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segunda-feira, 31 de maio de 2010

MEDITAÇÕES SOBRE O EVANGELHO SEGUNDO MATEUS - IV


O MINISTÉRIO DE JOÃO BATISTA E O BATISMO DE JESUS (Mt 3)



Por Alessandro Costa Vieira

Inicio do ministério de João Batista (Mt 3.1): devemos entender que o termo “naqueles dias” quer dizer: uns vinte e oito ou trinta anos depois dos acontecimentos descritos por anteriormente. Sobre esse espaço de tempo temos poucos acontecimentos relatados. De onde surgem diversas lendas sobre a infância de Jesus. A única informação que temos sobre este período é em Lc 2.42-49. Muitos questionam o por que de não registrarem mais eventos sobre a infância de Jesus. Mas devemos sempre nos lembrar que o que foi escrito nos é suficiente (Jo 5.39; Rm 15.4; 2Tm 3.15-16). João Batista era filho de Zacarias e Isabel, e primo de Nosso Senhor, chamado e consagrado desde seu nascimento para ser o precursor de Cristo (Lc 1.5-25,57-80). O lugar onde João Batista começou a pregar foi o deserto de Judéia que ficava na banda oriental da província da Judéia, a leste da serra principal e a oeste do Mar Morto. Não era deserto arenoso, mas não permitia cultivo rendoso.

O conteúdo da mensagem de João (Mt 3.2): A – Arrependei-vos: o sentido radical desta palavra comum no meio evangélico significa uma mudança de coração e de pensamento quanto ao pecado, ou seja voltar-se contra o pecado. O termo "conversão" acentua a mesma mudança na relação com Deus.
B – O Reino dos Céus: esta expressão é peculiar a Mateus, que a adota onde os outros evangelistas escrevem "Reino de Deus". Explica-se esta diferença na origem e mentalidade judaica de Mateus, os judeus consideravam blasfêmia qualquer referência ao nome de Deus. Por esta razão substituíam o termo "Céus". O reino de Deus significava a soberania ou domínio divino que os judeus esperavam no reino de Israel, em cumprimento das suas esperanças messiânicas. Utilizando a expressão "é chegado o reino", João Batista indicou que o advento de Jesus ia introduzir a nova ordem. Lembrando que Mateus escreve para os Judeus, por isso usa o termo Reino dos Céus e vez de Reino de Deus.

A profecia acerca do nascimento de João Batista (Mt 3.3): Voz do que clama no deserto... Citação de Is 40.3 que confirma que aquela passagem fala profeticamente de João Batista. João era uma "voz", o único fim de sua pregação era o de mostrar Jesus Cristo aos homens (Jo 3.30). Sua tarefa era a de preparar o caminho, chamando os homens ao arrependimento, para que pudessem aceitar o Senhor.
O estilo de vida de João Batista (Mt 3.4): Era um estilo de vida asceta, onde vivia de forma humilde. A base de sua alimentação era gafanhoto e mel. O povo mais pobre comia gafanhotos. (um inseto considerado limpo e comestível pela Lei de DEUS; Lv 11.22) Essa comida certamente parece estranha para nós, mas muitas pessoas da terra comem gafanhotos hoje em dia. Ele também usava um cinto de couro, uma vestimenta comum para pessoas pobres daquela época, e uma túnica de pele de camelo.

Eram batizados (Mt 3.5-6): As pessoas que vinham para ser batizadas eram de Jerusalém, toda a Judéia e regiões próximas ao Jordão. E elas confessando seus pecados, não a João, mas a Deus, eram batizadas no Rio Jordão, pois somente DEUS pode perdoar pecados(Mt 2.1-10; 1Jo1.9).

