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quinta-feira, 10 de julho de 2008

Graça, maravilhosa graça!!!

"Minha única qualificação para escrever um livro sobre a graça é a roupa que uso. Deixe-me expli­car.
Durante anos, possui um elegante terno, com paletó, calça, e até um chapéu. Considerava-me totalmente garboso nesse conjunto, e estava cer­to de que os outros eram da mesma opinião.
As calças, talhei-as do tecido de minhas boas obras, fortemente urdido de trabalhos realizados e projetos completados. Alguns estudos aqui, al­guns sermões ali. Muita gente elogiava minhas calças, e, confesso, eu tinha a tendência de puxá-las em público para que as pessoas pudessem notá-las.
O paletó era igualmente impressionante; teci­do de minhas convicções. A cada dia, eu me vestia em profundo sentimento de fervor religioso. Minhas emoções eram absolutamente fortes. Tão fortes que, para dizer a verdade, muitas vezes eu era solicitado a exibir meu manto de zelo em público, a fim de inspirar a outrem. Claro, eu aquiescia feliz.
Enquanto isso, tinha também de expor meu chapéu — um quepe emplumado de sabedoria, feito por minhas próprias mãos, tecido com fibras de opinião pessoal. Eu o usava orgulhosamente.
Certamente, Deus está impressionado com minhas vestes, pensa­va eu com frequência. Ocasionalmente, impertigava-me em sua pre­sença para que Ele pudesse elogiar meus trajes feitos sob medida. Ele nunca falava. Seu silêncio deve significar admiração, convenci a mim mesmo.
Mas então o meu guarda-roupa começou a deteriorar-se. O tecido de minhas calças esgarçou-se. Minha melhor obra, ei-la a desintegrar-se. O que eu fazia já não podia concluir, e o pouco que intentava já não me constituía motivo de orgulho.
Não há problema, pensei. Vou trabalhar duro. Mas o trabalho duro era um problema. Havia um buraco em meu paletó de convicções. Minha determinação estava puída. Um vento frio golpeou-me o peito. Agarrei meu chapéu, e puxei-o firmemente para baixo. A aba rasgou-se em minhas mãos.
Após um período de poucos meses, meu guarda-roupa de justiça própria desfez-se completamente. De cavalheiro vestido sob medida, passei a mendigo esfarrapado. Receando pudesse Deus agastar-se com os meus trapos, remendei-os melhor que pude, e cobri meus erros. As roupas porém estavam muito gastas. E o vento era gelado. Desisti. Voltei para Deus. (O que mais podia fazer?)
Numa quinta-feira invernal, entrei em sua presença, buscando não aplausos, mas aconchego. Minha oração foi débil.
— Sinto-me nu.
— Você está nu. E tem estado assim por um longo tempo. O que Ele fez a seguir, jamais esquecerei.
— Tenho algo para lhe dar — disse-me ele. E gentilmente removeu o restante dos fiapos, e apanhou um manto — um manto real, uma veste de sua própria bondade. Colocou-o em torno de meus ombros. Suas palavras soaram cheias de ternura: — Meu filho, agora você está vestido com Cristo. (Ver Gl 3.27).
Embora houvesse cantado o hino milhares de vezes, só então o compreendi:

Vestido unicamente de sua justiça,
Irrepreensível perante o trono.

