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domingo, 7 de dezembro de 2008

MEDITAÇÕES SOBRE O LIVRO DE GÊNESIS - XVI

AS ÁGUAS DO DILÚVIO DIMINUEM E NOÉ E SUA FAMÍLIA SAEM DA ARCA (Gn 8.1-22)

Noé e sua família devem ter imaginado se eles sairiam novamente da Arca. Entretanto, no tempo de Deus, o julgamento se completou e a terra voltou a ficar seca. Este foi um novo começo para a raça humana. Infelizmente, o caráter do homem não melhorou. Todavia, Deus deu novas manifestações de Sua graça e longanimidade.
Lembrou-se Deus (Gn 8.1-3): Enquanto os dias se seguiam, provavelmente Noé sentiu-se esquecido. Esta é uma doença comum entre os servos de Deus. A frase "lembrou-se Deus", no hebraico, significa que Deus começou a agir em seu favor. Deus nunca se esquece do Seu povo (Is 49.15-16; Sl 139), como também na ocasião apropriada, Ele se levanta para socorrê-los. Em sua onisciência, Deus sempre esteve consciente de que Noé estava na arca. Entretanto, depois de Noé ter permanecido nela por mais de um ano, como se tivesse sido esquecido, Deus deu um sinal de sua lembrança e fez com que Noé e sua família saíssem da arca. Mas, Deus nunca se esqueceu de Noé, já que o Senhor mesmo foi quem o notificou, no início, para salvar a si e à espécie humana (cf. Gn 6.8-13). Com freqüência, nós mesmos usamos uma expressão semelhante, quando dizemos que nos "lembramos" de alguém no seu dia de aniversário, mesmo que nunca tenhamos nos esquecido da existência de tal pessoa.
A Arca Repousa (Gn 8.4-5): Parece que Deus nunca está com pressa. Suas obras exigem nossa paciência. Ao invés de secar a terra em um só dia, Deus permitiu que as coisas ocorressem por etapas. Quase seis meses após o início do dilúvio, eles finalmente vieram a repousar em algum lugar nas montanhas do Ararate. Lentamente as águas recuaram, e três meses após a arca repousar sobre os montes Ararate, que está a 5.185 metros de altitude, foi avistado os picos de montes menores.

O Corvo (Gn 8.6-7): Aproximadamente depois de dez meses, Noé abriu a janela e soltou um corvo. Provavelmente ele queria saber quais eram as condições da terra. O corvo, como um pássaro considerado cerimonialmente imundo (Lv 11.15), é freqüentemente visto aqui como um tipo do apóstata. Ele estava feliz por escapar da Arca, e ficaria contente com qualquer tipo de poleiro que pudesse encontrar. Isto nos faz lembrar dos Cristãos professos, que nunca nasceram de novo, e por fim terminam voltando para o pecado e o mundanismo (2Pe 2.20-22). Com certeza o corvo por ser, também, uma ave de rapina, que come cadáveres em decomposição, ficou muito bem fora da arca. Pois existiam muitos corpos de humanos e de animais em decomposição e boiando sobre as águas do dilúvio.

A Pomba (Gn 8.8-12): Noé agora continua seu teste utilizando uma gentil e amável pomba. A pomba é um tipo do Espírito Santo (Mt 3.16). Este tipo é normalmente aplicado da seguinte maneira:
A. A pomba, diferente do corvo, não ficaria contente com qualquer poleiro sujo, nem mesmo pousaria em algum corpo morto e inchado. Da mesma maneira, o Espírito Santo é ofendido pelo pecado e pela impureza (Ef 4.30).
B. Ao retornar com uma folha de oliveira, a pomba estava trazendo para Noé a esperança e a segurança de que o dilúvio havia terminado. Da mesma forma, o Espírito Santo traz alegria e segurança aos corações dos Cristãos (Rm 8.16, 5.5). É interessante notar que a oliveira tem sido observada brotando, mesmo quando ela está submersa em um lago inundado.

A Terra Seca (Gn 8.13-14): Noé e sua família permaneceram na Arca durante mais de um ano, até que a terra finalmente ficou seca (Compare versículos 13-14 com Gn 7.11). Sem dúvida, Deus os manteve confinados para o próprio bem deles. Era necessário aguardar um tempo até que as plantas crescessem para alimentar os animais. Além do mais, a lama seria perigosa, e até mesmo um risco para a saúde da maioria dos tripulantes da Arca. Nas nossas frustrações, vamos lembrar que Deus sempre faz o que é melhor para nós (Rm 8.28).

Saindo da Arca (Gn 8.15-19): Finalmente chegou o dia quando eles puderam sair da Arca. Houve muita alegria e alívio. Duas coisas são dignas de nota:
A. Antes que Deus os tirasse da Arca, disse: "Sai da Arca" ao invés de "venha para fora". Ele estava presente na Arca o tempo todo, desde a partida (Gn 7.1) até a chegada deles (Rm 8.35).
B. Todos os que estavam na Arca saíram a salvo. Isto nos faz lembrar da segurança que temos em Cristo. Ninguém que estava na Arca pereceu sob a ira de Deus (Jo 5.24). Eles estavam selados e seguros dentro da Arca (Ef 4.30; Gn 7.16). Ninguém caiu, pulou e morreu afogado, e nem foi forçado a sair (Jo 10.27-29).

A Promessa de Deus (Gn 8.20-22): Agora podemos entender o propósito para os sete animais limpos. Estes animais foram conservados para serem oferecidos como sacrifício á Deus. Note os resultados destas ofertas:
A. Estes sacrifícios foram de cheiro suave ao Senhor. Na Sua ira, Deus destruiu a terra. As ofertas lembravam a Ele a futura morte de Cristo, pela qual, a misericórdia seria demonstrada aos pecadores (Ef 5.2). Deus se lembrou do propósito da graça, e das multidões que o glorificariam para sempre. (Vamos lembrar, que estamos usando uma forma de linguagem a respeito de Deus que nós podemos entender. Nós freqüentemente descrevemos Deus como se Ele fosse homem, como por exemplo, o uso da expressão "lembrou-se Deus". Entretanto, isto não deve ser tomado no sentido literal).
B. Deus determinou que "não haverá mais dilúvio para destruir a terra" (Gn 9.11). Note que Ele não disse isso por causa dos sacrifícios. De fato, o versículo 21 revela que Deus reconheceu que a natureza depravada do homem não pode ser corrigida pelo julgamento. O coração do homem é o mesmo em toda as épocas, pois vemos que a Torre de Babel foi construída antes da morte de Sem. Somente a salvação em Cristo pode mudar a natureza do homem. A promessa de Deus foi baseada somente em Sua longanimidade através de Cristo. Porque Ele tem um povo eleito e remido pelo sangue de Cristo, permite que o mundo continue a existir, enquanto o propósito da graça é realizado.
C. Note por último que, um dia, este mundo será destruído pelo fogo. Até que isso ocorra, não haverá nenhum julgamento universal (2Pe 3.5-12). E isso não significa que Deus mudou de idéia. Pois Ele prometeu que não feriria mais o homem como o fez naquela ocasião, ou seja, pelo dilúvio. Mas é categórico ao dizer em 2Pedro que destruirá pelo fogo.

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