João Batista exorta os Fariseus e os Saduceus (Mt 3.7-12): Ele recusou batizar os fariseus e saduceus porque não tinham a evidência (frutos dignos de arrependimento) da salvação. Não somente recusou batizá-los, mais também os condenou severamente por causa da sua rebelião e rejeição da verdade. João O Batista não era aceito pelo mundo religioso. Os fariseus, a mais importante das seitas religiosas entre os judeus, que apareceram no período entre os dois Testamentos. Seu objetivo era acentuar e defender as noções religiosas judaicas. O nome é a forma helenística do hebraico perushim, que significa "os separados". Mantinham uma observância escrupulosa da letra da lei mosaica, mas consideravam a tradição rabínica igual às Escrituras do Velho Testamento. Saduceus, Segunda, em ordem, das seitas judaicas, depois dos fariseus; é provável que se originaram como reação ao farisaísmo. É possível que o nome se derive do hebraico saddiq, "justos". Ensinavam que a virtude deve ser praticada por amor à própria virtude, sem visar a recompensa. Aceitando essa premissa, chegaram a negar a existência do mundo futuro. Eram os racionalistas do judaísmo, não criam em anjos, ressurreição, etc.
Batismo com fogo? Esse batismo com fogo deve ser entendido como a condenação do inferno, muitos pensam ser o batismo com o Espírito Santo. Mas ao analisarmos o texto veremos a interpretação correta pois teremos três versos seguido que aparece a palavra fogo (10-12), e uma das regras básicas de interpretação é que quando o autor usa uma palavra varias vezes subtende que tem o mesmo significado. E no verso 10 fica muito claro que fogo é condenação. Da mesma forma no verso 12, então, como poderia a mesma palavra no verso 11 significar coisa diferente do que as demais? Alguns usam o texto de At 2.3 mas no texto diz claramente que as línguas que foram vistas eram “como que e não “de” fogo. Portanto, concluímos que João discursa para dois grupos, os que vinham para ser batizados com profundo arrependimento e outro que estavam ali sem verdadeiro arrependimento, fariseus e saduceus, os que de fato estavam arrependidos seriam batizados com Espírito Santo e os demais com fogo, inferno. A ira futura, isto é, o dia de juízo. Ninguém pode fugir do Juízo de DEUS (Ap 20.11).

O batismo de Jesus (Mt 3.13-17): Da Galiléia até a Judéia eram quase 100 km, foi o que Jesus andou para ir até João. A intenção do batismo de Jesus foi de cumprir toda a Justiça, seu batismo era um passo necessário para cumprir todos os justos propósitos de Deus. Embora não precisando de arrepender-se e não tendo pecado para confessar (Hb 4.15), Jesus, pelo ato de submeter-se ao batismo, ocupou o lugar do pecador. Este ato simbólico ilustrou outro batismo maior (Mt 20.22) que O esperava no Calvário, onde Ele cumpriu cabalmente a vontade divina, pela qual veio ao mundo como substituto do pecador. Jesus viu a pomba, representação do Espírito Santo, mas Jo 1.31-34 mostra que João a viu também. Que era o Espírito de Deus. Naquele momento sagrado, todas as três pessoas da Santíssima Trindade, eram ou visíveis ou audíveis aos sentidos humanos. Não significa este ato que Jesus não era um com o Espírito desde seu nascimento, melhor, desde a eternidade. Agora veio o Espírito para revesti-Lo de poder para seu ministério público. Meu filho amado - Isto não quer dizer que o Pai estava proclamando que Jesus era seu filho, pela primeira vez, nem que Jesus chegou a compreender só naquele momento sua única relação com o Pai. Era consciente dessa relação desde sua infância (Lc 2.49). A mesma proclamação foi reiterada pelo Pai na ocasião da transfiguração (Mt 17.5).


PRECISAMOS DE PREGADORES





quarta-feira, 19 de maio de 2010

MEDITAÇÕES SOBRE O EVANGELHO SEGUNDO MATEUS - III


O NASCIMENTO DE JESUS - II, A FUGA PARA O EGITO E MORTE DE HERODES O GRANDE (Mt 2)



