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segunda-feira, 26 de julho de 2010

MEDITAÇÕES SOBRE O EVANGELHO SEGUNDO MATEUS - IX

O SERMÃO DO MONTE – III (Mt 5.6-8)

Bem-Aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos (Mt 5.6): Jesus continua a nos revelar o caráter do cristão. E aqui ele vai dizer que bem aventurados os que têm fome e sede de justiça. Primeiramente vamos entender o que o Senhor Jesus quis dizer com ter fome e sede. Bom a palavra que vamos encontrar para fome é (gr) Πεινωντες que significa estar faminto, foi a mesma palavra usada por Mateus para falar sobre a fome que o Senhor Jesus teve depois de jejuar por quarenta dias (Mt 4.2) ou seja, uma fome incrível, a ponto de desejar desesperadamente se alimentar. O termo usado aqui para sede é (gr) διψωντες que significa estar sedento, não é uma simples sede que temos ao dar vontade de tomar água; é o anseio que leva-nos a buscar desesperadamente por refrigério; é a mesma palavra usada por Paulo em 1Co 4.11 para falar sobre o sofrimento dos crentes perseguidos. Portanto essa fome e essa sede não são comuns, Jesus está falando de um desejo, necessidade, muito forte e profundo que nos leva a real busca por saciar esse desejo, essa necessidade. Necessidade esta de justiça, ou seja, de cumprir a justiça de Deus. E que não pode ser satisfeita por nós mesmos. Bem-aventurados aqueles que reconhecem que não possuem nenhuma condição de ser justos perante o Senhor Deus Todo Poderoso, mas que anseiam por isso, desejam ardentemente serem justificados perante Deus. São estes que serão fartos. Pois eles encontrarão na pessoa do Senhor Jesus condições de satisfazer a justiça de Deus. Concluímos isso por meio da própria Bíblia, Jesus disse: Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus” (Mt 5.20), lembrando que os fariseus em sua pratica requeria observar 365 proibições e 250 mandamentos. Os fariseus declaravam-se justos por causa de suas obras e o Senhor Jesus os condenou por isso (Mt 23.28). Se nem mesmo uma pratica como a dos fariseus podem satisfazer a justiça de Deus, então temos que concluir que nenhum homem é capaz de ser justo perante Deus. Isaias diz que as nossas justiças são como trapos de imundícia (Is 64.6). Não somos salvos por obras de justiça que praticamos (Tt 3.5). Somos salvos, justificados, porque Cristo satisfez a justiça de Deus em nosso lugar (Rm 3.26). E o texto é bem claro que os que têm fome e sede de justiça serão fartos, ou seja, outro fartara esse anseio, e esse outro é Jesus, só Ele pode fartar-nos, saciar-nos, com a perfeita justiça. Pois essa justiça, que aparece no texto, é (gr) δικαιοσυνην que significa a justiça que Deus aceita, e a única justiça que Deus aceitou é a de Cristo, essa palavra foi usada também por Pedro em sua primeira carta para falar sobre essa obra que Jesus realizou em nós (1Pe 2.24; Ef 4.24). Graças damos a Deus por prover para nós um perfeito sacrifício para satisfazer a Sua própria justiça (Is 53.11; Rm 1.17).

Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia (Mt 5.7): Aqui nós temos um texto que é interpretado de forma muito errada, pois uma leitura rápida leva a isso. Muitos acreditam que o texto ensina que somente podem ser alvo da misericórdia de Deus aqueles que agem com misericórdia. Ou seja, que Deus vai perdoar somente aqueles que são, primeiramente, misericordiosos. Mas o ensino das Escrituras é claro com relação a isso. Pois demonstram que misericórdia não é algo inerente ao homem natural, o homem separado de Deus é incapaz de exercer a verdadeira misericórdia, que do latim tem um sentido interessante: é voltar-se ao miserável com o coração. Ou seja, voltar-se para aquele que nada pode oferecer, e isso, com o coração. É o que Deus fez conosco, se voltou para os seus escolhidos com amor e graça maravilhosamente abundante, não nos tratando segundo a nossa iniquidade, mas sim segundo a sua misericórdia (Sl 109.21; 103.10-13). No Salmo 62.12 o salmista diz que a misericórdia pertence ao Senhor; Em Efésios 2.4 Paulo escreveu que Deus é riquíssimo em misericórdia. Tiago escreveu que a sabedoria que vem do alto, de Deus, é cheia de misericórdia (Tg 3.17). E a Bíblia também nos ensina que só pode exercer misericórdia aqueles que foram alvos da misericórdia de Deus, aqueles a quem Deus salvou e deu o novo nascimento. A capacidade de exercer misericórdia é dada somente aos verdadeiros filhos de Deus. Ou seja eles exercem a misericórdia porque Deus é misericordioso. Eles, os salvos, possuem as características de Cristo (Ef 4.32; Lc 6.36), pois nasceram de Deus (1Jo 1.13). Portanto, podemos concluir que Jesus quis dizer que aqueles que são bem-aventurados são os que foram agraciados por Deus e que são capazes, agora, de exercer misericórdia para com o próximo, sem esperar misericórdia desses, e sim de Deus.

Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus (Mt 5.8): Mais uma vez vemos uma característica que só é possível àqueles que foram regenerados por Deus. A fé na Palavra de Deus exerce o papel de nos limpar, remover as impurezas que podem nos impedir de ver a Deus (Jo 15.3). Aqueles que foram alcançados por Deus e que Ele deu o dom da fé para crerem em sua Palavra e aceitarem a obra de Jesus são os limpos de coração e que vem Deus na pessoa de Jesus revelado na sua Palavra (Jo 1.18; Jo 14.6-10). E os limpos de coração agem de acordo com a sua nova natureza que foi gerada por Deus, pela Palavra (1Pe 1.23). Sua vida é uma vida de sinceridade porque sua vida é centrada na verdade da Palavra de Deus. Tiago escreveu acerca da verdadeira sabedoria, que vem de Deus, que é pura (Tg3.17).

Que Deus nos ajude a colocar em pratica a nossa nova vida que nos deu, para que seu nome seja glorificado por meio de nós. Para que os homens vejam as nossas boas obras e glorifiquem a Deus (Mt 5.16).

SPURGEON CONTRA A PREGAÇÃO MUNDANA

quinta-feira, 22 de julho de 2010

MEDITAÇÕES SOBRE O EVANGELHO SEGUNDO MATEUS - VIII

O SERMÃO DO MONTE – II (Mt 5.4-5)

por Alessandro Costa Vieira

Bem Aventurados os que choram, porque eles serão consolados (Mt 5.4): O que o Senhor Jesus queria dizer com “Bem Aventurados os que choram”? Que tipo de lagrimas Jesus se referia aqui? Sabemos que existem vários motivos para as lágrimas. Alguém pode chorar por não esta satisfeito com a situação financeira de sua vida. Outros podem chorar por sofrerem enfermidades. Alguns derramam lágrimas de murmuração, por simplesmente não aceitarem algo. Não é nenhum desses motivos, e outros, que o Senhor Jesus está se referindo. Não são lágrimas emocionais que trarão o consolo dos céus para nossas vidas. Devemos entender essas lagrimas com relação ao versículo anterior, que já estudamos, que diz: “bem aventurados os pobre de espírito”, e concluímos que o estado de pobre de espírito é aquele que demonstra as suas limitações em alcançar algum favor de Deus através de sua própria capacidade. Assim o pobre de espírito é o mesmo que chora, reconhecendo sua debilidade, sua pecaminosidade e sua incapacidade. Esses que se humilham perante Deus, reconhecendo sua condição de pecador, serão consolados (Sl 51). Esse choro deve demonstrar a nossa impotência diante de circunstancias impossível a nós, como redenção (Sl 49.7-8). Não existe noticia mais dura de se ouvir do que a: “Você não é bom o suficiente para ser salvo.” Ou “Você é pecador e como pecador a única coisa que merece é o inferno.” (Rm 6.23). A Lei revelou a santidade de Deus e que Ele exige santidade do seu povo, ou seja cumprimento da sua Lei. Porém, é ai que vemos nossa impotência (Rm 5.20). Não podemos atingir o padrão exigido por Deus (Rm 7.15-25). Pecamos constantemente (1Jo 1.8). E o pecado é: não está conformado com a Lei de Deus. É ai que encontramos o sentido que Jesus queria dizer com “bem aventurados os que choram”, pois é com o conhecimento de que não posso fazer nada para me salvar, que sou pecador perdido, e mesmo assim desejo a salvação de Deus eu choro implorando seu perdão e misericórdia, confiando na obra redentora de Jesus Cristo, e sou consolado com a verdade central do Evangelho: Ele é Salvador dos pecadores perdidos que reconhecem sua pecaminosidade (Mt 1.21). É a esses, que choram por entenderem seu estado, que é prometido o consolo através do perdão (2Co 7.10). Não há razões para pensarmos em outra espécie de consolo. Pois vemos no exemplo da Igreja primitiva que o sofrimento por aqueles que amam a Cristo era tido como um privilégio (At 21.10-13; 1Pe 4.12-14). É sabido que muitos crentes primitivos oravam pedindo a Deus que fossem achados dignos de morrerem pelo nome do Senhor. Portanto não seria, as lágrimas que Jesus referiu-se, por motivos de sofrimentos neste mundo. O crente que tem a certeza de que é perdoado é feliz, bem aventurado, independente de qualquer situação (Fl 4.11-13; Sl 32.1). Somos felizes, consolados, por sermos perdoados. Aleluia.