Tenho o pressentimento de que alguns de vocês sabem do que es­tou falando. Você vem usando um traje feito por si mesmo. Você tem confeccionado suas vestimentas, honrado suas obras religiosas, e... já notou um rasgo no tecido. Antes que você comece a remendar-se a si próprio, gostaria de partilhar com você alguns pensamentos sobre a maior descoberta de minha vida: a graça de Deus." (Trecho do livro "Nas garras da graça" - Max Lucado)
E impressionante como muitas vezes tentamos nos apresentarmos diante de Deus achando que O impressionaremos com nossa justiça própria. Nos esquecemos que a Bíblia diz que nossas justiças são "trapos de imundicias"(Is 64.6). Nos esquecemos que todos, definitivamente "todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus" (Rm 3.23). O que nos leva a acreditar que obras de pecadores, como nós, irá satisfazer a um Deus tão Santo? O que devemos entender é que o que faz com que Deus se agrade de nós não são as nossas obras, que constantemente apresentamos diante de Deus e "revogando nossos direitos" por ter feito "isso ou aquilo". Muitos se vestem da obra dos dízimos para agradar a Deus e se valem do fato de "serem dizimistas fiéis" para exigir de Deus alguma coisa. Outros se valem das roupas que vestem, atribuindo a si mesmo um status de "santidade" por causa de suas "santas vestes". Outros ainda se valem do fazer caridade para que Deus se agrade deles. Mas o que Deus deseja? A única coisa que faz com que Deus nos receba em sua santa presença não é o que fazemos agora e sim o que foi feito pelo seu filho na cruz. Ali estava o próprio Deus resgatando para si a humanidade. Era o Justo no lugar dos injustos, era o santo nos lugar dos pecadores, era o Inocente no lugar do culpado. Ele mesmo, Deus, assumiu a nossa culpa e cravou em si a sentença do pecado, na qual estávamos todos condenados. Ali Ele mesmo reconciliou consigo todas as coisas. O que nos dá o direito de entrar na presença de Deus é a sua Graça maravilhosa, não há nada que possamos fazer para tornar esta graça mais eficaz do que já é. O que necessitamos na verdade é receber, aceitar a eficácia desta graça. Crer na obra redentora de Cristo em nosso lugar. Por isso e muito mais podemos bradar "Graça, maravilhosa graça!"

3 comentários:

Unknown disse...

Infelizmente muitos de nós nos predemos em nosso EU, a ponto de acharmos que somos melhores que os outros espiritualmente. Onde muitos se escondem atras de religião, e e assim sendo vestem uma capa de verdadeiros cristões, onde verdadeiramente não os são.
E muitas ás vezes chegamos até mesmos a nos decepcionarmos ao olharmos dentro de nós e vermos que precisamos melhorar diante de Deus, sermos mais trransparentes e verdadeiros .
Graças à Deus que a sua misericórdia é a causa de não sermos consumidos...pois se não fora assim o que seria de nós .
Ainda não sei falar de Deus como o Senhor (Miss. Alessandro ), mas espero que tenha entendido o meu comentário.

Gostei muito da sua refleção, que o Senhor te encha cada dia mais de entendimento da palavra de Deus .

Anônimo disse...

Pude realmente refletir entre Obra,Ação e Fé.Muitas vezes nos julgamos santo de mais, porque ajudamos um azilo.Outras vezes nos julgamos muito mais que certo por agir na hora em que um cego precisa atravessar a rua.Sempre nos achamos potentes quando consiguimos alcançar uma graça esperada há muitos anos, e em nossos pensamentos esnobamos uma pessoa que a muito tempo, está ali pedindo ao Senhor uma graça!
Mas nós mesmos esquecemos que somente Deus, é quem tem a capacidade de sondar nossos corações, juga-lo da maneira que lhe convém.Nossas vestes não significa santindade.Santidade é o que recebemos de Deus por meio de seu filho, Jesus Cristo!!
Posso dizer que este texto me fez aprender muito mais, do que aprendi até hoje.
Que Deus possa fazer a cada dia crescer pessoas, que tenham essa capacidade.Capacidade ao qual não seja de julgamento e sim, de um belo ensinamento!

Anônimo disse...

Pois é missionário,muitas vezes o homem precisa dar muitas "cabeçadas"para reconhecer que precisa inteiramente de Deus.
Só ele pode nos vestir,com sua graça,e não nós mesmos com nossa própria justiça.Por Sua graça somos justificados.Graças à Deus!
Um abraço