as coisas foram produzidas "do nada". Mas nos vers. 21 e 27 nada obsta a que se tenham utilizado materiais preexistentes.

E que dizer dos "dias" em que se operou a criação? Há quem suponha tratar-se de dias de 24 horas, uma vez que se mencionam tardes e manhãs, ou então admitir-se apenas uma visão dramática, já que a história se apresentou a Moisés numa série de revelações, que duraram seis dias. Sugestões interessante e curiosas, sem dúvida, mas que não passam de conjeturas, o mesmo sucedendo à teoria moderna, segundo a qual o "dia" representaria uma idade geológica. Para isso supunha-se que o sol, supremo regulador do tempo planetário, não existia durante os primeiros três dias; de resto, a palavra "dia" em Gn 2.4 estende-se aos seis dias da criação; por outro lado, em diferentes textos da Escritura o mesmo vocábulo refere-se a períodos de tempo ilimitado, como no Sl 90.4. A principal dificuldade que se levanta contra esta última interpretação é a alusão a "tarde" e a "manhã", mas pode admitir-se que a obra da criação figuradamente seja caracterizada por épocas bem definidas.
É espiritual e religioso o objetivo da narração de Gn 1. A formação dos seres vem manifestar as relações entre Deus e as criaturas de sorte que só a fé as compreenderá devidamente: "Pela fé entendemos que os mundos pela Palavra de Deus foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente" (Hb 11.3). Só o crente, portanto, compreenderá o alcance da narração; mas não admira que por vezes surjam hesitações, perante as dificuldades de interpretação.
Mas a narrativa tem ainda um segundo objetivo: o de pôr o homem em contato com toda a criação, ou melhor, o de colocá-lo em posição de primazia perante todos os seres criados. Por isso vemos Deus a agir gradualmente na Sua obra criadora, que atinge, com a formação do homem, o ponto culminante dessa obra-prima de Deus.

Sem forma e vazia (1.2). A expressão hebraica (tohu wabhohu) “era sem forma e vasia” soa como uma questão um tanto contraditória, quando se não faz uma analise detalhada do texto. Pois em Is 45.18, onde aparece o termo bohu não contradiz aquele significado e dá a entender que Deus não abandonou a terra que criou: "Não a criou vazia, mas formou-a para que fosse habitada". O que acontece é que a palavra tohu wabhohu, pode ser traduzida por “tornou-se sem forma e vazia”, o que nos dá a entender que ocorreu algum evento que fez com que a terra se tornasse sem forma e vazia, seria sem lógica criar algo sem forma e vasio.
Disse Deus (1.3). "Pela palavra do Senhor foram feitos os céus" (Sl 33.6). Cfr. Jo 1.1-3. Luz (3). O caráter primário da luz, mesmo antes do sol, é um dos postulados da ciência moderna, mas o que devemos entender é que a palavra no original é: ´or, que siginifica vida, ou ainda ondas iniciais de energia. O que entendemos com isso é que quando houve a grande catastrofe que destruiu a obra inicial, e que a terra ficou sem forma e vazia, Deus intervem para reorganizar a sua obra criadora e a sua presença produziu a luz, ou como esta no original, a vida. Pois a terra ficou em trevas, e a presença de Deus traz luz, vida, onde Ele chega. E temos outras bases bíblicas para tal, onde por diversas vezes vemos a Bíblia tratando luz como vida e também como a vida eterna, a salvação em Jesus (Sl 56.13; 2Co 4.6; 1Jo 1.5-7; 1Jo 2.7-11; 1Pe 2.9; Ef 2.5). Isto nos mostra que mesmo em meio a destruição e caos em que a terra se encontrava Deus não deixou a sua obra perecer, mas com sua presença Deus trouxe luz, vida.

domingo, 13 de julho de 2008

Alimentar as ovelhas ou divertir os bodes?

"Creio que a coisa mais condenavel que um homem pode fazer é pregar o evangelho como se fosse um mero ator e transformar o culto a Deus em uma espécie de espetaculo teatral." (Chales Spurgeon)

Estamos em uma época em que não é dificil encontrar pastores que realizam a obra de Deus como se fossem meros artistas. Vivem a representar o que não é. Pregam um tipo de mensagem que não é a mensagem do evangelho. Preferem divertir os bodes mas esquecem de alimentar as ovelhas. O que mais vale é o valor da contribuição que tal pessoa faz e não a alma que esta detro dela. Por isso eu concordo com o autor da frase acima, que é triste verificarmos que existem muitos que transformam o culto a Deus em uma espécie de espetaculo qualquer. Mas que Deus nos ajude a fazer a diferença e lembra que o culto a Deus é, e deve ser, dedicado somente à sua adoração.
O que você prefere? Alimentar ovelhas ou divertir os bodes?
Fui...

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Graça, maravilhosa graça!!!