Bem Aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra (Mt 5.5): Mais uma vez o Senhor Jesus contrapõe o pensamento do mundo. Pois os que possuíam terras, as possuía por meio de guerras. Portanto não tem lógica ser manso para tal finalidade. Mas ai que surge a questão: “Que terra é essa?”, mas  antes de responder a essa pergunta trataremos do que Jesus quis dizer com o termo manso. A palavra manso (Gr. PraeiV) denota uma pessoa disposta a aceitar a vontade de Deus, como Ele age, sem questionar. É aquele que sabe que a forma de Deus lidar conosco é sempre a melhor, por isso não O resiste. O manso aqui é o oposto de arrogante. São os que confiam inteiramente na forma de Deus agir, e não na sua própria, que possuirão a terra. Mas que terra é essa que os mansos possuirão? Pois Moisés foi o homem mais manso do mundo e não possuiu a terra prometida (Nm 12.3). Vamos chegar a conclusão de que não é essa terra que Jesus está mencionando. Os homens, do passado, possuíam as suas terras através de guerras, e na guerra não há lugar para os mansos. A terra que o Senhor Jesus promete aos mansos é o descanso eterno, a salvação (Mt 11.29). Podemos ver que Jesus cita um texto do Antigo Testamento de Salmos 37.11 que diz: “Mas os mansos herdarão a terra, e se deleitarão na abundância de paz” essa abundancia de paz só é possível para aqueles que tem de fato uma esperança viva de que são salvos por Jesus Cristo. E sabemos que o caminho do céu só pode ser revelado por nosso Senhor, é do jeito dEle que vamos alcançar a terra prometida, nova terra (2Pe 3.13). E é necessário ser manso para se submeter ao seu mandamento, a sua vontade. Os homens deste mundo vivem a inventar caminhos para a salvação. A velha máxima: “Todos os caminhos levam a Deus” é uma demonstração clara de que os homens não aceitam que o jeito de Deus, revelado na Escritura, por não serem mansos segundo Deus. Essa qualidade só é dada aos escolhidos por Deus para a salvação. Pois por meio de sua instrução somos conduzidos a sermos semelhantes a Jesus (Cl 2.10), recebemos a convicção de que do jeito de Deus é sempre o melhor (Rm 12.1-2; Fl 2.13). Outra coisa que devemos destacar neste versículo é o termo “herdarão”, que demonstra a realidade de que somos integrantes da família de Deus. Pois a palavra herdar é utilizada neste contexto. Nós, os que fomos salvos pela grande misericórdia de Deus, que somos mansos, por nos submetermos a vontade de Deus, passamos a ser filhos de Deus (Jo 1.12), integrantes dessa grande e maravilhosa família celestial (Ef 2.19). Que privilégio maravilhoso é saber que somos feitos participantes de tão bela família. Nos dias de Jesus foi assim que Ele reconheceu os seu verdadeiros familiares “os que fazem a vontade de meu Pai”, ou seja, os mansos, que se submentem a vontade de Deus e não questionam (Mt 12.46-50).