Por Alessandro Costa Vieira

Jesus nasce em Belém no tempo de Herodes(Mt 2.1-3): É a mesma aldeia onde o rei Davi nasceu (1Sm 17.12). Não era a cidade de José e Maria (Lc 1.26-27). O motivo da sua residência ali é dado em Lc 2.1-5. A aldeia era ao sul de Jerusalém aproximadamente 7km. O rei Herodes citado aqui era da família Iduméia, era rei, sob os romanos, de toda a Palestina. Chamado geralmente Herodes, o Grande. É importante saber qual dos Herodes que é mencionado, pois no texto bíblico existem pelo menos 7 Herodes. E o texto bíblico nos da auxilio sobre o ano de nascimento de Jesus quando fala “no tempo de Herodes”, Herodes morre entre 4a.C e 1a.C. o que nos mostra que Jesus nasce antes de sua morte, ou seja,  entre 5a.C. e 2a.C.
Os magos: Por que a Bíblia não desabonou os reis magos, por seguirem a estrela, já que ela condena a astrologia? A Bíblia condena o uso da astrologia (Lv 19.26; Dt 18.10; Is 8.19), contudo Deus abençoou aqueles homens sábios (os magos) por terem usado uma estrela como indicação do nascimento de Cristo.
SOLUÇÃO: 1 –  temos de nos perguntar o que é a astrologia. Astrologia é a crença de que o estudo da disposição e do movimento das estrelas pode capacitar alguém a prever acontecimentos - sejam eles bons ou maus.
2 –  essa estrela apareceu no relato bíblico para anunciar o nascimento de Cristo, não para prever este acontecimento. Deus deu a estrela aos magos para proclamar-lhes que já era nascida a criança. Sabemos que o menino já tinha nascido, porque em Mt 2.16 Herodes ordenou matar em Belém e arredores todos os meninos até dois anos, de acordo com "o tempo do qual com precisão se informara dos magos".
3 – há outros casos na Bíblia nos quais estrelas e planetas são usados por Deus na revelação de sua vontade. O Salmo 19.1-6 afirma que os céus proclamam a glória de Deus e Rm 1.18-20 nos ensina que a criação revela a existência de Deus. Cristo refere-se ao que acontecerá com o sol, com a lua e com as estrelas na sua segunda vinda (Mt 24.29-30), como o fez o profeta Joel (2.31-32). A estrela que guiou os magos não foi usada para prever, mas para proclamar o nascimento de Cristo.
Aquele nascido Rei dos Judeus: Esta frase constitui eco das esperanças messiânicas dos judeus, Mateus está afirmando que as grandes profecias cumpriram em Jesus. Quando Herodes ouviu falar de outro rei, ele ficou perturbado e começou procurar uma maneira de eliminar esta "ameaça" ao seu poder.
A adorá-lo: É patente que os magos já o consideraram como Ser divino, desde o seu nascimento a divindade estava sendo demonstrada.

O local do nascimento de Jesus é confirmado pela Escritura (Mt 2.4-6): Os escribas eram os intérpretes oficiais da lei mosaica e constituíam uma espécie de ordem de religiosos eruditos e são eles que confirma o que diz a Escritura citando Miquéias 5.1-2. A profecia citada foi feita aproximadamente 700 anos antes do nascimento de Jesus. De todos os lugares em Israel, a pequena aldeia de Belém foi escolhida como o lugar onde Jesus nasceria.
Herodes tenta enganar os magos (Mt 2.7-8): Herodes sentindo-se ameaçado com aquela conversa de que nasceu um Rei para os judeus ficou perturbado e queria acabar com a ameaça de perder o trono. Assim tenta enganar os sábios e diz que quando encontrarem o menino que avisassem a ele também pois queria adorá-lo também, porém os sábios receberam uma revelação em sonhos sobre o intento de Herodes e não voltam pelo mesmo caminho (Mt 2.12).

