O MINISTÉRIO DE JOÃO BATISTA E O
BATISMO DE JESUS (Mt 3)
Por
Alessandro Costa Vieira
Inicio do ministério de João Batista (Mt 3.1): devemos entender que o termo “naqueles
dias” quer dizer: uns vinte e oito ou trinta anos depois dos acontecimentos
descritos por anteriormente. Sobre esse espaço de tempo temos poucos
acontecimentos relatados. De onde surgem diversas lendas sobre a infância de
Jesus. A única informação que temos sobre este período é em Lc 2.42-49. Muitos questionam o por que
de não registrarem mais eventos sobre a infância de Jesus. Mas devemos sempre
nos lembrar que o que foi escrito nos é suficiente (Jo 5.39; Rm 15.4; 2Tm 3.15-16). João Batista era filho de Zacarias
e Isabel, e primo de Nosso Senhor, chamado e consagrado desde seu nascimento
para ser o precursor de Cristo (Lc
1.5-25,57-80). O lugar onde João Batista começou a pregar foi o deserto de
Judéia que ficava na banda oriental da província da Judéia, a leste da serra
principal e a oeste do Mar Morto. Não era deserto arenoso, mas não permitia cultivo
rendoso.
O conteúdo da mensagem de João (Mt 3.2): A
– Arrependei-vos: o sentido radical desta palavra comum no meio
evangélico significa uma mudança de coração e de pensamento quanto ao pecado,
ou seja voltar-se contra o pecado. O termo "conversão" acentua a
mesma mudança na relação com Deus.
B – O
Reino dos Céus: esta expressão é peculiar a Mateus, que a adota onde os
outros evangelistas escrevem "Reino de Deus". Explica-se esta
diferença na origem e mentalidade judaica de Mateus, os judeus consideravam
blasfêmia qualquer referência ao nome de Deus. Por esta razão substituíam o
termo "Céus". O reino de Deus significava a soberania ou domínio
divino que os judeus esperavam no reino de Israel, em cumprimento das suas
esperanças messiânicas. Utilizando a expressão "é chegado o reino",
João Batista indicou que o advento de Jesus ia introduzir a nova ordem.
Lembrando que Mateus escreve para os Judeus, por isso usa o termo Reino dos
Céus e vez de Reino de Deus.
A profecia acerca do nascimento de João Batista (Mt 3.3): Voz do que clama no deserto...
Citação de Is 40.3 que confirma que
aquela passagem fala profeticamente de João Batista. João era uma
"voz", o único fim de sua pregação era o de mostrar Jesus Cristo aos
homens (Jo 3.30). Sua tarefa era a
de preparar o caminho, chamando os homens ao arrependimento, para que pudessem
aceitar o Senhor.
O estilo de vida de João Batista (Mt 3.4): Era um estilo de vida asceta, onde
vivia de forma humilde. A base de sua alimentação era gafanhoto e mel. O povo
mais pobre comia gafanhotos. (um inseto
considerado limpo e comestível pela Lei de DEUS; Lv 11.22) Essa comida certamente parece estranha para nós, mas
muitas pessoas da terra comem gafanhotos hoje em dia. Ele também usava um cinto
de couro, uma vestimenta comum para pessoas pobres daquela época, e uma túnica
de pele de camelo.
Eram batizados (Mt 3.5-6): As pessoas que vinham para ser
batizadas eram de Jerusalém, toda a Judéia e regiões próximas ao Jordão. E elas
confessando seus pecados, não a João, mas a Deus, eram batizadas no Rio Jordão,
pois somente DEUS pode perdoar pecados(Mt
2.1-10; 1Jo1.9).
João Batista exorta os Fariseus e os Saduceus (Mt 3.7-12): Ele
recusou batizar os fariseus e saduceus porque não tinham a evidência (frutos
dignos de arrependimento) da salvação. Não somente recusou batizá-los, mais
também os condenou severamente por causa da sua rebelião e rejeição da verdade.
João O Batista não era aceito pelo mundo religioso. Os fariseus, a mais
importante das seitas religiosas entre os judeus, que apareceram no período
entre os dois Testamentos. Seu objetivo era acentuar e defender as noções
religiosas judaicas. O nome é a forma helenística do hebraico perushim,
que significa "os separados". Mantinham uma observância escrupulosa da
letra da lei mosaica, mas consideravam a tradição rabínica igual às Escrituras
do Velho Testamento. Saduceus, Segunda, em ordem, das
seitas judaicas, depois dos fariseus; é provável que se originaram como reação
ao farisaísmo. É possível que o nome se derive do hebraico saddiq,
"justos". Ensinavam que a virtude deve ser praticada por amor à
própria virtude, sem visar a recompensa. Aceitando essa premissa, chegaram a
negar a existência do mundo futuro. Eram os racionalistas do judaísmo, não
criam em anjos, ressurreição, etc.
Batismo com fogo? Esse batismo com fogo deve ser entendido como a condenação do inferno,
muitos pensam ser o batismo com o Espírito Santo. Mas ao analisarmos o texto
veremos a interpretação correta pois teremos três versos seguido que aparece a
palavra fogo (10-12), e uma
das regras básicas de interpretação é que quando o autor usa uma palavra varias
vezes subtende que tem o mesmo significado. E no verso 10 fica muito claro que
fogo é condenação. Da mesma forma no verso 12, então, como poderia a mesma
palavra no verso 11 significar coisa diferente do que as demais? Alguns usam o
texto de At 2.3 mas no texto diz
claramente que as línguas que foram vistas eram “como que” e não “de”
fogo. Portanto, concluímos que João discursa para dois grupos, os que
vinham para ser batizados com profundo arrependimento e outro que estavam ali
sem verdadeiro arrependimento, fariseus e saduceus, os que de fato estavam
arrependidos seriam batizados com Espírito Santo e os demais com fogo, inferno.
A
ira futura, isto é, o dia de juízo. Ninguém pode fugir do Juízo de DEUS
(Ap 20.11).
O batismo de Jesus (Mt 3.13-17): Da Galiléia até a Judéia eram quase
100 km, foi o que Jesus andou para ir até João. A intenção do batismo de Jesus
foi de cumprir toda a Justiça, seu batismo era um passo necessário para cumprir
todos os justos propósitos de Deus. Embora não precisando de arrepender-se e
não tendo pecado para confessar (Hb 4.15),
Jesus, pelo ato de submeter-se ao batismo, ocupou o lugar do pecador. Este ato
simbólico ilustrou outro batismo maior (Mt
20.22) que O esperava no Calvário, onde Ele cumpriu cabalmente a vontade
divina, pela qual veio ao mundo como substituto do pecador. Jesus viu a pomba,
representação do Espírito Santo, mas Jo
1.31-34 mostra que João a viu também. Que era o Espírito de Deus. Naquele
momento sagrado, todas as três pessoas da Santíssima Trindade, eram ou visíveis
ou audíveis aos sentidos humanos. Não significa este ato que Jesus não era um
com o Espírito desde seu nascimento, melhor, desde a eternidade. Agora veio o
Espírito para revesti-Lo de poder para seu ministério público. Meu filho amado
- Isto não quer dizer que o Pai estava proclamando que Jesus era seu filho,
pela primeira vez, nem que Jesus chegou a compreender só naquele momento sua
única relação com o Pai. Era consciente dessa relação desde sua infância (Lc 2.49). A mesma proclamação foi
reiterada pelo Pai na ocasião da transfiguração (Mt 17.5).
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