Que nós, os que aceitaram a verdade revelada na Escritura, vivamos com essas certezas em nosso coração: Somos bem aventurados por aceitarmos a nossa condição pecaminosa e nos voltarmos para Deus com coração contrito em busca de perdão, reconhecendo Jesus como nosso único salvador. E sermos consolados pelo perdão nos dado de graça pela Graça. E que somos felizes por aceitarmos somente a vontade de Deus como verdade absoluta para nossas vidas e por isso temos certeza de possuir a vida eterna, nova terra que vamos habitar. Que possamos valorizar tão belo privilégio.
Deus seja louvado

POR QUE O HOMOSSEXUALISMO É ERRADO?

MEDITAÇÕES SOBRE O EVANGELHO SEGUNDO MATEUS - VII

O SERMÃO DO MONTE - I (Mt 5.1-3)

Por Alessandro Costa Vieira

O mais belo sermão já pronunciado. Assim que podemos dizer do sermão do monte. Ele é o mais longo dos sermões de pronunciado por Jesus, que está relatado na Escritura. Nele o nosso Senhor traz assuntos de extrema importância para a vida do cristão. O sermão começa com as “bem aventuranças” que demonstram o caráter do cristão. Alem disso o sermão vai tratar do testemunho do cristão; mostra como a lei se relaciona com o Evangelho; como devem ser as esmolas e o jejum; advertências contra as preocupações mundanas; a perfeita relação com o próximo; a chamada para a pratica do Evangelho; e o relato de Mateus termina com o resultado que o sermão produz nos seus ouvintes (Mt 5 – 7).

Jesus sobe a um monte (Mt 5.1-2): A localidade deste monte é incerta, mas ficava, com certeza, na região da Galiléia, próximo ao Mar da Galiléia. Tradicionalmente chamado de Monte das Bem Aventuranças. Jesus sobe ao alto deste monte a fim de ensinar seus discípulos. Alguns afirmam que Jesus subiu no monte para evitar a multidão e ensinar somente os seus discípulos, com base em Mt 5.1 que diz: “E Jesus, vendo a multidão, subiu a um monte, e, assentando-se, aproximaram-se dele os seus discípulos”, mas é inconsistente com o termino do relato de Mateus, que diz em Mt 7.28 que a multidão se admirou do seu ensinamento. Podemos concluir que a multidão estava presente, mas que o discurso foi dirigido aos discípulos (Mt 5.2).

O caráter do cristão (Mt 5.3-12): Jesus inicia esse sermão demonstrando como deve ser o caráter do seu seguidor.

Bem aventurados: O termo (Gr. makarioi – makarioi) repetido nove vezes, no trecho que vai do verso 3 a 11, tem o significado de “mais que felizes” ou “afortunado”. Para os judeus não era algo novo, pois os escritores do A.T. também usaram este termo para demonstrar a felicidade do povo de Deus, vejamos algumas dessas referências: Sl 1.1-3 demonstra a felicidade do piedoso; Sl 33.12 demonstra a felicidade daqueles que foram escolhidos por Deus para seu povo; Sl 127.5 demonstra a felicidade de que tem muitos filhos; Jó 5.17 demonstra a felicidade dos que são repreendidos por Deus; Sl 32.1 demonstra a felicidade do que é perdoado; Sl 34.8, 84.12 e Pv 16.20 demonstram a felicidade dos que confiam em Deus; Sl 41.1 e Pv 14.21 demonstra a felicidade de quem ajuda o pobre; Sl 112.1, 128.1 e Pv 29.18 a felicidade de que teme a Deus e tem prazer em seus mandamentos. Todas essas referências demonstram que o ouvinte de Jesus não estava ouvindo algo novo. Mas a recompensa dos bem aventurados do A.T. quase sempre é relacionada as bênçãos materiais, veja um exemplo no Sl 1. Em contra partida as bem aventuranças que Cristo apresenta trazem bênçãos celestiais. Jesus não ocultou de seus discípulos que os bem aventurados não teriam o apoio do mundo (Jo 16.33; 2Tm 3.12; 1Co 1.26-31).