O sinal conduz os sábios até o menino Jesus (Mt 2.9-12): Após a conversa com Herodes os magos continuam a seguir o sinal até chegarem ao menino Jesus. A família não se achava mais no estábulo da estalagem de Belém. Visto que este incidente tomou lugar a um tempo indeterminado durante o período de dois anos depois do nascimento de Jesus (ver 16), há possibilidade de que a família estivesse na Galiléia. A matança dos inocentes em Belém, por Herodes, numa data posterior foi baseada na profecia e não nas informações que lhe foram dadas a respeito do lugar onde o menino Jesus fora encontrado. Os magos teriam recebido uma revelação ampla a respeito da pessoa de Cristo entendendo que era Deus o adoraram. As três qualidades de dádivas são consideradas usualmente como símbolos do ofício tríplice de Cristo, como rei, sacerdote e profeta. Uma das coisas que mais me chama a atenção no relato do nascimento de Jesus é o que Lucas registra em Lc 2.12, quando fala sobre o sinal que identificaria o menino quando o encontrassem “envolto em panos, e deitado numa manjedoura”, é maravilhoso saber que não foi um milagre que identifica o nosso Senhor ao nascer. Não encontram o menino envolto em uma grandiosa luz, ou numa bola de “fogo”, ou ainda flutuando. Apenas envolto em panos e numa manjedoura. Quanto são enganados hoje por buscarem um “jesus” que só serve para fazer sinais e prodígios. Quantos hoje em dia identificam uma igreja como sendo verdadeira pelos sinais que ali acontece. Quando deveriam observar a mensagem que ali se prega. Nosso Senhor mostrou-se simplesmente numa manjedoura.

José é alertado por um anjo e foge para o Egito com o menino (Mt 2.13-18): Vemos que tudo é dirigido exatamente como Deus deseja que aconteça, aqui para livrar Jesus da morte precoce e para que se cumprisse as profecias, Deus envia um anjo e alerta José sobre os intentos de Herodes e diz para irem ao Egito. Herodes há de procurar o menino, se a família tinha mudado já de Belém, escapou assim da matança ali. Porém, ainda seria difícil ficar escondida, permanecendo na Palestina. Do Egito chamei o meu Filho, citação do hebraico de Os 11.1. No contexto original, o trecho se refere à redenção de Israel do Egito pela mão de Moisés, que no Antigo Testamento é um tipo que representa Jesus.
Segundo o tempo. A implicação aqui é que a visita dos magos teve lugar quando o Senhor tinha quase dois anos de idade. A citação do vers. 18 é de Jr 31.15. Ramá era cidade da tribo de Benjamim (Js 18.25), cujo território se achava logo ao norte de Jerusalém. Raquel - esposa de Jacó e mãe de Benjamim, serve como símbolo das mães benjamitas.

A morte de Herodes (Mt 2.19): Ver a primeira seção deste estudo, sobre Mt 2.1-3.

José é avisado que Herodes morreu (Mt 2.19-23): José é avisado por um anjo através de um sonho que podia voltar para a terra de Israel, isto é, a Palestina. Sabendo que Arquelau, filho de Herodes, o Grande, assumiu o poder nas províncias da Judéia, Samaria e Iduméia, enquanto os outros filhos de Herodes dividiram os demais domínios restantes entre si. Era tirano notório, José ficou com receio de voltar, mas dá credito para a Palavra de Deus enviada por meio do anjo, assim devemos sempre dar credito para o que a Palavra de Deus diz. Hoje não precisamos que um anjo nos diga o que fazer e sim o que a Bíblia nos diz. Uma cidade chamada Nazaré, situada no centro da Galiléia. Este não foi o primeiro contato da sagrada família com Nazaré Lc 1.26 revela que a virgem Maria morava ali. Ele será chamado nazareno. O evangelista emprega este termo para significar habitante de Nazaré. Esta expressão não é citada duma profecia do Velho Testamento; por isso, o modo de apresentá-la não é muito positivo. Pode ser que o evangelista se refira à profecia de Isaías a respeito de Cristo, como rebento (heb. netser,  cfr. Is 11.1).

segunda-feira, 17 de maio de 2010

DEUS ODEIA PECADORES E NÃO APENAS O PECADO!