"Minha única qualificação para escrever um livro sobre a graça é a roupa que uso. Deixe-me expli­car.
Durante anos, possui um elegante terno, com paletó, calça, e até um chapéu. Considerava-me totalmente garboso nesse conjunto, e estava cer­to de que os outros eram da mesma opinião.
As calças, talhei-as do tecido de minhas boas obras, fortemente urdido de trabalhos realizados e projetos completados. Alguns estudos aqui, al­guns sermões ali. Muita gente elogiava minhas calças, e, confesso, eu tinha a tendência de puxá-las em público para que as pessoas pudessem notá-las.
O paletó era igualmente impressionante; teci­do de minhas convicções. A cada dia, eu me vestia em profundo sentimento de fervor religioso. Minhas emoções eram absolutamente fortes. Tão fortes que, para dizer a verdade, muitas vezes eu era solicitado a exibir meu manto de zelo em público, a fim de inspirar a outrem. Claro, eu aquiescia feliz.
Enquanto isso, tinha também de expor meu chapéu — um quepe emplumado de sabedoria, feito por minhas próprias mãos, tecido com fibras de opinião pessoal. Eu o usava orgulhosamente.
Certamente, Deus está impressionado com minhas vestes, pensa­va eu com frequência. Ocasionalmente, impertigava-me em sua pre­sença para que Ele pudesse elogiar meus trajes feitos sob medida. Ele nunca falava. Seu silêncio deve significar admiração, convenci a mim mesmo.
Mas então o meu guarda-roupa começou a deteriorar-se. O tecido de minhas calças esgarçou-se. Minha melhor obra, ei-la a desintegrar-se. O que eu fazia já não podia concluir, e o pouco que intentava já não me constituía motivo de orgulho.
Não há problema, pensei. Vou trabalhar duro. Mas o trabalho duro era um problema. Havia um buraco em meu paletó de convicções. Minha determinação estava puída. Um vento frio golpeou-me o peito. Agarrei meu chapéu, e puxei-o firmemente para baixo. A aba rasgou-se em minhas mãos.
Após um período de poucos meses, meu guarda-roupa de justiça própria desfez-se completamente. De cavalheiro vestido sob medida, passei a mendigo esfarrapado. Receando pudesse Deus agastar-se com os meus trapos, remendei-os melhor que pude, e cobri meus erros. As roupas porém estavam muito gastas. E o vento era gelado. Desisti. Voltei para Deus. (O que mais podia fazer?)
Numa quinta-feira invernal, entrei em sua presença, buscando não aplausos, mas aconchego. Minha oração foi débil.
— Sinto-me nu.
— Você está nu. E tem estado assim por um longo tempo. O que Ele fez a seguir, jamais esquecerei.
— Tenho algo para lhe dar — disse-me ele. E gentilmente removeu o restante dos fiapos, e apanhou um manto — um manto real, uma veste de sua própria bondade. Colocou-o em torno de meus ombros. Suas palavras soaram cheias de ternura: — Meu filho, agora você está vestido com Cristo. (Ver Gl 3.27).
Embora houvesse cantado o hino milhares de vezes, só então o compreendi:

Vestido unicamente de sua justiça,
Irrepreensível perante o trono.

Tenho o pressentimento de que alguns de vocês sabem do que es­tou falando. Você vem usando um traje feito por si mesmo. Você tem confeccionado suas vestimentas, honrado suas obras religiosas, e... já notou um rasgo no tecido. Antes que você comece a remendar-se a si próprio, gostaria de partilhar com você alguns pensamentos sobre a maior descoberta de minha vida: a graça de Deus." (Trecho do livro "Nas garras da graça" - Max Lucado)
E impressionante como muitas vezes tentamos nos apresentarmos diante de Deus achando que O impressionaremos com nossa justiça própria. Nos esquecemos que a Bíblia diz que nossas justiças são "trapos de imundicias"(Is 64.6). Nos esquecemos que todos, definitivamente "todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus" (Rm 3.23). O que nos leva a acreditar que obras de pecadores, como nós, irá satisfazer a um Deus tão Santo? O que devemos entender é que o que faz com que Deus se agrade de nós não são as nossas obras, que constantemente apresentamos diante de Deus e "revogando nossos direitos" por ter feito "isso ou aquilo". Muitos se vestem da obra dos dízimos para agradar a Deus e se valem do fato de "serem dizimistas fiéis" para exigir de Deus alguma coisa. Outros se valem das roupas que vestem, atribuindo a si mesmo um status de "santidade" por causa de suas "santas vestes". Outros ainda se valem do fazer caridade para que Deus se agrade deles. Mas o que Deus deseja? A única coisa que faz com que Deus nos receba em sua santa presença não é o que fazemos agora e sim o que foi feito pelo seu filho na cruz. Ali estava o próprio Deus resgatando para si a humanidade. Era o Justo no lugar dos injustos, era o santo nos lugar dos pecadores, era o Inocente no lugar do culpado. Ele mesmo, Deus, assumiu a nossa culpa e cravou em si a sentença do pecado, na qual estávamos todos condenados. Ali Ele mesmo reconciliou consigo todas as coisas. O que nos dá o direito de entrar na presença de Deus é a sua Graça maravilhosa, não há nada que possamos fazer para tornar esta graça mais eficaz do que já é. O que necessitamos na verdade é receber, aceitar a eficácia desta graça. Crer na obra redentora de Cristo em nosso lugar. Por isso e muito mais podemos bradar "Graça, maravilhosa graça!"

