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segunda-feira, 3 de agosto de 2009

MEDITAÇÕES SOBRE O LIVRO DE GÊNESIS - LIII

OS IRMÃOS DE JOSÉ VÃO AO EGITO (Gn 42)

Em Números 32:23, nos é dito "...e sabei que o vosso pecado vos há de achar". Os irmãos de José vieram a provar esta verdade neste capítulo que passamos a considerar. Graciosamente, Deus estava trabalhando para trazê-los ao arrependimento ao invés do julgamento. Ele estava purificando e unificando Israel antes de torná-la uma grande nação.

A Fome em Canaã (Gn 42.1-2): A fome atingiu até mesmo a terra prometida. Canaã é uma figura da vida cristã e não do céu. O povo de Deus nunca deveria se surpreender com as adversidades desta vida (At 14.22). Assim como Deus tratou com os problemas da família de Jacó, podemos nos alegrar por Ele ter sempre um gracioso propósito para a vida dos salvos.

Pelas palavras de Jacó no versículo 1, podemos imaginar que talvez a idéia de ir ao Egito tenha perturbado seus filhos. A memória de José perturbou suas consciências e os acovardou. Que terrível companheira é uma consciência culpada. Ela pode ser despertada muitos anos após o crime ser cometido. Assim como Paulo, que nós nos esforcemos para viver em paz com os nossos corações (At 24.16).

Entrando no Egito (Gn 42.3-6): Alguns têm imaginado o que um homem tão importante como José estaria fazendo no lugar onde os grãos eram vendidos. Poucos detalhes nos são fornecidos a respeito disso. É bem provável e plenamente possível, que ele tenha montado seu escritório num armazém próximo a estrada que conduzia a Canaã. José deve ter concluído desde o tempo do sonho de Faraó, que um dia os integrantes de sua família viriam comprar grãos. Ele provavelmente deve ter pedido que lhe notificassem quando alguém vindo de Canaã aparecesse. Considerando tudo isso, este encontro não foi uma mera coincidência, como aparenta ter sido.

A Virada da Mesa (Gn 42.7-20): José, bem mais velho e com vestes Egípcias, não foi reconhecido por seus irmãos. Quando ele os viu se inclinando diante dele, veio a sua mente aqueles antigos sonhos (Gn 37.5-11). Ao invés de abraçá-los e revelar sua identidade, ele os tratou duramente. Ele os acusou de serem espias enviados para planejar uma invasão. Eles responderam que eram homens honestos e que todos eram filhos de um mesmo homem. Eles estavam tentando convencê-lo desta forma que ninguém enviaria tantos filhos para uma missão perigosa de espionagem. José, no entanto, continuou a mostrar-se desconfiado e não convencido, enviando-os assim para a prisão por três dias. Depois disso, Simeão continuou preso, e o restante foi solto com a condição de trazerem Benjamim como prova da inocência deles.

Por que razão José foi aparentemente tão cruel com seus irmãos? Será que ele estava querendo se vingar? Podemos ver dois motivos para este tipo de comportamento: 1- José queria saber um pouco mais a respeito do caráter do seus irmãos antes de se revelar a eles. Será que eles ainda eram cruéis e sem amor? Será que eles tinham assassinado ou vendido Benjamim, seu irmão legítimo? Estas questões deveriam ser respondidas antes que José pudesse saber como reagiria. 2- As ações de José foram usadas para trazer confissão, arrependimento e remorso. Através de tudo isso, eles puderam ver que Deus estava tratando com eles a respeito daquele pecado antigo de vender José como escravo. Os homens com pecados não confessados no passado, muitas vezes têm suas consciências perturbadas em tempos difíceis. Provavelmente, levado por um impulso profético, José sabia que seria bom para seus irmãos sofrerem um pouco com as chicotadas da convicção.

A Convicção do Pecado (Gn 42.21-24): José ainda não havia sido reconhecido pelos seus irmãos quando ouviu e entendeu a confissão da culpa e a tristeza deles. E como isto deve ter alegrado José. Suas lágrimas transbordavam de um coração cheio de compaixão e não de vingança (Rm 12.19). Ele era verdadeiramente um homem espiritual. Ao lado do seu espírito de perdão, José também possuía uma força de caráter. Ao invés de parar e abraçar seus irmãos, ele continuou a executar seus planos. Ele sabia que o senso de culpa deles deveria ser aprofundado, e o verdadeiro arrependimento produzido (2Co 7.10). A tristeza deles era um bom sinal. Mas será que seus corações tinham realmente mudados? José queria conhecê-los melhor antes de se revelar a eles.

O Dinheiro Devolvido (Gn 42.25-28): Por que José devolveu o dinheiro deles? Será que ele pensou que eles precisariam de dinheiro em virtude da fome que assolava a terra? É mais provável que ele queria aprofundar o interesse e preocupação deles. Note no versículo 28, que este fato os leva a sentir que Deus estava trabalhando em suas vidas. Mais uma vez o arrependimento é o tema deste capítulo.

De Volta à Canaã (Gn 42.29-36): Ao retornarem para casa eles contam para o pai tudo o que aconteceu. Ao verem que todo o dinheiro havia sido devolvido, eles ficaram muito temerosos. Tudo o que ocorreu, em conexão com viagem deles para o Egito, parecia despertar suas consciências de que Deus os estava julgando pelos pecados passados. Que possamos tirar lições deste evento. Nós nunca podemos cometer um pecado e achar que não vamos encará-lo novamente. Se não houver arrependimento pelo pecado, somente podemos aguardar a culpa e o julgamento.

Jacó ficou muito chocado com tudo o que havia ocorrido. Note suas palavras no versículo 36. Ele suspeitava que seus filhos estavam de alguma forma envolvidos com a suposta morte de José? No versículo 36, ele também se queixa por estes eventos estarem ocorrendo contra ele. Como ele estava errado (Rm 8.28 e 31).

Desespero (42.37-39): O que podemos dizer da proposta de Rúben? Quem desejaria ver seu neto ser morto? Rúben era o primogênito, mas dá a aparência de ser um homem fraco de caráter e de pouca sabedoria. Contudo Jacó não cede em deixar Benjamim partir com os outros para o Egito.

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