MEDITAÇÕES SOBRE O EVANGELHO SEGUNDO MATEUS - II


A GENEALOGIA DE JESUS (Mt 1)





Por Alessandro Costa Vieira


A genealogia de Jesus (Mt 1.1-17):
Livro da geração, isto é, sua árvore genealógica.
Davi: Em descrevendo as origens de Nosso Senhor até Davi, vê-se que o propósito era o de mostrar que as promessas feitas a Davi, como progenitor do Messias, são cumpridas em Jesus Cristo (2Sm 7.12-16; Sl 89.29,36-37; Sl 132.11).
Abraão: Promessas semelhantes foram dadas a Abraão (Gn 12.7; Gn 13.15; Gn 17.7; Gn 22.18; Gl 3.16).
Esta genealogia tem uma característica incomum, nomes de cinco mulheres, pois os nomes de mulheres não eram colocados nas genealogias, vejamos:
Tamar: Estrangeira e mulher de moral duvidosa (Gn 38).
Raabe: Estrangeira também e originalmente prostituta (Js 2.1; Hb 11.31).
Rute: Moabita. Ver o livro de Rute para sua história.
Aquela que foi mulher de Urias: isto é, Bate-Seba (2Sm 12.10-24). O fato que o texto a descreve nesta maneira sugere uma recordação intencional da sua relação ilícita com Davi. É importante frisar que em nenhum momento a Bíblia Sagrada visa esconder as fraquezas dos homens que fazem parte do seu povo. É comum na humanidade esconder as fraquezas de seus heróis. Não é assim com a Bíblia. Nisso encontramos mais e mais motivos para crermos nas Escrituras como a única verdade.
Salomão: é provável que esta genealogia não delineia a descendência natural, a qual se encontra em Lc 3.23-38, mas a linha real e legal, em virtude de que Jesus Cristo era herdeiro do trono de Davi.
Ozias: isto é, Uzias (Is 6.1 e 2Cr 26.1), também chamado Azarias (2Rs 14.21). Três gerações são omitidas aqui (1Cr 3.11-12), a fim de adaptar a genealogia ao plano do evangelista (verso 17). Esta prática com genealogias era aceita, e não se admite por isto inexatidão. É possível que haja omissões também na primeira e terceira seções da genealogia (vers. 2-6,12-16).
Jeconias: chamado também Joaquim (2Rs 24.8) e Conias (Jr 22.24-28); foi privado de descendência sobre o Trono de Davi (Jr 22.30). Desse modo Jesus Cristo não era descendente natural dele.
A deportação para a Babilônia: se refere aos setenta anos do cativeiro.

José, marido de Maria: As palavras são escolhidas com muito cuidado para evitar qualquer impressão de que José fosse o pai natural de Jesus Cristo. Como esposo de Maria, era pai legal, de sorte que o direito ao trono de Davi foi transmitido por ele. O casamento de José e Maria teve lugar depois da conceição, mas antes do nascimento de Jesus Cristo.
Catorze gerações... catorze gerações... catorze gerações...: A genealogia foi agrupada propositadamente deste modo pelo evangelista, para facilidade de aprendê-la. A palavra grega traduzida "de sorte que", implica uma ordem artificial. O sentido da frase é: "isto completa as gerações... entre as catorze gerações".
Nesta lista de nomes de pessoas que foram os ancestrais de nosso SENHOR JESUS, também, encontramos lições preciosas da grande misericórdia de DEUS. Pois temos nomes como Manassés, Jeconias, Amom e Jorão. Todos homens que tiveram vidas reprováveis, mas que foram alvos da misericórdia de DEUS. Nos mostram que os nossos pecados não fecham os céus para nós. Sempre que nos achegamos, com arrependimento, a DEUS, somos perdoados.