Bem-aventurados os pobres de espírito (Mt 5.3): Jesus começa o sermão do monte com uma declaração surpreendente. Como já falamos, os judeus estavam familiarizados com a declaração “bem-aventurados”, porém estavam vivendo em opressão e miséria sendo dominados pelos romanos. Quem sabe alguém pensou que ele citaria uma das declarações do A.T., que vimos anteriormente, para mudar a vida deles. Mas não, o nosso Senhor diz que bem-aventurados os POBRES, isso mesmo. O termo que aparece no texto grego á “ptwcoi” que significa “pobre, pobre como um mendigo”. Que seria propicio para as pessoas que estavam ouvindo, eram pobres. E quem sabe se alegraram nessa declaração. Mas o Senhor Jesus completa a declaração com ESPÍRITO. Que poderia, sem dúvida, levar alguém a perguntar como deveria ser bem aventurado alguém que é pobre de espírito se o que os fariseus prezavam era o ser forte espiritualmente? O que vem a ser um “pobre de espírito”? É aquele que reconhece o seu estado espiritual e que é dependente de outrem para que as suas necessidades espirituais sejam supridas. Ou seja, o pobre de espírito é aquele que reconhece que não pode entrar no Reino dos Céus pelos seus méritos espirituais, pela sua pratica religiosa. Isso concluímos pelo próprio sermão do monte que em Mt 5.20se a vossa justiça não exceder a dos escribas e dos fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus.”. Se nem mesmo a justiça dos fariseus pode fazer alguém entrar no reino dos céus, pois em sua pratica requeria observar 365 proibições e 250 mandamentos. Qual o tipo de justiça seria necessário para entrar no reino dos céus? Só é perfeito em justiça aquele que, pela fé, sabe que foi justificado por meio da obra de Cristo (Rm 5.1), Cristo assumiu a nossa culpa e nos tornou justos (Rm 5.19). São bem-aventurados os que reconhecem que não são salvos por aquilo que faz e sim pelo que Jesus fez. Nosso Senhor não escolheu impensadamente esta palavra ao dizer: "Bem-aventurados os mendigos de espírito, bem-aventurados os paupérrimos espirituais, bem-aventurados os espiritualmente destituídos, bem-aventurados os falidos espiritualmente que se encolhem e se humilham por causa de seu total desamparo; porque deles é o reino dos céus." Em se tratando de coisas espirituais, humilde de espírito é o contrário, não da auto-estima, porém do orgulho espiritual. O que nosso Senhor condenou foi a auto-suficiência vinda do orgulho espiritual. O Novo Testamento relata que os fariseus eram intensamente orgulhosos, pois se consideravam justos; como justos, de nada necessitavam (Lc 18.9-14). Somos completamente miseráveis, sem nenhuma condição de se salvar ou de salvar outrem (Sl 49.7-8). E os que sabem o que são, miseráveis, esses são bem-aventurados.
A segunda parte deste verso diz o porquê que os “pobres de espírito” são bem-aventurados, porque deles é o reino dos céus. A salvação ofertada, por Deus, é para aqueles que não têm condições. Não só que não tem condições, pois todos estão em tal condição, e sim para os que reconhecem que não a tem, pois de fato nenhum tem condições para se salvar. Mas não são todos que reconhece esta verdade. Só podemos reconhecer tal verdade pela fé, que é dada por DEUS (Ef 2.8-9). Damos graças a Deus por ter nos dado o dom da fé para crer na obra de Jesus, aceitar a sua Palavra como única verdade e confiar nEle para que se confirme a nossa salvação. Que possamos confiar em Deus sempre e nunca na nossa carne (Fl 3.3). Pois não temos nada a oferecer a Deus pela nossa salvação, portanto demos glórias e honras ao seu Santo Nome, pois que nos salvou de modo maravilhoso e perfeito. Essa é a primeira bem-aventurança.

O Que Faço Se Não Tenho A Alegria Que Deveria Ter Em Deus? - John Piper

MEDITAÇÕES SOBRE O EVANGELHO SEGUNDO MATEUS - VI

INICIO DO MINISTÉRIO PUBLICO DE JESUS (Mt 4.12-25)



Por Alessandro Costa Vieira


A residência de Jesus em Cafarnaum (Mt 4.12-16): A época em que Jesus mudou-se para Cafarnaum foi quando João estava preso, Mateus vai relatar a sua prisão e os motivos em Mt 14.1-12. A cidade de Cafarnaum, onde Jesus foi habitar nessa época, era colônia romana, perto do Mar da Galiléia e o centro do Governo romano na Galiléia, foi bem ai que Jesus escolheu para começar se ministério terreno. Isso aconteceu para que se cumprisse a profecia de Is 9.1-2, Zebulom e Naftali fazia fronteira com Cafarnaum. A Grande luz, que é o nosso Senhor Jesus Cristo conforme vemos em Lc 2.32 e Jo 8.12, o povo de Zebulom e de Nafitali seriam os primeiro a ter o privilégio maravilhoso de ouvir a pregação diretamente dos lábios de Nosso Senhor Jesus Cristo.

