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sábado, 2 de maio de 2009

MEDITAÇÕES SOBRE O LIVRO DE GÊNESIS - XL

O RELACIONAMENTO DE JACÓ COM SUAS MULHERES, O ACORDO COM LABÃO E A PROSPERIDADE DE JACÓ (Gn 30)

 

Este capítulo parece descrever uma "novela" dos tempos antigos. Entretanto, o seu conteúdo é bem diferente da freqüentemente sórdida literatura escrita pelos homens, pois veremos que tudo aqui é de proveito espiritual (2Tm 3.16).

 

Frustração (Gn 30.1-2): Raquel demonstra fraqueza de caráter, e era culpada de:

A. Inveja - Como é triste quando ficamos infelizes por vermos as bênçãos de Deus na vida de outras pessoas. Nós entendemos que as mulheres do oriente tinham um desejo ardente de terem filhos, e ser estéril, era motivo de grande angustia para elas. Todavia, se sentir miserável porque sua irmã foi abençoada, era um pecado, e demonstrava um espírito de ingratidão. Ela se esqueceu das bênçãos que Deus havia lhe concedido e ficou ressentida pelas bênçãos que Lia recebeu. A inveja é um fruto da carne (Gl 5.19-21).

B. Desespero - Raquel deveria confiar na divina providência de Deus, ao invés de desejar a morte. Deus alguma vez tratou mal os Seus filhos?

C. Falta de fé - Somente Deus pode nos dar filhos (Sl 127.3). Como foi tola a cobrança que ela fez a Jacó. A resposta dele foi dura, mas, no entanto, verdadeira. Há quem pergunte porque eles não parecem ter aprendido nada da história de Sara e Rebeca. Isaque e Rebeca parecem ter sido o único casal, entre os patriarcas, que manifestaram uma fé consistente nesta área (Gn 25.21).

 

Mais Artifícios (Gn 30.3-13): Da mesma forma que Sara, anos antes, deu sua serva, Agar, a Abraão para conceber filhos para ela, assim Raquel concede sua serva, Bila, para lhe conceder filho em seu lugar. Jacó deveria ter seguido o exemplo de seu pai, Isaque (Gn 25.21) e não de seu avô. Os filhos de Bila seriam recebidos por Raquel como filhos genuínos, é o que demonstra o texto com a expressão: “...e eu traga filhos ao meu colo, por meio dela”. (ver. 3)

 

Lições dignas da nossa atenção neste trecho:

A. Raquel e Lia demonstraram falta de fé quando usaram seus artifícios para se tornarem mães. A fé esta baseada na Palavra de Deus (Rm 10.17). Certamente elas tinham ouvido a respeito das promessas de Deus para Abraão, e também de Suas bênçãos sobre Abraão e Isaque. Portanto, a atitude delas era uma demonstração de falta de fé.

B. Note aqui o poder da influência. Raquel pecou, e outras pessoas seguiram o seu exemplo. Até mesmo suas servas acabaram envolvidas no problema. Nós não somos uma ilha, pois a nossa influência, para o bem ou para o mal, é maior do que pensamos.

C. Os planos dos homens não frustram os propósitos de Deus. O homem pecou, mas Deus fez com que as doze tribos viessem a existir. A morte de Cristo foi predestinada por Deus, ainda que executada pelas mãos dos homens injustos (At 2.23).

 

O Mau da Poligamia (Gn 30.14-21): Até mesmo o uso de afrodisíacos (mandrágoras) foi feito, a fim de melhorar a fertilidade. O desejo de Raquel ter um filho fez com que ela negociasse o tempo do seu marido entre elas. Esta triste história ilustra o mau que a poligamia causa. A vida em tais famílias é repleta de: ciúmes, inveja, negligência e insatisfação. Até mesmo as crianças acabam envolvidas pela rivalidade. Como isto está longe do plano de Deus para o casamento (Ef 5.33).

 

A Bondade de Deus (Gn 30.22-24): Nós ficamos contentes em ver Raquel dar a Deus o crédito pelas bênçãos recebidas. Ela também parece ter tido uma segurança interior de que Deus lhe daria outro filho (Sl 113.9).

 

Jacó Começa a Colher (Gn 30.25-36): Por vinte e um anos, Jacó, viveu com o trapaceiro Labão. Deus certamente estava ensinando a Jacó o mau do engano e da fraude, ainda que a fraude e o engano tenha sido projetada pela sua mãe, mas foi ele que executou o plano.

Porém, há algumas coisas positivas na vida dele que devem ser ditas:

A. Ele era diligente em seu trabalho e Deus o abençoou por isso. Labão sabia muito bem que a sua prosperidade era o resultado do trabalho de Jacó. Infelizmente, Labão tentou enganá-lo e privá-lo de receber os frutos do seu trabalho.

B. Os planos de Jacó parecem que estavam baseados na simples crença de que Deus o abençoaria. Como o rebanho de cores misturadas foi retirado, havia poucas chances dos que estavam para dar cria não poderem ser identificados como sendo dele. Entretanto, Jacó acreditava que Deus poderia fazer com que os animais de cor sólida pudessem gerar animais malhados ou listrados.

 

A Prosperidade de Jacó (Gn 30.37-43): Jacó evidentemente acreditava que qualquer animal que visse as varas listradas, teria as cores de suas crias afetadas. Além disso a palavra que está traduzida no versículo 41 como “concebesse” vem de uma raiz, no hebraico, que significa “estar quente”, ou seja, “estar no cio”. Isto era provavelmente uma crendice da época. De qualquer forma, foi Deus quem fez com que os animais dessem crias malhadas e listradas, e não o fato de ter ela olhado para as varas listradas. E o próprio Jacó reconhece este fato no texto de Gn 31.7-9.

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