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segunda-feira, 8 de novembro de 2010

MEDITAÇÕES SOBRE O EVANGELHO SEGUNDO MATEUS - XVIII

O SERMÃO DO MONTE – XII

ENSINA-NOS A ORAR – PARTE 1


Por Alessandro Costa Vieira



Os discípulos de Jesus sempre lhe viram orar e, consequentemente, perceberam a importância da oração. Eles poderiam recorrer a muitos meios para aprenderem a orar. Poderiam aprender orar com os fariseus, que eram tidos, por eles mesmos e por outras pessoas, como poderosos em oração. Poderiam recorrer ao mundo religioso dos pagãos para aprenderem alguma coisa sobre oração com eles. Mas ele recorem ao Senhor Jesus com a seguinte expressão: “Senhor ensina-nos a orar” (Lc 11.1), esta expressão aparece no texto paralelo do que estamos estudando (Mt 6.5-15), onde os discípulos, afim de aprenderem a orar, buscam o conselho do Senhor Jesus assim como os discípulos de João o Batista faziam com ele. Hoje podemos fazer esta mesma declaração e ter este mesmo privilégio que os primeiros discípulos de Jesus tiveram, pois Deus inspirou os homens santos (2Pe 1.20-21; 2Tm 3.16) para escreverem esse maravilhoso ensino sobre a oração proferido pelo Rei da Glória. Portanto ao lermos o texto em questão podemos ouvir a voz doce de Nosso Salvador nos ensinando como orar. Vejamos os belos ensinamentos neste trecho das Sagradas Escrituras:

Não sejas como os hipócritas (Mt 6.5): A primeira coisa ensinada por Jesus sobre a oração é que a oração não deve ser feita com hipocrisia, já tratamos na seção anterior sobre a palavra hipócrita, que significa ator, alguém que representa um personagem. E o termo foi usado para os fariseus que eram peritos em se mostrarem uma coisa que não eram. Eles usavam a sua religiosidade para se promoverem diante dos homens. E assim, também, agiam com relação a oração. Tinham prazer de orar para serem visto pelos homens. Eles se auto promoviam orando em alta voz nas ruas e nas sinagogas. Devemos notar aqui que Nosso Senhor não está condenando o orar em pé, pois em outra ocasião Jesus da um exemplo de uma oração bem sucedida que foi feita em pé (Lc 18.13), e na Bíblia teremos vários exemplos de oração em varias posições: Moisés orou sentado com as mãos levantadas (Êx 17.12); Elias orou de joelho com a cabeça entre os joelhos (1Rs 18.42); Ezequias orou virando-se para a parede (Is 38.2), e muitos outros exemplos. Portanto não é a posição do corpo que é condenável. Mas o que é condenado por Jesus é a motivação, eles oravam para serem vistos pelos homens. Os fariseus hipócritas eram corruptos, e seus corações uma fonte de perversidade; mas traziam a máscara de piedade diante do rosto para enganar os homens e fazê-los crer que eram algo que realmente não eram. Não oravam para honrar a Deus. Não oravam para humilhar-se. Oravam para crescer no favor dos homens. E não buscavam a Deus quando oravam. Para eles a oração não tinha objetivo, a não ser que houvesse um grande numero de pessoas que eles pudessem impressionar com sua “piedade”, oratória e longas “orações”. Por isso faziam isso nas sinagogas e nas esquinas das ruas, ou seja, onde os homens se ajuntavam Fato que o Senhor condenou. Eles já receberam as suas recompenças, oravam para serem vistos pelos homens e lá estavam os homens para ve-los, oravam para se auto promoverem e serem tidos como pessoas piedosas e religioas, lá estavam os homens para lhes darem os parabens pelas suas longas e belas orações. Essa era a recompensa deles.

Entra no teu aposento e fecha a porta (Mt 6.6): Os fariseus não viam nenhum beneficio na oração secreta. Para eles eram um desperdício. Que bem trariam para si de orarem secretamente? Eles não percebiam o valor da comunhão secreta com Deus por meio da oração. Jesus ensina que Deus vê o que está em secreto. A oração deve ser uma comunicação secreta entre nós e Deus só. Isso não significa que na vida cristã não há lugar para orações em publico. Mais uma vez deve se deixar clara a motivação dos fariseus, que só faziam para serem vistos pelos homens, e sempre que nos for dada a oportunidade de orarmos em publico não devemos ter nenhuma pretensão de impressionar nenhum homem, e sim de apresentar a Deus a oração de um coração sincero e verdadeiro e a igreja deve estar unida comigo na oração como se todos orássemos unissonamente a mesma oração. A oração secreta não deve ser feita somente no quarto. Mas em qualquer lugar que eu possa estar a sós com Deus em um momento de quietude. O secreto pode ser também quando eu oro na minha mente e coração em qualquer lugar que esteja. Mas é sempre bom separarmos um lugar e um tempo só para exercermos o privilégio da oração secreta. Temos exemplos valiosos de orações secretas na Bíblia: Isaque (Gn 24.63); Jesus (Mt 26.36; Lc 6.12); Pedro (At 10.9). Aquele que ora em secreto, entre ele e Deus só, é recompensado por Deus que ver o que está em secreto. É melhor a recompensa de Deus do que a dos homens.
                             
Não useis de vãs repetições (Mt 6.7-8): Outra coisa que o Senhor Jesus condena na oração é as repetições, chamadas pelo próprio Jesus de vãs, que não tem valor nenhum diante de Deus. Após apresentar o exemplo dos fariseus e depois mostrar como deve ser a oração em contrapartida com o costume farisaico, Jesus, aponta o erro dos gentios (pagãos). Que acreditavam que ao orarem quanto mais repetiam suas “orações”, mais rápido obteriam suas respostas. Sistema bem parecido com o catolicismo que apresenta milhares de rezas que seus fiéis têm que repetirem diversas vezes para obterem o favor de Deus. E o que Jesus ensina nestes versos derruba a tese dos que usam a repetição da oração modelo, Pai Nosso (Mt 6.9-13), que iremos estudar na próxima seção. Não devemos entender que Deus se comove pelo fato de eu repetir centenas de vezes uma mesma petição. A declaração do verso 8 é impressionante, pois diz que Deus sabe do que preciso antes mesmo que eu abra a boca para pedir. Deus é um Pai presente que sabe a necessidade de seus filhos. A oração não se destina a informar a Deus de nossas necessidades; como Pai fiel, ele as conhece. A oração é para dizer a Deus que nós conhecemos nossa necessidade, e que confiamos nele para a devida providência. Uma vez que Deus já conhece a necessidade de seus filhos e está disposto a supri-la, não é preciso informá-lo pela repetição interminável.

Portanto a oração deve ser secreta e não deve ter como objetivo fazer Deus conhecedor de nossas necessidades, pois deseja que haja comunicação secfreta e Ele sabe de todas as coisas.
Na proxima seção a ser estudada veremos as lições tiradas da oração modelo que serviram de bussola para conduzir nossas orações.

Um comentário:

Unknown disse...
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