A mensagem que Jesus pregava (Mt 4.17): Arrependei-vos, é a mensagem do Senhor. O Senhor continuou a mensagem que João Batista pregava (Mt 3.2), e era a mesma mensagem que ordenou aos seus discípulos pregar Mt 10.7. Não deveria ser também a mensagem a ser pregada hoje pelos “pastores” de hoje? Por que pregam outro evangelho? Se o Evangelho constitui em entender que somos pecadores, nos arrepender de nossos pecados aceitando o sacrifício de Jesus no calvário? Essa é a mensagem que deve ser pregada aos homens deste mundo. As necessidades reais do ser humano não é carro, casa, saúde, e outras coisas terrenas, e sim o perdão do pecado (Mt 9.13; Lc 15.7,10; Lc 24.46-48; At 2.38; At 3.19).

A chamada dos quatro discípulos (Mt 4.18-22): Era fundamental no ministério de Jesus a escolha e preparação dos Doze, que iam compartilhar com Ele a responsabilidade de proclamar as boas novas, durante Sua vida, e de continuar a disseminá-las depois da Sua ascensão. Os dois pares de irmãos mencionados aqui já conheciam Jesus (Jo 1.15-42) e criam que fosse o Messias. Agora Ele os chama ao passo definitivo de deixarem a pescaria para segui-lO incondicionalmente. A vida de pescador os preparava bem nas qualidades de paciência e persistência necessárias para o serviço de ganhar os homens para Cristo. No entanto, precisava-se de mais ainda, e se estivessem dispostos a segui-lO naquela hora, Ele prometia fazer deles pescadores de homens. Quando Cristo os chama, Ele tem em mira, não tanto no que são agora, como no que se tornarão mais tarde pela obediência à Sua direção.  Simão, chamado Pedro, aqui Mateus já fala do nome desse discípulo mudado, porém em Jo 1.42 vemos a ocasião em que Jesus muda o nome de Simão para Pedro (Mt 16.18). Juntamente com Pedro seu irmão André também é chamado para ser discípulo de Jesus. Em seguida Cristo faz uma maravilhosa promessa a eles “Eu vos farei pescadores de homens”. Esta promessa é ligada à primeira de todas as chamadas do Evangelho, o que sugere que a tarefa principal do cristão, no mundo, é ganhar outros para Cristo. A tarefa da evangelização dos homens é extremamente nobre e Cristo nos entregou tal tarefa, e convém que cumpramos com zelo (At 22.15; At 1.8; 2Tm 4.2). Após a chamada de Pedro e André foram chamados para serem discípulos Tiago e João, que também eram irmãos. Ao receberem o chamado de Jesus o texto diz que “Deixando imediatamente o barco e seu Pai,  seguiram-no”. Seguir a Jesus às vezes significa o abandono da profissão e separação da família. A chamada do Evangelho requer lealdade absoluta, exigisse muitas vezes grandes renuncias (1Co 6.12; Lc 5.11; Mt 10.37-39; Lc 14.33).

O ministério (Mt 4.23-25): Jesus ensinava, pregava e curava os enfermos nas sinagogas em toda a região da Galiléia. Sinagogas eram salões, nas cidades províncias, onde as congregações dos judeus se reuniam para oração e louvor, no sábado, e para instrução, escola, e administração da justiça, nos outros dias da semana. Seu uso começou nos dias de Esdras e Neemias, quando o povo volta do cativeiro babilônico onde por necessidade de prestarem o seu culto a Deus e estarem longe de Jerusalém, começaram a se reunirem em salões que chamam de sinagogas. O Evangelho do Reino, as boas notícias que o Reino de Deus já ia estabelecer-se. Curando todas as enfermidades. Nosso Senhor cumpriu este ministério de curas pelo motivo de pura compaixão, em cumprimento da profecia, e assim evidenciou suas credenciais como o Messias. Síria. Província romana ao norte da Palestina. Decápolis, comarca de dez cidades gregas, a maior parte estando a leste do Jordão e atingindo, no Norte, até Damasco. A frase "além do Jordão" significa o distrito de Peréia, que é a Gileade do Velho Testamento.

