A PREPARAÇÃO DE JACÓ PARA REENCONTRAR-SE COM ESAÚ (Gn 32.1-20)
Jacó nem bem saiu de uma provação e já está passando por outra. Assim também é a vida do Cristão. Enquanto estivermos neste mundo a nossa luta não termina. Cada dia requer novas manifestações de fé. Tais provas não são apenas para serem suportadas, mas valorizadas pelos seus benefícios espirituais (1Pe 1.7).
Maanaim (Gn 32.1-2): Enquanto Jacó se dirigia para sua casa, Deus lhe mostrou as hostes de anjos enviadas para protegê-lo. Como um memorial disto, ele chamou aquele lugar de Maanaim, que significa: duas hostes ou exércitos. Esta palavra é traduzida literalmente como "dois exércitos" no livro de Cantares de Salomão 6.13. Alguns crêem que havia duas hostes de anjos guardando Jacó. Entretanto, a visão correta seria que o grupo que estava com Jacó era uma hoste, e que a segunda, formada de anjos, os acompanhava.
Que verdade abençoada é revelada aqui. O povo de Deus e a Sua Igreja nunca estão sozinhos. Os anjos de Deus nos protegem (Sl 34.7, 2Rs 6.17). O poder e a presença de Deus nos capacitam a sermos bem sucedidos na obra do Senhor (Mt 28.18-20; 1Co 3.6). Quando o mundo olha para a igreja de Deus, eles vêem somente pessoas com fraquezas e limitações humanas. Pelo olho da fé, vemos na Noiva - a Sulamita (Cantares de Salomão 6.13) - dois exércitos ou poderes. Nós trabalhamos com nossos corpos físicos, mas o poder de Deus é quem produz os frutos (2Co 4.7). Como as igrejas de hoje precisam saber que nosso sucesso depende da realização de que é um outro exército que nos defende e que um outro poder nos traz a vitória (Zc 4.6).
Incerteza (Gn 32.3-5): Muitos anos antes Jacó havia fugido de Canaã com medo de Esaú. Aqui ele tem que voltar para sua terra. Jacó estava sendo torturado pelo medo de que Esaú estivesse ainda irritado.
Note a sabedoria dele na sua comunicação com Esaú:
A. Ele se apresenta como servo de Esaú. Esta forma de linguagem assegurava a Esaú que Jacó não tinha vindo ameaçá-lo ou pressioná-lo com relação ao direito de primogenitura.
B. Ao falar de suas possessões, Jacó estava deixando Esaú saber que ele não tinha necessidade de herança nenhuma. Ele não havia retornado para pegar nada de Esaú.
Temor (Gn 32.6-8): Para a surpresa de Jacó, Esaú ouviu a respeito da volta dele e já o aguardava. Ele esperava pelo pior e estava se preparando para um verdadeiro desastre, pois dividiu o seu grupo em dois. Desta maneira ele esperava que pelo menos metade da família e do seu rebanho pudesse escapar. Como ele esqueceu rapidamente dos anjos e das promessas de Deus. Nós também temos o costume de se esquecer de como Deus cuida de nós e como nos prover sempre a vitória.
Orações em Tempos Difíceis (Gn 32.9-12): Deus nos convida a clamar pelo Seu nome em tempos difíceis (Sl 50.15). Jacó sabiamente se acalmou para orar a Deus. Note o padrão da oração:
A. Jacó relembra a sua posição na aliança de Deus [vers.9]. Ele era herdeiro da graciosa promessa feita a Abraão e Isaque, em essência ele estava dizendo: "Senhor, eu não sou digno de estar na Tua presença, mas venho como herdeiro das preciosas promessas feitas aos meus pais a respeito de Cristo". Isto poderia ser definido como a versão do Velho Testamento da oração feita em "nome de Jesus".
B. Jacó relembra que a presente prova ocorreu como resultado de sua obediência a Deus e a Sua Palavra [vers.9]. Ele não estava se queixando, mas dizendo: "Deus, o Senhor me colocou nesta posição, e agora eu te peço que me abençoe e proteja".
C. Jacó confessa sua indignidade a Deus [vers. 10]. A humildade e a confissão dos pecados são necessários na oração (Mt 6.12).
D. Jacó louvou e agradeceu a Deus por Sua bondade. Ação de graças não é somente um dever para com Deus, mas também ajuda a corrigir a nossa perspectiva das coisas espirituais. Ela é uma parte necessária da oração (Fl 4.6).
E. Jacó fez seu pedido (Fl 4.6).
F. Jacó relembrou as promessas de Deus [vers.12]. As palavras mais poderosas que podemos dizer quando oramos são: "Senhor Tu o disseste". Deus quer que saibamos e usemos Suas promessas.
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