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sexta-feira, 17 de setembro de 2010

MEDITAÇÕES SOBRE O EVANGELHO SEGUNDO MATEUS - XIV

O SERMÃO DO MONTE – VIII (Mt 5.27-32)

Por Alessandro Costa Vieira




O padrão moral do povo de Deus (Mt 5.27-30): Jesus prossegue com o sermão do monte. Após falar sobre o verdadeiro homicida aos olhos de Deus, Jesus, começa a falar do que se trata de imoralidade sexual aos olhos dEle. Demonstrando assim o padrão moral que o Seu povo deve ter. O Senhor Jesus começa, como na sessão anterior, com a declaração “Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério”, demonstrando que os ouvintes conheciam a Lei,e nesse caso o sétimo mandamento (Êx 20.14). Mas é bom esclarecer que Jesus não está contradizendo a Lei nem mesmo acrescentando nada a ela. Mas na verdade está dando a interpretação correta da Lei com relação à interpretação que os fariseus davam a mesma. Como já observamos, no estudo anterior, que os fariseus eram “peritos” em tentar burlar o cumprimento da Lei (Mc 7.9). Preocupavam-se apenas com o exterior e não com o interior do homem (Mt 23.25-26). E mais uma vez o Senhor Jesus trata que o pecado começa no interior do homem. Os fariseus acreditavam que somente o ato final era pecado. Mas a própria Lei diz no décimo mandamento “Não cobiçarás” (Êx 20.17). Ainda hoje existem muitos “cristãos” professos que pregam sobre o sétimo mandamento de forma bem parecida com os fariseus. Dizem que se duas pessoas não chegam ao ponto de terem uma relação sexual, então seja o que for que fizerem, não cometem adultério. Esse tipo de pregação vai totalmente contra a vontade de Deus. Jesus fala novamente onde nascem as atitudes pecaminosas dizendo a seguinte declaração: “qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela”, essa declaração de Jesus mostra que já no interior do homem os desejos pecaminosos já são pecados. Pensar em pecar consiste em pecado (Mt 15.19).
Nos versículos posteriores, 29-30, nosso Senhor Jesus demonstra como devemos reagir com relação as tentações que nos rodeiam. As declarações são fortes e muitas vezes mal interpretadas por leitores da Bíblia. Quando Jesus diz que “se o teu olho direito te escandalizar, arranca-o e atira-o para longe de ti” e “se a tua mão direita te escandalizar, corta-a e atira-a para longe de ti” não estava ensinando automutilação, como alguns querem fazer pensar, mas na verdade é uma declaração que demonstra como Jesus leva a sério a luta pela pureza. Devemos considerar que se necessário for devemos nos afastar de tudo quanto pode nos afastar da fé e da pureza e nos levar à imoralidade. Podemos comparar o ato de arrancar o “olho” ou a “mão” com o ensinamento bíblico da mortificação do pecado. Em Rm 8.13 Paulo diz que pelo Espírito as obras da carne são mortificadas e em Cl 3.5 diz que devemos mortificar não só as obras da carne, mas até mesmo o mau desejo, vil concupiscência. Somente pela graça de Deus e pelo poder de seu Espírito que temos condições de mortificar o pecado. Essa verdade nos leva a pensar no que devemos fazer para fugir das situações que nos leva ao pecado, em nossos pensamentos ou atos. Se for preciso abandonar hobbys, atividades, relacionamentos ou qualquer outra coisa que possa nos levar a pecar. Por exemplo: se você gosta de nadar e ir à praia ou a piscina e ter contato visual com pessoas que estão trajados com pouca roupa leva-o a pensamentos lascivos, deixe de ir à praia ou a piscina. É bom frisar aqui que não é pecado ir à praia ou a piscina, mas os pensamentos impuros nutridos, se for o caso, é. Outro exemplo: Se você tem problemas para evitar sites com conteúdo imoral, deixe de usar a internet. Jogue a TV fora, quebre o celular, deixe de ir a certos lugares onde pessoas que tentam leva-lo à imoralidade frequentam também (Pv 1.10). Mais uma vez é bom frisar que não é pecado ver TV, acessar a Internet, mas se eles te levam a imoralidade deixe-os. Ou seja, abra mão, se afaste, arranque tudo que possa te levar à praticas imorais. Devemos levar em consideração também que se você pensar que: “Já que é pecado logo no pensamento vou fazer logo o que penso”. É um pensamento infeliz. A Bíblia diz em Gn 4.7 que Caim devia ter dominado sobre o seu pensamento odioso. Esse deve ser o nosso comportamento também quando os pensamentos pecaminosos vierem dominar sobre eles (Jó 31.1). Não ceder a eles. Pedir perdão a Deus, arrependido, pelo mau pensamento, e graça para não praticar o ato pecaminoso.

Sobre o divórcio (Mt 5.31-32): Jesus continua falando da vida conjugal do seu povo, e este assunto ainda está relacionado com o adultério que foi tratado nos versículos anteriores, e mostra como os judeus interpretavam o texto de Dt 24.1-4, que mostrava quais eram os motivos para a possibilidade de divórcio. Na época de Jesus estava tendo uma banalização muito grande do matrimonio. Os homens despediam suas mulheres por qualquer motivo, dando carta de divórcio. Um exemplo é o da mulher samaritana em Jo 4.16-19 que já tinha passado por cinco casamentos. Porém existiam casais que permaneciam fiéis mesmo em meio de “possibilidade” para o divórcio, como Zacarias e Isabel (Lc 1.5-7). A Lei de Deus não aprovava essa pratica. E havia muita disputa sobre quais eram os motivos reais para o divórcio com base no texto de Dt 24.1 que diz que “por nela encontrar coisa indecente”. O que seria essa coisa indecente? Alguns diziam que seria o adultério, mas não pode ser, pois a Lei diz em Dt 22.20-22 que o adultero (a) deveria ser punido com a morte por apedrejamento, e sendo assim não seria necessário a carta de divórcio. Devemos considerar que o matrimonio diante de Deus é indissolúvel e é até a morte (Rm 7.2-3; 1Co 7.39). E Jesus em outro lugar vai dizer que a questão de dar carta de divórcio só era permitida devido a dureza de coração do povo (Mt 19.4-6,8). A exceção nesse texto, Mt 5.32, é que por motivo de prostituição, imoralidade sexual, que se permitia o divórcio. Porém em alguns textos paralelos não aparece a exceção que aqui aparece (Lc 16.18; Mc 10.11-12). Paulo falando sobre o matrimônio diz que por causa da prostituição cada um deve ter sua própria mulher ou seu próprio marido (1Co 7.2). O casamento é um estado honroso (Hb 13.4) que Deus proveu para nos livrar da impureza sexual. Acredito que a posição do cristão com relação ao matrimonio é: “EVITE a separação em todas as ocasiões, dê preferência ao perdão (1Co 7.10-16). Pois Deus odeia o divórcio”.

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito bom o estudo, bem contextualizado,claro e bíblico.

Deus abençoe sua vida!