O nascimento de Jesus parte I: (Mt 1.18-25)
Desposada: Isto quer dizer que já era noiva de José sem ser casada. Infidelidade depois do noivado era considerada adultério.
Do Espírito Santo: A conceição foi operação miraculosa de Deus, o Espírito Santo, pela qual "o verbo se fez carne".
Não queria infamar... intentou deixá-la secretamente: Estas duas possibilidades se ofereciam a José, conforme as leis e costumes judaicos. Um homem do caráter de José escolheria naturalmente a segunda.
Projetando ele isso: Conhecendo o caráter impecável de Maria, naturalmente ficou perplexo, com tal situação.
O anjo: A intervenção dum anjo não faz a história inverossímil. Foi essencial nas circunstâncias, de vez que nenhum esposo acreditaria na veracidade do fato da conceição duma virgem, se não lhe fosse revelada de modo sobrenatural.
Em sonho: Até hoje, no oriente, os sonhos são considerados meio importante de revelação divina, e devemos entender que assim acontecia por não terem a Bíblia, hoje se queremos saber a vontade de Deus temos a sua Palavra (Jo 17.17).
Filho de Davi: Esta é a forma hebraica para expressar "descendente de Davi".
Jesus: É a forma grega do nome hebraico Josué, que significa "o Senhor salva".
Ele salvará o seu povo dos seus pecados: isto é, da culpa e do castigo do pecado, tanto como da sua influência e poder. Eis a grande declaração fundamental do evangelho no início do Novo Testamento.
Para que se cumprisse: Isto quer dizer que a declaração do profeta fez os acontecimentos inevitáveis.
Da parte do Senhor pelo profeta: Nota-se que o Senhor é o autor da profecia. O profeta é o porta-voz. Foi assim que os judeus compreenderam a inspiração. A Igreja Cristã aceitou este ponto de vista. Todas as vezes que o texto utiliza a frase "pelo profeta" a tradução mais exata seria "por intermédio do profeta".
Eis que a virgem conceberá... Emanuel: Esta é uma citação de Is 7.14 e de Is 8.8, onde a tradução da palavra hebraica Emanuel significa “DEUS CONOSCO”. Esta é a segunda de duas declarações importantíssimas a respeito do evangelho, todas as duas no espaço de três versículos (versos 21-23).
E não a conheceu: Esta descrição conserva perfeitamente o fato do nascimento de Cristo pela Virgem. É implícito, entretanto, que, depois do nascimento de Jesus, José e Maria coabitavam normalmente.
Seu Filho primogênito: Sugerem que Maria tinha outros filhos mais novos e pelo menos é prova de que sua presença no texto não constituiu dificuldade na aceitação deste fato pelos cristãos da Igreja primitiva. Os nomes dos irmãos do Senhor são citados em Mc 6.3.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

MEDITAÇÕES SOBRE O EVANGELHO SEGUNDO MATEUS - I


MEDITAÇÕES NO EVANGELHO DE MATEUS – I



Por Alessandro Costa Vieira

Introdução aos Evangelhos: A palavra “Evangelho” é de origem grega e significa “boas novas, boas noticias”. Já no A.T. os profetas afirmaram o aparecimento dessa bela mensagem (Is 40.9; Is 61.1). A mensagem de Jesus Cristo é assim denominada: Evangelho (Mc 1.14). Os três primeiros Evangelhos são chamados de sinópticos, do grego (synopsis), que significa “ver em conjunto”. Recebem este nome devido às semelhanças entre os três escritos. Cada evangelista enfocou o ministério e os acontecimentos da vida de Jesus por um ângulo. É exatamente por isso que muitos indoutos e inconstantes (2Pe 3.16) pensam haver contradições nos evangelhos. Onde eles vêem contradições nós vemos semelhanças.

I. Autoria: Em comum com os outros três Evangelhos, este livro é anônimo, ou seja, os autores não se apresentam explicitamente. Entretanto, o nome do apóstolo Mateus (Mt 9.9 e Mt 10.3) se associa com ele desde o século II. Existem no livro História Eclesiástica, de Eusébio, escrita cedo, no século IV, citações de Papias, bispo no século II, de Irineu, bispo de Leão, no século II e de Orígenes, grande teólogo do século III. Todos estes concordam em afirmar que este Evangelho foi escrito por Mateus, para cristãos hebreus. Embora não levando o nome do autor, o Evangelho fornece pelo menos uma evidência interna que confirma sua autoria tradicional. A história da chamada de Mateus, em Mt 9.9, é seguida da narrativa de uma refeição a qual Jesus compareceu em companhia de publicanos e pecadores (Mt 9.10; Mc 2.15; Lc 5.29). O sentido de Mt 9.10 é que "em casa" quer dizer "na minha casa", isto é, na do autor, e isto concorda plenamente com Marcos e com Lucas e com os fatos apresentados por ambos os evangelistas. Esta frase serve, então, para identificar o autor.

