O SEPULTAMENTO DE JACÓ E A MORTE DE JOSÉ (Gn 50)
Nós chegamos no capítulo final do livro de Gênesis. Aqui é recordada a morte de Jacó e de José. Nesta ocasião, Israel não passava de uma grande família. Nada parecia mais improvável do que o cumprimento da profecia de que Israel se tornaria uma grande nação e herdaria Canaã. Mas estes dois homens morreram com uma fé inabalável.
A Tristeza (Gn 50.1): Até mesmo os santos sentem tristeza na morte dos seus amados. Entretanto, as promessas do Evangelho nos mantém longe do desespero que o mundo demonstra nesta hora (1Ts 4.13).
Preparo Para O Funeral (Gn 50.2-6): Ao fazer os preparativos para o funeral do seu pai, José tinha três coisas para observar:
A. O corpo de Jacó deveria ser devidamente embalsamado. No Egito isto era um processo muito elaborado. Os Egípcios eram tão habilidosos nesta arte, que hoje todos nós somos familiarizados com a extraordinária preservação de suas múmias.
B. No caso de pessoas consideradas importantes, como Jacó, um certo período de luto era observado. Os Cristãos devem observar certos costumes, desde que estes não sejam contrários a Bíblia (Rm 13.7). Nós nunca devemos fazer ofensas desnecessárias (1Co 10.32).
C. José precisava da autorização do Faraó para remover o corpo do seu pai para Canaã.
O Enterro (Gn 50.7-13): O enterro de Jacó foi realmente um negócio de Estado e acompanhado de um grande cortejo. O Egito era a maior nação e Jacó era o pai de seu líder.
Jacó foi enterrado na mesma cova onde Abraão e Isaque foram colocados (Gn 49.29-32). O povo de Deus tem tratado do corpo dos seus que partiram com muito respeito. Isto é porque eles acreditam que o corpo também foi remido por Cristo (Rm 8.23) e será um dia ressuscitado para ser imortal (1Co 15.52). Aqueles que não crêem na futura ressurreição do corpo, não compreendem como os Cristãos encaram o enterro. O enterro é para nós mais um semear do que uma disposição do corpo.
Verdadeiro Perdão (Gn 50.14-21): Não é de se admirar que os irmãos de José sentissem medo após a morte de Jacó. A culpa transforma o homem em covarde. Se eles tivessem realmente considerado o caráter de José, teriam visto que ele estava acima de qualquer vingança.
Alguns têm insinuado que os irmãos de José não foram sinceros, e que inventaram a mensagem atribuída a Jacó (vs. 16-17). Não há razões para fazermos tais acusações. Por que razão Jacó não se importaria com a harmonia de sua família após a sua morte? Vemos novamente em José um exemplo do verdadeiro perdão:
A. José perdoou livremente seus irmãos. Deus o tinha colocado em uma posição de absoluto poder sobre eles [vs.19]. Ele não dependia e nem necessitava deles. A única coisa que o motivava era o exemplo de Deus, que livremente perdoa os pecadores (Ef 4.32).
B. José acreditava que Deus em Seu plano soberano podia usar até mesmo as más intenções e ações dos homens para executarem os Seus propósitos. Este conhecimento traz paz para aqueles que sofrem injustamente. O versículo 20 tem sido visto muitas vezes pelo autor deste estudo, como uma versão do Velho Testamento de Romanos 8.28.
C. José não somente perdoou como também abençoou e confortou aqueles que o tinham tratado mal (Mt 5.43-44).
Abençoado Como Prometido (Gn 50.22-23): Deus nunca falha em manter a Sua palavra. José foi abençoado como foi prometido (Gn 49.22-26).
Fé Nas Promessas (Gn 50.24-25): Que cena tocante. Quatro gerações de homens morrem sem receberem o cumprimento da promessa de Deus, mas a fé deles nunca falha (Hb 11.13). José, um príncipe no Egito, pensa somente no futuro de Israel em Canaã. Como Jacó, ele também deseja ser enterrado na terra prometida. Diferente de Jacó, ele deseja aguardar até que Deus retire a nação de Israel do Egito, antes do seu corpo ser finalmente enterrado. A fé dele foi honrada muitos anos mais tarde (Êx 13.18-19; Js 24.32). (A morte de José foi sem dúvida uma notícia de nível internacional. Que esplendor deve ter sido dedicado em memória dele. Por alguma razão a Bíblia não fala nada a respeito disso. Isto não ilustra a visão de Deus sobre isso? Somente os assuntos de ordem espiritual são de importância eterna. As honras deste mundo são vazias).
Um Caixão No Egito (Gn 50.26): Gênesis começa com o homem no Jardim do Éden e termina com um caixão no Egito. Que desolação o pecado produziu. Desde a queda de Adão, o fim do homem tem sido a morte e o funeral neste mundo, do qual o Egito é uma figura. A melhor esperança para o futuro que o Egito pode dar é uma múmia.
Que alegria saber que o fim de Gênesis não é o fim da Bíblia. O grande plano da redenção se desdobra através das Escrituras para ser consumado no livro de Apocalipse. O caixão no Egito não é o capítulo final. Através de Jesus Cristo o paraíso será restaurado. Em certo sentido as coisas terminam como começaram (Ap 21 e 22) somente sendo melhores (Rm 5.20b).
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