quarta-feira, 9 de julho de 2008

MEDITAÇÕES SOBRE O LIVRO DE GÊNESIS - I

I. TÍTULO

O nome "Gênesis" foi dado ao primeiro livro da Bíblia pelo tradutor grego (que na verdade eram 72 tradutores que traduziram o Antigo Testamento em hebraico para o grego e esta tradução recebeu o nome de Septuaginta ou a tradução dos setenta LXX) e significa "origem" ou "princípio". Sem qualquer título especial, os hebreus indicavam-no, na Bíblia hebraica, pela frase inicial: em hebraico é Bereshit "No princípio", a caracterizar perfeitamente o conteúdo do livro, ou seja, o princípio do universo, o princípio do homem, o princípio do pecado, o princípio da salvação, o princípio do povo hebraico, e bem assim o princípio de muitos outros acontecimentos e fenômenos ocorridos na história do mundo. Por esta razão é necessário que ao ler o livro de Gênesis se preste atenção nas palavras começo, inicio, principio ou suas variante, pois se o livro tem por tema a origem de muitas coisas então é ai que devemos focar a nossa atenção.

II. AUTORIA E DATA

Ao longo da história, judeus e cristãos igualmente sustentam que Moisés foi o autor/compilador dos cinco primeiros livros do Antigo Testamento. No Taumude os cinco primeiros livros, o Pentateuco, é mencionado como “os cinco quintos da lei (de Moisés)”. Nós chegamos a esta conclusão através da própria Bíblia Sagrada, vemos em Atos 15.1 dizendo que a circuncisão era um costume que foi ensinado por Moisés, referindo-se ao livro de Gênesis capítulo 17.9-14 onde é estabelecida a circuncisão.
A data em que foi escrito os cinco primeiros livros da Bíblia está entra 1446 e 1406 a.C., tiramos esta conclusão também através da própria Bíblia pois no texto de 1Reis 6.1 vemos que o autor diz que no quarto ano do rei Salomão fazia 480 que o povo de Israel tinha saído do Egito. Sabemos que Salomão começou a reinar em 970 a.C. e se o texto diz que era o 4 ano de reinado então era o ano 966 a.C. o que nos leva a data de 1446 a.C. e se fizermos as contas tirando os 40 anos em que Moisés e o povo de Israel ficou peregrinando no deserto chegaremos a data de 1406 a.C., o que nos indica que somente entre estes 40 anos que Moisés poderia ter escrito estes cinco livros.

A GRAÇA DE DEUS É SUFICIENTE?

A alguns dias fui questionado se para que o camarada fosse salvo somente a Graça de Deus era suficiente.
Minha resposta a tal questionámento foi a seguinte: "Meu querido irmão é muito claro que os dias em que estamos vivendo existe uma mesclagem de libertinagem e de ditadura evangélica, o que nos faz com que venhamos refletir se pessoas que usam de libertinagem em lugar da liberdade serão salvas, ou se são salvas. E por outro lado quando vemos um excesso de cobrança da parte de alguns para que os membros de sua igreja vá para o céu, perguntamos será que precisa de tudo isso mesmo? O que devemos entender é que o que a Bíblia nos revela é que a salvação de um individuo independe de suas ações. Não existe nada que possamos fazer para que a obrar redendora de Cristo seja mais eficaz em nossas vidas, pois é de graça que alcançamos a salvação. É através do mérito de Cristo. É pelo que Ele realizou em nosso lugar. E nós, como cristãos, devemos compreender que a obra de Cristo é completa e sulfiente para conceder salvação a todos que nele crêr. Mas contudo deve se levar em consideração que uma pessoa que vive uma vida de promisquidade não deve ter tido um encontro real com o salvador. Parece que não caiu a ficha do tamanho beneficio que Cristo alcançou, para os que creem, por meio de seu sangue. Por isso eu tenho por mim que a Graça de Deus é estremamente suficielte para que qualquer individuo seja salvo, porém é necessario que tal individuo reconheça tamanha graça e ao reconhecer é evidente que viverá uma vida de gratidão diante de Deus que efetuou tão grande salvação na vida dele."