II. Data: A data, provável, do livro é de 58 – 68, alguns acreditam que possa ter sido escrito entre 80 – 90 d.C. mas quando se analisa o texto do livro vemos que a destruição de Jerusalém é tida como um evento futuro (MT 24.2), isso nos leva a entender que o autor escreveu antes do evento da destruição de Jerusalém, que foi em 70d.C.

III - O propósito do Evangelho segundo Mateus: É patente que o propósito do evangelista é apresentar em ordem a história do nascimento, ministério, paixão e ressurreição de Jesus Cristo. Ele agrupa seus fatos a redor de cinco grandes discursos de Nosso Senhor: o Sermão da Montanha (Mt 5.1 – 7.27); a escolha dos apóstolos (Mt 10.5-42); as parábolas (Mt 13.1-53); o discurso sobre a humildade e o perdão (Mt 18.1-35); e o discurso apocalíptico, do fim dos tempos (Mt 24.1 – 25.46). O evangelista indica esta divisão pela repetição da mesma fórmula, ao fim de cada discurso: "E aconteceu que, concluindo Jesus este discurso...". Os trechos que intervêm contam dos milagres e outros acontecimentos que seguem certa ordem, que facilita ao leitor fixá-los de memória. O trecho inicial, antes do primeiro discurso (Mt 1-4) consiste da narrativa do nascimento e infância de Jesus, o ministério de João Batista, o batismo e tentação do Senhor, e uma introdução geral ao seu ministério. O clímax da paixão e ressurreição segue logo o último dos cinco discursos. O evangelista cita frequentemente versículos tirados das profecias do Velho Testamento e, de fato, interpreta essas profecias como tendo cumprimento em Jesus Cristo; tudo é interpretado de um modo que seria para o judeu do I século prova incontestável, a qual a igreja cristã tem adotado.
Os trechos seguintes são peculiares ao Evangelho segundo Mateus: a narrativa do nascimento e da infância (Mt 1.18 a Mt 2.23); a introdução geral ao ministério na Galiléia (Mt 4.23-25); a referência a Is 53.4 (Mt 8.17); a cura dos dois cegos e um mudo endemoninhado e a alusão às ovelhas que não têm pastor (Mt 9.27-38); o convite aos cansados e oprimidos (Mt 11.28-30); a referência a Is 42.1-4 (Mt 12.15-21); a parábola do trigo e do joio e do tesouro escondido, a da pérola de grande valor, e a da rede lançada ao mar (Mt 13.24-30,34-50); a referência geral ao ministério da cura (Mt 15.29-31); a descoberta do dinheiro na boca dum peixe (Mt 17.24-27); os ensinos a respeito da reconciliação, oração e perdão (Mt 18.15-35); o ensino sobre eunucos (Mt 19.10-12); a parábola dos trabalhadores na vinha (Mt 20.1-16); a parábola dos dois filhos (Mt 21.28-32); a censura aos fariseus (23); certos trechos do discurso apocalíptico, que é muito mais amplo neste do que nos outros Evangelhos sinóticos (24); a parábola das dez virgens (Mt 25.1-13); o juízo dos bodes e ovelhas (Mt 25.31-46); o suicídio de Judas (Mt 27.1-10); a ressurreição dos santos (Mt 27.52-53); a guarda posta ao sepulcro (Mt 27.62-66); o boato falso do roubo do corpo de Jesus e a grande comissão (Mt 28.11-20).
O evangelista exibe um estilo literário que lhe é peculiar, cuja característica mais notável é a falta de pormenores na descrição dos feitos. As narrativas são geralmente resumidas e os detalhes se harmonizam. Vê-se claramente esta tendência comparando as histórias da cura do criado do centurião (Mt 8.5-13); e da ressurreição da filha de Jairo (Mt 9.18-26), com os trechos paralelos em Lucas.