CASAMENTO X IMAGEM DE CRISTO













MEDITAÇÕES SOBRE O EVANGELHO SEGUNDO MATEUS - V

A TENTAÇÃO DE JESUS NO DESERTO (Mt 4.1-11)



Por Alessandro Costa Vieira



Há uma relação íntima entre o batismo e a tentação. No primeiro, Jesus se dedicou ao caminho da cruz. No segundo, o diabo lhe apresentou meios pelos quais Ele podia efetuar seu ministério sem ir à cruz.

Conduzido pelo Espírito (Mt 4.1): Foi pela expressa vontade de Deus que esta crise se produziu na vida de Jesus. Não é que Deus queria ver se Jesus cairia ou não, mas uma demonstração da impossibilidade da Sua queda, pois como esta escrito em Hb4.15 que em tudo foi tentado, porém sem pecado. Ele foi ao deserto porque era preciso enfrentar esta terrível prova a sós.
Diabo é um dos nomes da serpente primitiva do Jardim do Éden, que ocasionou a queda do homem (Ap 12.9). É o "príncipe deste mundo" (Jo 16.11), "o príncipe das potestades do ar" (Ef 2.2). Nestes dias científicos, alguns acham dificuldade em acreditar na realidade do mundo dos espíritos, mas não ofende nosso raciocínio o ensino bíblico quanto ao mundo invisível habitado por inteligências que, duma maneira que ignoramos, exercem o poder de sugestão sobre nossa mente. Desde Gênesis até o Apocalipse, a Bíblia ensina que o diabo tem personalidade. Por isso a Bíblia também nos ensina a resisti-lo (Tg 4.7). A realidade deste episódio da vida de Jesus mostra que todas as coisas estão sob controle Divino, que as coisas não acontecem por coincidência ou fatalismos. Existe um propósito de Deus em tudo que acontece em nossas vidas. Assim também aconteceu com Jó, o diabo só pôde agir com permissão Divina. Assim Josafá reconheceu quando os inimigos vinham guerrear contra seu povo (2Cr 20.3-12).

Tendo jejuado (Mt 4.2): No relato de Lucas difere um pouco do de Mateus, mas não se contradizem, e um completa o outro. Mateus diz que Jesus foi tentado somente depois do jejum, porém, Lucas diz que foi tentado durante os quarenta dias (Lc 4.2). Como devemos entender isso? A verdade é que de fato Jesus pôde ter sido tentado sim por todos os quarenta dias e que ao fim dos quarenta dias veio as tentações mais poderosas, que é as que são relatadas tanto por Mateus como por Lucas, lembremos mais uma vez de Hb 4.15. A necessidade do jejum não é explicada. Talvez fosse para demonstrar que, quando mais fraco fisicamente, o Senhor era capaz de enfrentar e vencer o diabo em toda a sua força. Iremos estudar mais sobre o jejum em Mateus 6.16-18.

A tentação (Mt 4.3-11):  As três grandes tentações veio no momento critico do jejum, após quarenta dias. E abrangeu três aspectos da vida humana. A concupiscência da carne, concupiscência dos olhos e a soberba da vida (1Jo 2.16). Devemos notar de modo mais detalhado a natureza de suas tentações no deserto (Mt 4.1-11; Mc 1.12-13; Lc 4.1-13). A essência dessas tentações era uma tentativa de convencer Jesus e escapar da dura trilha de obediência e do sofrimento que lhe fora designada como o Messias. Jesus “foi guiado pelo[...] Espírito, no deserto, durante quarenta dias, sendo tentado pelo diabo” (Lc 4.1-2). Em muitos aspectos, essa tentação forma um paralelo com a tentação enfrentada por Adão e Eva no Jardim do Éden, mas foi muito mais difícil. Adão e Eva tinham comunhão com Deus e um com o outro e abundancia de todo tipo de comida, pois receberam ordens só de não comer de uma arvore. Contrastando com isso, Jesus não tinha comunhão com seres humanos e nem comida com que se alimentar e, depois de jejuar quarenta dias, estava a ponto de morrer fisicamente. Em ambos os casos, o que se exigia não era uma obediência a um principio moral eterno arraigado no caráter de Deus, mas um teste de obediência pura a uma instrução especifica de Deus. A Adão e Eva, Deus ordenou que não comessem da arvore do conhecimento do bem o do mal, e a questão era se obedeceriam simplesmente por Deus lhe ter falado. No caso de Jesus, “guiado pelo Espírito” por quarenta dias no deserto, ao que parece, ele compreendeu que era vontade do Pai, pela direção do Espírito Santo, lhe que a tentação estava encerrada e que ele podia partir. Vejamos as tentações:
1ª – Se tu és o Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem em pães. É claro que Jesus era o Filho de Deus, e é claro que ele tinha o poder para transformar instantaneamente qualquer pedra em pão. A tentação era intensificada pelo fato de parecer que perderia a vida, caso não comesse logo. Mas ele viera para obedecer perfeitamente a Deus, em nosso lugar, e deveria fazê-lo como homem. Isso significava que tinha de obedecer só em seu poder humano. Se tivesse recorrido a seus poderes divinos para tornar mais fácil para si a tentação, não teria obedecido plenamente a Deus como homem. A tentação era empregar seu poder divino para “fraudar” o cumprimento das exigências, tornando a obediência um pouco mais fácil. Mas Jesus, em contraste com Adão e Eva, recusou-se a comer o que parecia bom e necessário para si, optando por obedecer à ordem de seu Pai celestial.
2ª – Lança-te daqui para baixo: A tentação de jogar-se do pináculo do templo era a tentação de “forçar” Deus a realizar um milagre e resgatá-lo de maneira espetacular, atraindo assim grande multidão dentre o povo, sem prosseguir no duro caminho que tinha a frente, o caminho que incluía três anos ministrando às necessidades das pessoas, ensinando com autoridade e exemplificando a santidade absoluta de vida em meio a dura oposição. Mas, de novo, Jesus resistiu a esse “caminho fácil” para cumprimento de seus alvos como o Messias (de novo, uma rota que de fato não cumpriria, de maneira nenhuma, aqueles alvos).
3ª – Se, prostrado, me adorares: A tentação de curvar-se e cultuar Satanás por um momento e depois receber autoridade sobre “todos os reinos do mundo” era a tentação de receber o poder não pelo caminho da obediência vitalícia a seu Pai celestial, mas pela submissão ilícita ao Príncipe das Trevas. De novo, Jesus rejeitou o caminho aparentemente fácil e escolheu o caminho da obediência que levava à cruz.

Essas tentações eram de fato a culminação de um processo vitalício de fortalecimento e amadurecimento moral que ocorreu durante toda a infância e inicio da vida adulta de Jesus, enquanto ele “crescia [...] em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus” (Lc 2.52) e quando “aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu” (Hb 5.8). Nessas tentações no deserto a nas várias tentações que enfrentou durante os trinta e três anos de sua vida, Cristo obedeceu a Deus em nosso lugar e como nosso representante, obtendo dessa forma sucesso onde Adão falhou, onde o povo de Israel no deserto falhou e onde nós falhamos (Rm 5.18-19). Por mais difícil que nos seja compreender, as Escrituras afirmam que nessas tentações Jesus tornou-se capaz de nos compreender e de nos ajudar em nossas tentações. “Pois, naquilo que ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados” (Hb 2.18). O autor prossegue e liga a capacidade de Jesus em entender nossas fraquezas ao fato de ter sido tentado como nós somos (Hb 4.15-16).
Está escrito, cada vez que foi tentado, o Senhor se apoiou na Escritura, dando exemplo fundamental do uso "da espada do Espírito" (Ef 6.17). Jesus usou Dt 8.3, Dt 6.16 e Dt 6.13.

Isso tem uma aplicação prática para nós: em toda situação em que estivermos lutando contra uma tentação, devemos refletir sobre a vida de Cristo e perguntar se não houve situações semelhantes enfrentadas por ele. Em geral, depois de refletir por alguns instantes, seremos capazes de perceber alguns casos na vida de Cristo em que ele enfrentou tentações semelhantes as nossas.